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Quando era pequena, Juliana Davoglio Estradioto sonhava em ser cantora. Hoje, com 18 anos, os projetos dela são outros: seguirá a carreira científica. Uma carreira que, na verdade, já começou. Quando tinha 15 anos, Juliana se deparou pela primeira vez com um artigo científico e conheceu um laboratório de pesquisa. A partir desse momento, em apenas três anos, ela conquistou dezenas de prêmios em competições e feiras de ciências (locais, regionais, nacionais e internacionais) para estudantes do ensino médio. Entre essas distinções, talvez a mais glamorosa seja a que a levará, em dezembro deste ano, a passar uma semana na Suécia junto a outros 24 jovens pesquisadores do mundo para participar da cerimônia de entrega dos Prêmios Nobel 2019 e das comemorações com os laureados, além visitar instituições e empresas da Suécia e apresentar seu trabalho a estudantes suecos, entre outras atividades.
Juliana nasceu e cresceu em Osório (RS), um município de 40 mil habitantes, localizado a 100 km de Porto Alegre, rodeado por lagoas, serras e mar. Ali, em 2015, depois de concluir o ensino fundamental em uma escola pública estadual, ela ingressou ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) – campus Osório, que tinha sido inaugurado cinco anos atrás, para cursar o Curso Técnico em Administração Integrado ao Ensino Médio. Criados por lei sancionada em 2008, os Institutos Federais (IFs) são instituições públicas e gratuitas, ligadas ao governo federal, que se especializam na oferta de educação profissional e tecnológica desde o ensino médio até a pós-graduação. Atividades de extensão e pesquisa fazem parte da proposta dos IFs para todos os níveis.
Já em seu primeiro ano no IFRS, Juliana se entusiasmou com um projeto de extensão voltado à comunidade de agricultores familiares da região, com viés social e ambiental, coordenado pela professora Flávia Santos Twardowski Pinto. Inicialmente como voluntária e depois como bolsista do IFRS, Juliana acabou participando de três projetos envolvendo pesquisa e desenvolvimento ao longo dos três anos do ensino médio, sempre orientada pela professora Twardowski.
O primeiro trabalho de Juliana resultou não apenas no desenvolvimento de um plástico biodegradável feito com resíduos agrícolas disponíveis na região (casca de maracujá), mas também na criação de uma aplicação para esse material: uma embalagem para mudas que não necessita ser retirada antes do plantio. Por esse trabalho, Juliana recebeu várias distinções, como o 4º lugar em Engenharia Ambiental na maior competição de ciências do mundo para estudantes do ensino médio, a Intel International Science and Engineering Fair (Intel ISEF), realizada em Los Angeles (EUA) em maio de 2017. Outro reconhecimento internacional importante foi a medalha de ouro obtida na Genius Olympiad, competição de projetos de ensino médio que abordam problemas ambientais e suas soluções, realizada em Oswego (EUA) em junho de 2018. Em nível nacional, a principal distinção recebida por Juliana pelo trabalho do plástico de maracujá foi o primeiro lugar da categoria Ensino Médio na 29 ª edição do Prêmio Jovem Cientista, outorgado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e entidades parceiras. O prêmio foi entregue no Palácio do Planalto em dezembro no ano passado, com a presença do Presidente da República e várias outras autoridades governamentais.
No final do ano passado, quando Juliana concluiu o ensino médio no IFRS, ela já tinha uma opção concreta para a graduação: uma bolsa para estudar na University of Arizona (EUA), recebida como prêmio na Intel ISEF de 2018, da qual participou com um trabalho de desenvolvimento de materiais adsorventes a partir de resíduos agroindustriais para remoção de corantes em suspensão aquosa. Agora, ela tem, no mínimo, mais uma opção, pois foi aprovada no vestibular do curso de Engenharia Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Irá ficar na terra natal? Seja qual for a decisão, o histórico da moça faz pensar que saberá aproveitar as oportunidades.
Veja nossa entrevista com Juliana.
