XII Encontro da SBPMat: Prêmio Bernhard Gross, para estudantes de graduação e pós-graduação, distinguirá os melhores trabalhos dos simpósios.

Trabalhos de estudantes de graduação ou pós-graduação apresentados em forma de painel ou apresentação oral nos simpósios do XII Encontro da SBPMat participarão do “Prêmio Bernhard Gross”. O prêmio distinguirá o melhor trabalho de cada simpósio e, entre esses finalistas, o melhor trabalho do XII Encontro.

Os estudantes premiados serão laureados com certificados. Além disso, os vencedores dos melhores trabalhos de cada simpósio receberão como prêmio a isenção da taxa de inscrição para participar do XIII Encontro da SBPMat em 2014, e o vencedor do melhor trabalho do evento ganhará o valor de R$ 1.000 concedido pela empresa Shimadzu.

Os prêmios serão entregues aos vencedores na cerimônia de encerramento do XII Encontro, no dia 3 de Outubro às 10h50. O não comparecimento do premiado à cerimônia implicará no cancelamento da premiação para o estudante.

Saiba sobre Bernhard Gross, um dos pioneiros da pesquisa em Física da Matéria Condensada no Brasil.

Boletim SBPMat – edição 12 – agosto 2013.

 

Edição nº 12 – Agosto de 2013

Saudações,

XII Encontro da SBPMat

 

XII Encontro da SBPMat: entrevistas com palestrantes das plenárias

Anke Kaysser-Pyzalla, diretora científica de um centro de pesquisa da Alemanha (o HZB) que possui equipamentos de grande escala para pesquisas com neutrons e com luz síncrotron, comentou  como esses equipamentos estão contribuindo e podem contribuir no desenvolvimento de materiais para energia solar.

Veja a entrevista.

Artigos científicos em destaque

Conduzida por brasileiros do IFSC-USP em colaboração com franceses, poloneses e outros brasileiros, a pesquisa em destaque neste mês mostrou que a espectroscopia baseada no efeito de absorção de dois fótons (fenômeno óptico não linear proposto em 1930) fornece informações relevantes e únicas sobre estrutura eletrônica e molecular de materiais. A equipe analisou cromóforos orgânicos quirais. O trabalho foi publicado no Journal of Physical Chemistry Letters.

Veja o artigo de divulgação “Estrutura molecular e eletrônica de cromóforos desvendada”.

Gente da nossa comunidade

Pesquisador da área de Materiais há mais de 40 anos, dedicado ao estudo dos materiais magnéticos, o professor Sergio Rezende desenvolveu sua carreira científica em paralelo a seus cargos de gestor de C&T. Chegou a presidir o Ministério da C&T e a Finep. Em junho deste ano, foi destacado com o Prêmio FCW de Ciência, e aproveitamos para entrevistá-lo. Ele falou sobre passado, presente e futuro dos materiais magnéticos, lembrou suas principais contribuições à ciência brasileira, nos contou seus interesses e projetos atuais e deixou uma mensagem para nossos leitores mais jovens.

Veja a entrevista.

História da pesquisa em Materiais

A um mês da 12ª edição do encontro anual da SBPMat, relembramos o sucesso e o legado do I Encontro da SBPMat, realizado em julho de 2002 no Rio de Janeiro. Aqui.