Boletim da SBPMat: – Você acabou de concluir o Ensino Médio Integrado ao Técnico em Administração. Quando você ingressou ao curso, pensava atuar na área de administração? O que a levou a participar de projetos de pesquisa científica?
Juliana Davoglio Estradioto: – Para ingressar no IFRS – campus Osório precisa fazer um processo seletivo, e já antes do processo eu precisava optar entre Administração e Informática. Foi muito difícil fazer essa decisão com 14 anos e acabei optando pela Administração. Nunca imaginei que fosse fazer pesquisa e muito menos que seria em temáticas tão diferentes do que eu via em sala de aula. Acho Administração uma área muito importante, mas não me vejo atuando na área; agora que sou Técnica em Administração, acabei me apaixonando pela pesquisa!
Assim que eu ingressei no curso me interessei muito por um projeto de extensão rural pois minha família é muito envolvida com a área de agronomia. A coordenadora era a professora Flávia e tinha que fazer um processo de seleção para entrar no projeto. Lembro da adolescente de 14 anos que estava morrendo de nervosismo, mas muito animada com a possibilidade de fazer algo diferente das aulas teóricas, uma vez que os IFs oferecem várias oportunidades. Logo em seguida já estava sendo orientada pela professora Flávia e admirando o trabalho que ela faz.
Boletim da SBPMat: – Complementando a pergunta anterior, como/quando surgiu e se desenvolveu em você a vontade de ser cientista? A participação nas amostras e competições foi importante nesse processo?
Juliana Davoglio Estradioto: – Quando eu era criança eu gostava de subir em árvores, observar insetos e ficar em contato com a natureza. Contudo, ao longo da infância aprendemos a ser mais contidos e nosso espírito investigativo diminui. Então eu nunca tive a vontade de ser cientista apesar de ser curiosa quando era criança, meu sonho de infância era ser cantora! E por isso digo que a ciência me escolheu e não o contrário, jamais imaginei que ia ser algo pelo qual eu ia ser tão apaixonada. Quando entrei no Instituto Federal, me envolvi em projetos e tive uma professora que realmente me incentivou a seguir nessa área. O contato com a ciência me ajudou a enfrentar um momento pessoal difícil, me fez querer ser uma pessoa melhor e mais determinada, além de persistente enquanto cientista. A participação em feiras de ciências foi mais importante na minha construção pessoal e auxiliou no desenvolvimento das minhas habilidades comunicativas e empatia, enquanto que o convívio no laboratório e a vontade de pesquisar me mostraram que eu quero fazer isso para o resto da vida.
Boletim da SBPMat: – Sobre o desenvolvimento do plástico biodegradável a partir de resíduos de maracujá, conte-nos brevemente o caminho percorrido, da ideia até a realização do material e da aplicação. Você consultou muitos artigos científicos? Trocou ideias com outros pesquisadores? Quais laboratórios usou?
Juliana Davoglio Estradioto: – O projeto do plástico biodegradável a partir da casca de maracujá surgiu a partir de um problema que eu observei na minha região a partir do projeto de extensão rural que eu participei no primeiro ano do ensino médio: que a indústria de processamento de frutos gera resíduos, sendo que no maracujá os resíduos correspondem a 70% do fruto. Eu queria trazer uma utilização para essa casca e a professora Flávia foi essencial no papel de me motivar e instigar a ir atrás de uma solução. Conversamos sobre ideias para o aproveitamento da casca e então eu descobri o que eram os artigos científicos. Foi um susto pois eu tinha 15 anos e não havia tido contato com artigos até então. Os artigos são um meio de comunicação mais acadêmico e eu tinha que descobrir muitas coisas antes de conseguir ler eles, pois minhas aulas no ensino médio eram básicas e as técnicas voltadas para a administração. Precisei aprender muito sobre Química e Biologia antes de conseguir entender os artigos, conversei com outros pesquisadores e muito consultei minha orientadora. No meio do desenvolvimento do projeto (quando estava tudo dando errado ahahahaha), descobrimos por coincidência que a primeira orientadora da professora Flávia estava trabalhando com filmes plásticos biodegradáveis, a professora Simone Hickmann Flôres. Assim foi possível fazer um intermédio e utilizar alguns laboratórios do Instituto de Ciência e Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul para fazer análises mais complexas, enquanto eu continuei fazendo a pesquisa no laboratório de panificação do IFRS – campus Osório (o único que tinha na época). Quando eu tive boas amostras de plástico, comecei a me questionar sobre a aplicação que poderia dar ao material. E foi aí que eu me lembrei justamente das visitas aos agricultores, em que eu tinha visto mudas envolvidas por um plástico preto (o polietileno de baixa densidade). Queria substituir esse material pelo meu plástico biodegradável e foi bem difícil até conseguir chegar em uma embalagem recipiente para mudas. O mais legal dessa aplicação é que a embalagem pode ser plantada junto com a muda, evitando a geração de lixo.