Dicas de leitura

Novidades do meio acadêmico

  • A Capes divulgou os resultados da seleção de bolsistas do novo Programa Capes/CNPEM para pesquisas nas áreas de Energia e Materiais. Aqui.
  • Q-Glass: um vidro metálico de estrutura muito particular. Um novo tipo de sólido? (baseado em paper da Physical Review Letters – texto + vídeo). Aqui.
  • Avanços para o uso de nanocristais de silício em eletrônicos e células solares de baixo custo e longa vida (baseado em paper da Nature Communications). Aqui.
  • Nova revista científica, editada pela Springer + Associação Brasileira de Adesão e Adesivos: Applied Adhesion Science. Aqui.
  • INCT de Engenharia de Superfícies divulgou as imagens selecionadas no Prêmio “Engenharia de Superfícies em imagens”Aqui.
No mercado (ou quase)
  • Centro de pesquisa anunciou a produção no Brasil de células fotovoltaicas orgânicas (OPV) para painéis flexíveis (site do Csem). Aqui.
  • Parceria do IPT com a CBMM para reduzir óxido de neodímio em neodímio metálico visando fabricação de superímãs (site do IPT). Aqui.
  • Artigo sobre regulamentação da interação de nanomateriais com biossistemas e nanotoxicologia (revista Ciência e Cultura). Aqui.

Oportunidades

Doutorado e pós-doutorado

  • Chamada CNPq para bolsas de doutorado e pós-doutorado júnior para que cidadãos oriundos de países da América Latina (exceto do Brasil) realizem estudos em programas de pós-graduação em Física avaliados com nota igual ou superior a 5. Aqui.
  • Bolsas da Dahlem Research School para pós-doutorado na Alemanha. Catálise é tema de interesse. Aqui.
  • Pós-doutorado ligado a CEPID em sinterização ativada de nanocristais de óxidos metálicos. Aqui.
  • Doutorado Brasil (UFRGS) – França (Lyon 1) em superfícies super-repulsivas. Aqui.
Concursos para professor
  • Concurso na Unicamp para professor na área de Química Inorgânica. Aqui.

Próximos eventos da área

  • MSSC2013 – Ab Initio Modeling in Solid State Chemistry. Featuring CRYSTAL13 and CRYSCOR13. Aqui.
  • 22 International Congress on X-ray Optics and Microanalysis. Aqui.
  • Euromat 2013 – European Congress and Exhibition on Advanced Materials and Processes. Aqui.
  • 8º Brazilian-German Workshop on Applied Surface Science. Aqui.
  • MSSC2013 London edition – Ab initio modelling in Solid State Chemistry (new users). Aqui.
  • Os desafios da invenção e inovação no Brasil: experiências de sucesso e insucesso no Estado de São Paulo. Aqui.
  • 8th International Conference on High Temperature Ceramic Matrix Composites (HTCMC-8). Aqui.
  • Graphene Brazil 2013. Aqui.
  • Humboldt Kolleg 2013 – Sciences and technology in contemporary life: impacts and horizons. Aqui.
  • XII Encontro da SBPMat. Aqui.
  • II Workshop Polimorfismo e Nanofármacos. Oportunidades, tendências e desafios na indústria farmacêutica. Aqui.
  • 4th International Congress on Alternative Energies and 1st International Meeting of the IPN Energy Network. Aqui.
  • International Polysaccharide Conference (EPNOE 2013). Aqui.
  • III ENBRAER. Encontro Brasileiro de Espectroscopia Raman. Aqui.
  • “I Reunión Latinoamericana de Cristalografía”, ” IX Reunión Anual de la Asociación Argentina de Cristalografía” e eventos satélite. Aqui.
  • 6º Congresso Internacional de Electrocerâmica. Aqui.
  • 10º Encontro Brasileiro sobre Adsorção. Aqui.
  • 13th International Conference on Modern Materials and Technologies (CIMTEC 2014). Aqui.

Veja a agenda de eventos.

Nosso perfil no TwitterNossa página no Facebook
Para divulgar novidades, oportunidades, eventos ou dicas de leitura da área de Materiais, escreva para comunicacao@sbpmat.org.br.

Descadastre-se caso não queira receber mais e-mails.

 


Caso não esteja visualizando corretamente esta mensagem, acesse este link

XII Encontro da SBPMat: cerca de 1.500 inscritos até o momento!

Convention Center – o local do evento em Campos do Jordão. Foto: José Cláudio G. Martins.