Boletim da SBPMat: – Em 2018 você começou a trabalhar em outro projeto ligado ao desenvolvimento de um material a partir de resíduos agrícolas, também coordenado pela professora Flávia. Poderia nos resumir do que trata esse trabalho e qual o status de desenvolvimento?
Juliana Davoglio Estradioto: – O projeto surgiu a partir da demanda de uma das maiores agroexportadoras da noz macadâmia aqui no Brasil, sendo que a noz está em ascensão no mercado mundial. O processamento do fruto para obter a noz que é comercializada gera um resíduo agroindustrial que é a casca de noz macadâmia. Essa casca normalmente é destinada a aterros sanitários ou para a combustão e produção de energia. O que eu queria fazer era uma aplicação biotecnológica, então minha hipótese foi se seria possível a utilização do resíduo agroindustrial da noz macadâmia na síntese de uma biomembrana polimérica. O projeto ainda está sendo desenvolvido e aprimorado, já consegui comprovar minha hipótese de forma positiva e estou buscando melhorar o aspecto das biomembranas.
Boletim da SBPMat: – A quais fatores e competências você atribui o sucesso que seus trabalhos tiveram em premiações nacionais e internacionais?
Juliana Davoglio Estradioto: – Acredito que minha vida seria completamente diferente se eu não tivesse estudado no Instituto Federal do Rio Grande do Sul, pois ele proporciona diversas oportunidades que infelizmente ainda não são ofertadas em outras escolas de ensino básico. Ter sido aluna do IF e orientada da professora Flávia fez com que minha visão sobre a educação e ciência mudassem, sou muito grata por entender o papel transformador que elas desempenharam na minha vida e em muitas outras realidades brasileiras.
Boletim da SBPMat: – A sua carreira em pesquisa científica começou com muitíssimo destaque. O que você pretende, do ponto de vista profissional, para os próximos anos ou para as próximas décadas da sua vida?
Juliana Davoglio Estradioto: – Pretendo continuar pesquisando nas áreas que sou apaixonada e ser uma cientista, gosto muito de ciências da natureza e acredito que nunca vá conseguir abandonar isso. Quero trabalhar com temáticas voltadas principalmente para a sustentabilidade, pois precisamos encontrar alternativas para o impacto que estamos causando em todos os ecossistemas. Contudo, além de ser uma pesquisadora, pretendo trabalhar com educação e divulgação científica.
Boletim da SBPMat: – Ao colocar seu nome no Google, a gente adivinha que a sua vida tem mudado bastante nos últimos tempos. São muitas entrevistas em todos os tipos de mídia, viagens, apresentações, premiações, formalidades, parabéns de políticos, conterrâneos e admiradores… Como você leva esta mudança?
Juliana Davoglio Estradioto: – É uma mudança muito positiva e representa muito para mim nesse momento, pois me sinto responsável pela divulgação de meninas que façam pesquisa no ensino médio. São atividades que me dão prazer e acredito que precisamos estimular outros jovens para que eles vejam a carreira científica como uma possibilidade e uma oportunidade.
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O programa University Chapters (UCs) da SBPMat inicia 2019 com um novo integrante, o UC da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Com a criação desta unidade, o programa passa a contar com nove UCs distribuídos nas regiões sul, sudeste, nordeste e norte do país.
A equipe interdisciplinar do novo UC reúne 15 estudantes (três de graduação, cinco de mestrado e sete de doutorado) de cursos de Química, Ciências Biológicas e Ciência dos Materiais da UFPE. O tutor da unidade é o professor Petrus d´Amorim Santa Cruz Oliveira.
“O que nos motivou a criar nosso UC foi a necessidade de explorar o mundo da Ciência de Materiais, reinventando novos caminhos para ampliar e aproximar pessoas de todas as partes, desta forma diversificando e fortalecendo a nossa formação cada vez mais”, diz Karolyne Santos da Silva, presidente do UC. “Nossa expectativa maior é despertar o jovem para a ciência, mostrando que há possibilidades de ser inovador e de ter a oportunidade de vivenciar novas experiências com outros pesquisadores”, completa a doutoranda em Ciência de Materiais.
No contexto do programa UCs da SBPMat, a equipe planeja, inicialmente, realizar uma série de eventos: um curso de férias, o I Encontro de Ciência e Engenharia de Materiais de Pernambuco e workshops anuais.
Conheça o Programa UCs da SBPMat e as nove unidades que possui até o momento nos estados de Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul e São Paulo: http://sbpmat.org.br/university-chapters/
O professor Oswaldo Luiz Alves (IQ – UNICAMP), sócio da SBPMat, foi agraciado com o título de Professor Honoris Causa da Universidade Federal do Ceará (UFC). O título lhe foi outorgado pelo Conselho Universitário da instituição no dia 17 de dezembro de 2018. Além de ser professor titular da UNICAMP, Alves é docente colaborador do Programa de Pós-Graduação em Física da UFC há mais de 30 anos.
Em outubro de 2018, o professor Alves recebeu mais uma importante distinção, a admissão na Ordem Nacional do Mérito Científico na classe Grã-Cruz.
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In the late 1970s, when he was a doctoral student, German scientist Heinz von Seggern came to Brazil for the first time and met some local researchers with whom he still collaborates. His host was Bernhard Gross, another German scientist who settled in Brazil and is considered a pioneer of materials research in the country. This was the beginning of a series of scientific visits of Heinz von Seggern to Brazil, which included the participation in five B-MRS Meetings, the annual events of the Brazilian Materials Research Society. In the last edition of the event, Prof. Heinz von Seggern gave a plenary lecture on ferroelectrets.
Heinz von Seggern graduated in physics from the University of Hannover (Germany) in 1976. He received his PhD degree in electrical engineering from the Technical University of Darmstadt (Germany) in 1979. His thesis advisor was Prof. Gerhard Sessler, one of the inventors of the electret microphone, the most common type of microphone in use today. After that, Heinz von Seggern became a postdoc and then a principal investigator at AT&T Bell Laboratories (USA). From 1985 to 1997 he worked at Siemens research center in Erlangen (Germany), starting as a principal investigator and then being promoted to department head. Since 1997, he is Full Professor at the Technical University of Darmstadt, where he leads the Electronic Materials Group.
Throughout four decades of scientific research, Heinz von Seggern has made important contributions to the field of materials in understanding fundamental phenomena, developing analysis techniques and applications, and inventing devices. He has published over 280 scientific papers in peer-reviewed journals with more than 7.800 citations, and his h-index is 46 (Google Scholar).
See our interview with this scientist.
B-MRS Newsletter: – What motivated you to become a scientist and, particularly, a materials scientist?