O XII Encontro da SBPMat, que ocorrerá de 29 de setembro a 3 de outubro em Campos do Jordão (SP), conta, até o momento, com quase 1.500 inscritos, provenientes de 22 países diferentes. Do Brasil, estão representadas as cinco regiões por meio de 24 estados. As inscrições permanecem abertas até o último dia do evento.

Nas sessões orais e de pôsteres que ocorrerão no contexto dos simpósios, mais de 1.700 trabalhos devem ser apresentados. Essas sessões incluem tanto temas já estabelecidos quanto áreas emergentes da pesquisa em Materiais : materiais para eletrônica e fotônica, materiais para energia, biomateriais, nanomateriais, estruturas supramoleculares, materiais orgânicos, técnicas de caracterização, teoria e simulação, entre outros temas.

Além das apresentações dos simpósios, a programação científica do evento anual da SBPMat oferece, neste ano, sete palestras plenárias com cientistas destacados internacionalmente. Os palestrantes apresentarão resultados, perspectivas, desafios e o estado da arte dos temas em que são especialistas: memórias não voláteis, modelagem de nanomateriais, materiais termoelétricos, OLEDs para iluminação ultraeficiente, condutividade iônica de materiais cristalinos, óxidos metálicos multifuncionais e materiais para energias renováveis.

O encontro também contará com a palestra memorial “Joaquim Costa Ribeiro” do professor Elson Longo, uma mesa redonda sobre inovação na indústria brasileira, uma exposição com 30 estandes exibindo instrumentos, serviços e produtos para a comunidade de Materiais e a entrega do prêmio “Bernhard Gross”, que distinguirá os melhores pôsteres dos simpósios.

Veja a programação.

Um cantinho de Campos do Jordão.

Mensagem do coordenador do XII Encontro da SBPMat, professor José Alberto Giacometti (Instituto de Física de São Carlos – USP):

O XII Encontro, de 29 de setembro a 3 de Outubro de 2013, será uma excelente oportunidade para congregar pesquisadores de 24 estados brasileiros e de 22 países, estimulando a troca de informações e a cooperação de pesquisas em diferentes áreas da ciência e tecnologia de materiais.

Reitero o convite, a todos os pesquisadores e alunos que ainda não fizeram, a realizar a sua inscrição para participar do nosso encontro na agradável cidade de Campos do Jordão (SP).

Na próxima semana divulgaremos a programação final do evento.

Aproveito para agradecer a todos os colegas que enviaram os seus trabalhos e parabenizar os Comitês Organizadores e os Coordenadores dos Simpósios do XII Encontro pela conclusão de mais essa etapa de organização do evento.

Atenciosamente,         José Alberto Giacometti (Coordenador do Encontro)

História da pesquisa em Materiais: O I Encontro da SBPMat.

De 7 a 10 de julho de 2002, no hotel Pestana Rio Atlântida, frente à praia de Copacabana (Rio de Janeiro), ocorria o encontro inaugural da recém-fundada Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais, o I Encontro da SBPMat. O evento reuniu cerca de 400 cientistas – um número muito positivo para um primeiro evento, como destaca o professor Guillermo Solórzano (PUC-Rio), então presidente da SBPMat e líder da organização do encontro.

Além do mérito de reunir uma quantidade significativa de participantes, o I Encontro da SBPMat conseguiu transmitir o espírito da SBPMat, já presente na gênese da sociedade, por meio de suas duas características principais, a internacionalização e a interdisciplinaridade.

Caráter internacional e interdisciplinar

Vários aspectos contribuíam ao caráter internacional do evento. Os 400 cientistas participantes eram originários de 18 países diferentes. A comissão organizadora de programa incluía os presidentes das sociedades de pesquisa em Materiais dos Estados Unidos (MRS) e da Europa (E-MRS), respectivamente Alexander King (MRS) e Giovanni Marletta (E-MRS). A programação também enfatizava a cooperação internacional por meio de sessões plenárias sobre ferramentas de colaboração e instrumentos de financiamento de projetos de colaboração internacional, com apresentações de representantes da união internacional de sociedades de pesquisa em Materiais (IUMRS, na sigla em inglês); da National Science Foundation (NSF, a agência estadunidense de incentivo à pesquisa), e do CNPq. A repercussão do evento na comunidade científica mundial da área também foi importante, como atesta o relatório escrito por Alexander King e publicado no MRS Bulletin de outubro desse ano.

Nesse texto, o presidente da MRS destacava a “programação fortemente interdisciplinar, que provocou discussões formais durante as sessões e também informais”. De fato, os temas dos simpósios que constituíram o eixo do evento iam muito além da clássica divisão do conhecimento em Física, Química, Engenharias etc. Os cinco simpósios do encontro inaugural da SBPMat trataram sobre materiais e sistemas nanoestruturados; biomateriais; materiais e dispositivos semicondutores; eletrocerâmicos, e modificação superficial de filmes e materiais poliméricos.

Além de destacar o espírito internacional e interdisciplinar do evento, comentários enviados à diretoria da SBPMat por cientistas e autoridades de entidades do Brasil e do exterior elogiavam o nível científico dos trabalhos apresentados e o profissionalismo da organização, entre outras questões.

Um formato de evento bem-sucedido

O evento estabeleceu o formato, similar ao da MRS, que seria usado até a atualidade nos encontros da SBPMat: simpósios com apresentação de trabalhos da comunidade por meio de orais e pôsteres, palestras plenárias e estandes de empresas, principalmente fabricantes e representantes de equipamentos para pesquisa. Na ocasião, foram apresentados mais de 400 trabalhos nos simpósios. O encontro também contou com um workshop sobre “powder materials”.

A forma de organização dos simpósios, comenta o professor Solórzano, foi inovadora para o Brasil, como por exemplo no incentivo a que cada simpósio tivesse organizadores do país e do exterior. Um exemplo foi o simpósio sobre materiais e sistemas nanoestruturados, que contou com os presidentes da MRS e da E-MRS como organizadores do exterior e com os professores Celso Pinto de Melo (da UFPE e na época diretor do CNPq), Fernando Lázaro Freire Jr. (da PUC-Rio e membro da diretoria fundadora da SBPMat) e o próprio Solórzano como organizadores nacionais. Além disso, os simpósios tinham que ter, desde o início, uma comissão científica explicitada no site do evento, à qual pertenciam os revisores dos trabalhos que seriam submetidos. “Isso não acontecia em outros congressos nacionais”, compara Solórzano. “Naquela época, você mandava um trabalho para um congresso no Brasil e não sabia onde ia parar”.

Periodicidade

A organização do encontro inaugural da SBPMat foi uma das primeiras ações da gestão de Guillermo Solórzano enquanto presidente da diretoria fundadora da SBPMat (2001 -2003). Além de superar suas expectativas quanto ao número de participantes, o I Encontro trouxe mais uma surpresa para o presidente da sociedade. “Eu tinha imaginado que teríamos encontros bienais, mas, na sessão de encerramento do primeiro encontro, que foi como uma assembleia, avaliou-se muito bem o evento e se decidiu que devia ser anual!”, comenta o professor. Assim, logo após a finalização do encontro inaugural, começaram as providências para a organização do II Encontro da SBPMat, o qual seria realizado em outubro de 2003, também no Rio de Janeiro, ainda com Solórzano a frente da SBPMat. A periodicidade anual dos eventos da sociedade se mantém até a atualidade.

———————-

Se você participou do encontro inaugural da SBPMat, compartilhe conosco as suas lembranças e, se tiver, fotografias ou documentos, usando o campo para comentários abaixo ou enviando e-mail para comunicacao@sbpmat.org.br.

Interviews with plenary lecturers of the XII SBPMat Meeting: Anke Kaysser-Pyzalla (Helmholtz-Zentrum Berlin für Materialien und Energie).