Heinz von Seggern: – Already as a high school student my main interest was directed towards natural science. This passion was strongly motivated by one of my teachers who really understood to ignite my love for this field. So it was a natural thing for me to study physics, however, I always kept in touch with mathematics and chemistry. After finishing my diploma in physics at the Technical University of Hannover, I started my PhD work at the Technical University of Darmstadt in the electrical engineering department and two and a half years later I received my doctoral degree in electrical engineering. The following four out of five years I spend at Bell Laboratories in Murray Hill, New Jersey, USA whose fabulous working conditions made my bonds to science even stronger. My path to materials science started with my return to the Corporate Research Laboratories of Siemens AG in Erlangen where I spend 12 years before being appointed as full professor at the Technical University of Darmstadt, Germany. In the time at Siemens my work was focused on more practical aspects of science which I started to be increasingly interested in. The ability to change and adapt material properties to practical demands, which is the basic task of materials science, fascinated me more and more.
B-MRS Newsletter: – In your opinion, what are your main contributions to the materials field? Please, select a couple of discoveries/developments, describe them briefly, describe the context in which they were developed, and share the papers or patents references.
Heinz von Seggern: – Since I have been working on different subjects it is not so easy to point out my or our major contributions to the materials field. I will concentrate on one discovery or development in each field. Let’s start with my PhD study. My task was to understand the charge transport and electronic trap structure of Teflon FEP thin films to back up the lifetime expectation of electret microphones. I discovered by means of thermally stimulated discharge measurements that Teflon FEP contains two different types of energetically deep electron traps which are located near the surface and in the bulk of the films, respectively. This discovery was made possible by comparing TSD results of corona and electron beam charged samples whereby corona charging leads to filling of traps close to the surface and electron-beam charging allowed for deposition of charge into surface and bulk traps dependent on the utilized electron energy. From this finding a charge transport model was developed depending on the initial location of the electrons after charging. The model is based on trapping and thermally induced release. In case of corona charging the transport is initiated by a thermally induced release of electrons from surface traps and a subsequent capture and release by deeper bulk traps [Ref: H. von Seggern, J. Appl. Phys. 50, 7039 (1979), Heinz von Seggern, J. Appl. Phys. 50, 2817 (1979)]. The morphological reason for the different trap depth of surface and bulk can be seen in the film production process where different cooling rates apply to the surface and the bulk of the films.
After finishing my PhD degree I continued this research at Bell Laboratories investigating the transport of positive charges. In contrast to the electron traps, hole traps are relatively shallow and are distributed through the complete film. Once filled they empty relatively fast already at room temperature. On the other hand the number to energetically deep traps was found to be rather small resulting in a low capture rate. This implies that holes have a high probability to penetrate the film via hopping through shallow traps without being captured by deep traps which implies a rather low charge stability of Teflon FEP for holes. We were able to show that this problem can be circumvented by charging at high temperatures filling only deep traps [H. von Seggern, J. West, J. Appl. Phys. 55, 2754 (1984)]. This charge stabilization for positive charges recently became important with respect to so called piezoelectrets where by symmetry breaking a novel piezoelectric material was generated utilizing only nonpolar components. For these devices the stability of both charge types is essential.
During my time at the Corporate Research Labs of Siemens AG in Erlangen the field of interest changed to x-ray storage phosphors which are currently applied in so called image plates used commercially in x-ray diagnostics. The image plate thereby combines the classically utilized silver halide film and the intensifying screen where latter was applied to convert incoming x-rays to visible photons which are then detected by the photographic silver halide film. The working principle of the image plate is that by x-ray exposure electrons and holes are generated and trapped as F-centers and Vk-centers, respectively. Readout occurs by photostimulation of the electron and radiative recombination with the Vk-center. The released energy is then converted to a rare earth ion which emits light at its characteristic wavelength. Thereby the intensity of the emitted photons is indicative for the locally absorbed x-ray dose. My major contribution to this field was the discovery of the basic working principle of these photostimulable phosphors and the existence of spatially correlated and uncorrelated PSL centers which allowed for a deeper insight into the physics of storage phosphors [H. von Seggern et al., J. Appl. Phys. 64, 1405 (1988)]. Another contribution was the invention of neutron image plates fabricated by mixing an effective neutron absorber to the granular storage phosphor particles [T. Bücherl, H. von Seggern et al., Nucl. Instr. Meth. A333, 502 (1993)]. This technique is still widely used in neutron image detection.