In Berlin (Germany), a research center for materials and energy attracts around 2.500 scientists from the world each year with its two main large scale facilities for investigating the structure and function of matter: the neutron source BER II and the synchrotron source BESSY II. Professor Anke Kaysser-Pyzalla, the scientific director of that research center (the Helmholtz-Zentrum Berlin für Materialien und Energie – HZB), is one of the plenary speakers of the XII SBPMat meeting. In her talk, Kaysser-Pyzalla will address the capabilities for research on solar energy materials of the center, focusing on thin film photovoltaics and solar fuels.

Anke obtained her PhD degree with a thesis in Materials Science from the Ruhr University Bochum (Germany), where she is a full university professor since 2011. Priorly, she was a member of the scientifc staff of the Hahn-Meitner-Institute (Berlin), of the Institute of Materials Science and Technologies from Technische Universität Berlin and at the Max-Planck-Institut für Eisenforschung (Düsseldorf), where she also was director and chief executive. She is the editor of the “Journal of Applied Crystallography”.

See below our interview with the lecturer.

SBPMat: – Could you briefly describe the potential of BER II and BESSY II facilities for research in the field of solar energy?

Anke Kaysser-Pyzalla (A.K.P): – Thin film materials used for solar cells are predestined for studying at a synchrotron facility. Especially at the interfaces of the different layers there are effects causing current loss in the solar cell. These processes we wish to understand in order to develop better solar materials. At BESSY II many such studies are carried out. The demand is strong. Therefore, we are building a new lab for preparation and analysis of samples for solar energy and catalysis research called EMIL (Energy Materials In Situ Laboratory Berlin). This lab will open in 2015 and it will have direct access to BESSY II beamlines. The deposition of the layers can then be studied in situ at the synchrotron, without having to break the vacuum. This is unique in the world. BER II also offers opportunities for research on solar materials. Neutrons are particularly well suited to distinguish the electronically similar elements copper and zinc in a crystal structure. At HZB we use it for studying chalcopyrite and kesterite materials at BER II.

SBPMat: – In Brazil, in Campinas city, there is a Synchrotron national facility. Which are the differences between Campinas and HZB´s facilities?

A.K.P.: – LNLS in Campinas is a second generation synchrotron source, whereas the HZB’s photon source BESSY II is of third generation. Third generation sources enable full polarization control and higher brilliance by the use of undulator devices. With the opening of Sirius the near future will bring the newest generation of synchrotron sources to Brazil. This will give access to research with photons for a broad scientific community in the Americas.

SBPMat: – Can you give some examples of highlighted results obtained at HZB on the area of solar energy materials?

Synchrotron BESSY II.

A.K.P.: – Just recently a group of HZB published groundbreaking results in collaboration with the University of Delft (Netherlands) in the field of solar fuels. HZB considers solar fuels as one of the next big topics in solar energy research, promising to offer solutions for the storage and transport of solar power-generated energy. The group realized a water splitting device by combining a common solar cell with a photo anode made of metal oxides. The oxide system allows for relatively cheap and stable devices in comparison to other cells based on expensive III-V semiconductors.
Beyond materials research, HZB is actively developing processes of thin film growth. A group of scientists obtained the High Tech Champion Award in 2011 for the establishment of a chemical layer deposition process called ILGAR. The process is based on spray-pyrolysis for metal oxide and absorber layers in compound semiconductor solar cells. The processing is cheap and fast, hence, a highlight of technology transfers.

SBPMat: – Feel free to leave any other comments about your plenary lecture for our readers.

A.K.P.: – One of the grand challenges of this century is the question of clean energy and the sustainable use of natural resources. We need more efficient solar cells, solutions for energy storage and smart catalysts, which are not based on extremely rare elements, but on abundant materials – non-toxic, cheap and possibly recyclable. And we will need new materials for the information technologies of the next generation, which allow more operations while consuming much less energy, for example quantum materials like topological insulators or spintronic materials.
Therefore, we consider energy research and materials research as two sides of the same coin. In order to understand how microscopic structure is linked with macroscopic properties, we need deeper insights into the processes on an atomic and molecular scale. The processes of interest occur in the bulk of materials, at interfaces and surfaces. Our two large scale facilities BESSY II and BER II are excellent tools to investigate these hidden processes in complex materials. The goal of our research is to contribute ideas and solutions for a sustainable and clever use of our finite resources.

Artigo científico em destaque: Estrutura molecular e eletrônica de cromóforos desvendada.

O artigo científico de membros da comunidade brasileira de pesquisa em Materiais em destaque neste mês é:
Marcelo G. Vivas, Daniel L. Silva, Leonardo De Boni, Yann Bretonniere, Chantal Andraud, Florence Laibe-Darbour, J.-C. Mulatier, Robert Zalesny, Wojciech Bartkowiak, Sylvio Canuto, Cleber Mendonca. Revealing the Electronic and Molecular Structure of Randomly Oriented Molecules by Polarized Two-Photon Spectroscopy. Journal of Physical Chemistry Letters, 2013, 4, 1753-1759. DOI: 10.1021/jz4007004.

 

Texto de divulgação:
Estrutura molecular e eletrônica de cromóforos desvendada

Em um artigo publicado no Journal of Physical Chemistry Letters (JPCL), pesquisadores dos institutos de Física da USP de São Carlos e São Paulo, em colaboração com químicos da França e da Polônia, aplicaram a espectroscopia baseada no fenômeno de absorção de dois fótons em cromóforos (partes de moléculas responsáveis por sua cor) orgânicos quirais (que não podem ser sobrepostos à sua imagem no espelho). A técnica revelou informações muito relevantes de sua estrutura eletrônica e molecular.

“A principal contribuição deste trabalho foi mostrar, através de uma prova de conceito, que a espectroscopia de absorção de dois fótons com controle de polarização é capaz de fornecer informações preciosas e adicionais a respeito da estrutura molecular e eletrônica de cromóforos randomicamente orientados”, resume Marcelo Vivas, primeiro autor do artigo e pesquisador de pós-doutorado no grupo de Fotônica do Instituto de Física da USP São Carlos.

O grupo de Fotônica realiza há mais de quinze anos estudos experimentais em óptica não linear de materiais orgânicos e inorgânicos. Em particular, os estudos sobre espectroscopia óptica de absorção de dois fótons com controle de polarização iniciaram no grupo há cerca de cinco anos. “Uma vez que os integrantes do grupo são majoritariamente físicos de formação e, portanto, não realizam a síntese desses materiais, há sempre a necessidade de colaboração com grupos do Brasil e exterior para aquisição de amostras”, comenta Vivas. Uma dessas colaborações ocorreu com o grupo da professora Chantal Andraud da École Normale Supérieure de Lyon (França), especialista na síntese de materiais orgânicos quirais. Quanto aos pesquisadores da Polônia, químicos teóricos, a colaboração surgiu uns seis anos atrás quando um dos autores do trabalho foi realizar um estágio de um ano na universidade polonesa.

Espectroscopia de absorção de dois fótons
A espectroscopia em questão se baseia no fenômeno óptico não linear da absorção de dois fótons, no qual dois fótons, não necessariamente da mesma frequência, são absorvidos por átomos ou moléculas em um mesmo evento quântico. Os fótons, sobrepostos espaço-temporalmente, promovem uma transição eletrônica para um nível de energia real, correspondente à soma em energia dos fótons individuais. O efeito foi proposto teoricamente por Maria Goppert-Mayer (Goppert-Mayer, M. On Elementary acts with two quantum jumps. Annalen der Physik 8, 273-294) durante sua tese de doutorado, defendida em 1930, mas só foi verificado experimentalmente em 1961, após o advento do laser (W. Kaiser and C.G.B. Garrett, Two-photon excitation in CaF2:Eu2+, Physical Review Letters 7, 229–232 ).