After accepting the position as full professor in Materials Science at the Technische Universität Darmstadt I concentrated my efforts on the field of Organic Electronics which I already started at Siemens some years before. In the first years we focused on the energetic trap distribution of organic semiconductors. We were the first to experimentally prove the existence of a Gaussian trap distribution predicted earlier by Bässler et al. through Monte Carlo simulation. The experimental method used a refined thermally stimulated discharge technique known as fractional discharge, where a stepwise increase in temperature combined with the corresponding thermal release of charge allows one to determine the trap distribution which up to now is the only technique known to directly determine the distribution of traps [N. von Malm et al., J. Appl. Phys. 89, 5559 (2001); R. Schmechel et al., Phys. Stat. Sol. (a) 201, 1215 (2004)]. The largest scientific attention we received, however, for the invention of the organic light emitting transistor (OFET) based on tetracene and a polyfluorene derivative. In such OFETs it was shown to be possible to obtain ambipolar transport by injection of electrons and holes from source and drain, respectively [A. Hepp, H.von Seggern et al., Phys. Rev. Let. 157406, 1 (2003); M. Ahles, H. von Seggern et al., Appl. Phys. Let. 84, 428 (2004)]. It was also shown that the same ambipolar transport can be used to construct colour tunable OFETs [E. J. Feldmeier, H. von Seggern et al., Adv. Mater 22, 3568 (2010)] where the motion of the emissive recombination zone through the transistor channel is used to excite different overlaying organic semiconductors with different emission wavelength.
In the last years at TU Darmstadt I have revisited charge storage in organic polymers known as ferro- or piezoelectrets. The cellular polymer polypropylene has shown by Finnish scientists to exhibit large piezoelectric d33 coefficients after poling by high electric fields with the only disadvantage that the trapped charge turned out to be thermally unstable. Therefore structures changed quickly to Teflon based sandwiches of solid FEP /ePTFE/ solid FEP, where ePTFE is a highly porous PTFE consisting of up to 98% air, and later to completely air filled structures. My contribution to that field is the physics explaining the hysteresis and thereof the deduction of the maximal stable polarization which then allows for the theoretical deduction of the piezoelectric d33 coefficient for plane-parallel structures. This knowledge allows for the optimization of the piezoelectric effect and therewith increases the potential for future applications [S. Zhukov, H. von Seggern et al., J. Appl. Phys. 102, 044109 (2007); S. Zhukov, H. von Seggern et al., Scientific reports 8, 4597 (2018)].
B-MRS Newsletter: – Please make a brief story of your interaction with Brazil and with Prof Bernhard Gross.
Heinz von Seggern: – During my PhD work at TU Darmstadt Prof. Gross was a frequent guest of Prof. G.M. Sessler, my thesis adviser. Before my final PhD defense he invited me to visit the Institute of Physics of the University of Sao Paulo (USP) in Sao Carlos. Here I met all the people with whom I am still in contact and friendship with, namely Roberto M. Faria and Jose A. Giacometti who in the meantime have become established professors at USP. After finishing my PhD study I went to Bell Laboratories, Murray Hill, NJ. where Profs. Gross and Sessler were welcomed guest almost every year. The collaboration was extremely fruitful and resulted in a number of joint publications. In 1984 I then left Bell Labs and started to work at Siemens Corporate Research on different topics for the next 12 years and naturally the collaboration was at rest. But as soon as I became appointed Professor at TU Darmstadt I revitalized my connection to the Institute of Physics of Sao Carlos, whose polymer group is now called Grupo de Polimeros “Prof. Bernhard Gross”. From that year on I visited initially Prof. Giacometti and later Prof. Faria almost yearly for up to two month financed generously by FAPESP through various programs. These stays were always very enjoyable and busy, and quite a few publications have resulted.
B-MRS Newsletter: – How many times did you attend the B-MRS Meetings? Do you remember when was the first time?
Heinz von Seggern: – In total I have attended five Brazilian MRS meetings starting in Natal 2007, Florianopolis 2012, Joan Pessoa 2014, Rio de Janeiro 2015 and again Natal in 2017. My first stay in Natal 2007 I remember especially since I was allowed to present our work in front of a great audience on the recently discovered light emitting organic field effect transistor and, on a more personal note, I also remember the wonderful Caipirinha my wife and me were enjoying every evening during sunset at the ocean side.
B-MRS Newsletter: – You have about 40 years of strong experience as a researcher. Please leave a short message with some advice for the students and junior scientists of our community.
Heinz von Seggern: – In the context of scientific education Prof. Bernhard Gross once said to me: “For someone who knows nothing, everything is possible.” There is a lot of truth in these few words. We all tend to sometimes talk about things that seem to be obvious to us but in reality they are not. My advice therefore is, especially to young scientists, to always ask yourself whether you understand the physical and/or chemical grounds of your current research. If not I suggest to you to acquire the missing basics, which then allows you to select from “everything is possible” the physical meaningful trials. This will definitely help you to make the right decisions to continue your research in a meaningful way.
Saiba quais serão as palestras plenárias e a palestra memorial do XVIII B-MRS Meeting (Balneário Camboriú, 22 a 26 de setembro de 2019).
Memorial Lecture
Prof. Yvonne Primerano Mascarenhas
Instituto de Física de São Carlos – USP
Plenary Lectures
Prof. Julia Greer
California Institute of Technology – USA
Title: Materials by Design: Three-Dimensional Nano-Architected Meta-Materials
Prof. Stefano Baroni
Scuola Internazionale Superiore di Studi Avanzati – Italy
Title: Multi scale simulation of the color optical properties of natural dyes in solution
Prof. Alan Taub
University of Michigan – USA
Title: Challenges in Processing of Materials to Reduce Weight of Structural Components
Prof. Norbert Koch
Humboldt-Universität zu Berlin – Germany
Title: Hybrid inorganic/organic semiconductor structures for opto-electronics
Prof. Mingzhong Wu
Colorado State University – USA
Title: Spin Transfer in Topological Insulator/Magnetic Insulator Bi-Layered Structures
Prof. Maurizio Prato
Università degli Studi di Trieste – Italy
Title: Multifunctional Hybrid Carbon Interfaces
Fernando Galembeck, professor aposentado colaborador da UNICAMP, é um dos cientistas distinguidos com o III Prêmio Cientistas e Empreendedores do Ano Instituto Nanocell. Galembeck foi selecionado na categoria “Professor”, na área “Nanotecnologia”.
O professor Galembeck, que tem um amplo histórico de atuação em pesquisa, desenvolvimento e inovação em materiais, é sócio fundador da SBPMat e foi destacado neste ano pela sociedade com a Palestra Memorial Joaquim da Costa Ribeiro.
Estão abertas as inscrições para o Processo Seletivo 2019/1 ao Mestrado Acadêmico e ao Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia da Nanotecnologia – PENt da COPPE/UFRJ.
O PENt é um Programa pioneiro no Brasil na área de Engenharia da Nanotecnologia, que deu início às suas atividades no ano de 2014.
Nesta oportunidade estão sendo oferecidas 20 vagas para o Mestrado Acadêmico (para entrada no período 2019/1) e um total de 20 vagas para o Doutorado (para entradas nos períodos 2019/1, 2019/2 e 2019/3).
O período de inscrição para ingresso no Mestrado Acadêmico no período 2019/1 é de 08/10/2018 a 23/11/2018 07/12/2018 (NOVA DATA).
O período de inscrição para ingresso no Doutorado no período 2019/1 é de 08/10/2018 a 14/12/2018.
Mais informações e documentos estão disponíveis na página do PENt na internet: http://www.pent.