Na espectroscopia, explica Vivas, devido às diferentes regras de seleção da mecânica quântica, o efeito de absorção de dois fótons permite obter acesso e identificar estados eletrônicos que são inacessíveis por técnicas convencionais que utilizam efeitos ópticos lineares.

A pesquisa publicada no JPCL
Os autores do artigo escolheram para o trabalho duas moléculas quirais, uma com estrutura linear e outra com estrutura em forma de V, que, apesar de serem constituídas pelo mesmo grupo químico (fenil-acetileno), apresentam estruturas eletrônicas distintas.

“Moléculas π-conjugadas, como aquelas estudadas no trabalho da JPCL, têm atraído considerável atenção de físicos, químicos, engenheiros e biólogos, uma vez que elas permitem explorar distintos efeitos da interação radiação-matéria e, além disso, possuem aplicações latentes em novas tecnologias”, contextualiza Vivas.

Para estudar sua estrutura eletrônica e molecular com base na absorção de dois fótons, os cientistas utilizaram a técnica de Varredura-Z fazendo uso de um amplificador óptico paramétrico bombeado por um sistema laser amplificado de femtossegundos, e cálculos teóricos baseados na Teoria do Funcional da Densidade.

Um dos resultados mais significativos reportados no artigo do JPCL é a determinação da direção dos momentos de dipolo elétricos, obtidos por espectroscopia de absorção de dois fótons e corroborados por resultados de química quântica. Neste diagrama ilustrativo da geometria molecular das moléculas quirais estudadas, as direções dos dipolos indicam a estrutura molecular mais provável para as duas moléculas dissolvidas em solução de clorofórmio.

Entrevista com o professor Sergio Machado Rezende, vencedor do Prêmio FCW de Ciência.

Crédito: Leo Ramos.

O professor Sergio Machado Rezende, pesquisador da área de Física de Materiais e ex-gestor (como ele diz) de ciência e tecnologia, recebeu, na noite de 17 de junho deste ano, o Prêmio FCW de Ciência, da Fundação Conrado Wessel. Membro da comunidade brasileira de pesquisa em Materiais, Rezende teve importante participação na criação da nossa SBPMat.

O prêmio recebido por Rezende em cerimônia na Sala São Paulo reconhece perfis renomados em ciência, com qualidades de talento inovador, liderança, abrangência social, trabalho incansável, integridade e ética. Os candidatos são indicados por instituições reconhecidas do país. No caso de Rezende, a indicação partiu da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde ele é professor titular do Departamento de Física desde 1972.

Nascido no Rio de Janeiro, Sergio Rezende se formou em Engenharia Eletrônica em 1963 pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e obteve o mestrado e o doutorado, ambos em Engenharia Eletrônica-Ciência de Materiais, no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos. De volta ao Brasil, e antes de entrar na UFPE, foi professor associado da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e professor titular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Em gestão de ciência e tecnologia, foi presidente da Finep entre 2003 e 2005 e ministro da Ciência e Tecnologia de 2005 a 2010. Antes de assumir a Presidência da Finep, ocupou os cargos de diretor científico da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe); secretário de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente do Estado de Pernambuco, e secretário do Patrimônio, Ciência e Cultura da Prefeitura de Olinda, além de chefe do Departamento de Física e diretor do Centro de Ciências Exatas da UFPE.

Dentro da sua atuação acadêmica, desenvolvida quase sempre em paralelo à sua atuação como gestor público, o professor Rezende orientou 36 trabalhos de mestrado e de doutorado e publicou mais de 230 artigos científicos em revistas de circulação internacional.

Entre outras distinções, Sergio Rezende recebeu, em 1995, a Comenda da Ordem do Mérito Científico, categoria Grã-Cruz, por suas relevantes contribuições à ciência e tecnologia, e, em 2001, o Prêmio Anísio Teixeira da Capes, homenagem a personalidades brasileiras que tenham contribuído de modo relevante para o desenvolvimento da pesquisa e formação de recursos humanos no país. Rezende também foi distinguido, em 2011, com a primeira palestra memorial “Joaquim Costa Ribeiro”, honraria outorgada pela SBPMat.

Segue uma breve entrevista com o professor.

Boletim da SBPMat (B. SBPMat): – Quais são, na sua avaliação, as suas principais contribuições/ ações de maior impacto para a ciência no Brasil, seja no seu papel de pesquisador e formador de pessoas, seja no seu papel de gestor público?

Sergio Machado Rezende (S.M.R.): – Eu gostaria de destacar duas, uma como pesquisador e outra como gestor no cargo mais alto que ocupei.
A primeira foi o meu papel na implantação de um grupo de pesquisa em Física na Universidade Federal de Pernambuco, iniciada em 1972, num lugar onde não havia pesquisa em Física anteriormente. Eu fui o primeiro doutor na área de Física da universidade. Com meus colegas conseguimos formar um grupo que faz pesquisa na fronteira do conhecimento, temos ótimos laboratórios e estamos contribuindo na formação de engenheiros (Física básica) e formando bons físicos em nossos programas de graduação e pós-graduação. Isso mostra que é possível fazer no Brasil uma instituição de ensino e pesquisa de bom nível, num local sem tradição na área, desde que haja determinação, pessoas qualificadas e apoio do governo.
A segunda foi na minha atuação no Ministério da Ciência e Tecnologia, onde, com grande articulação da comunidade científica, empresarial e do governo, fizemos um plano de ação de ciência, tecnologia e inovação que foi bem sucedido, com prioridades claras, linhas de ação abrangentes e programas bem articulados, que possibilitaram grande aumento nos recursos financeiros federais e estaduais.

B.SBPMat: – Após muitos anos conciliando o trabalho de gestor público com o de professor e pesquisador, já de volta à vida de cientista em tempo integral, conte-nos um pouco sobre seus projetos e interesses atuais, principalmente os referentes à pesquisa em Materiais.

S.M.R.: – Eu praticamente sempre trabalhei com materiais magnéticos. Fiz poucos trabalhos que não envolveram materiais magnéticos. Nos últimos tempos tenho me dedicado a uma área do magnetismo que se chama spintrônica. É uma área muito nova, que está desenvolvendo rapidamente. Já tem algumas aplicações tecnológicas muito difundidas, mas tem um potencial de aplicações muito grande. A spintrônica ainda está numa fase inicial de desenvolvimento, então seus desafios científicos são muito interessantes e estão na fronteira do conhecimento. É muito estimulante para um cientista ter a possibilidade de trabalhar numa área que é competitiva, que tem muita gente trabalhando e que está crescendo rapidamente.

B.SBPMat: – O senhor sempre pesquisou materiais magnéticos e propriedades magnéticas. Qual é a sua apreciação da evolução dessa área e de seus principais desafios?

S.M.R.: – Os materiais magnéticos, como se sabe, têm muitas aplicações tecnológicas, e algumas delas são muito antigas. Desde que o motor elétrico, o gerador e os transformadores foram inventados no século XIX, a eletricidade passou a ser muito presente em nossa vida. Os materiais magnéticos são essenciais para todos eles, assim como para muitos outros dispositivos e equipamentos, divididos em duas classes bem distintas, os ímãs permanentes, que retêm sua magnetização, e os materiais moles, que são facilmente desmagnetizados. Existe uma terceira categoria de aplicações de materiais magnéticos que exige propriedades intermediárias entre os dois, é na gravação magnética, usada hoje principalmente nos discos rígidos dos computadores. Nessas três áreas de aplicações, são os resultados da pesquisa em Física, Química e Engenharia de Materiais que têm possibilitado o desenvolvimento de materiais melhores, com maior capacidade e em volumes menores.
Por exemplo, hoje os ímãs de terras raras que foram desenvolvidos nos últimos quinze a vinte anos são essenciais para se fazer motores e geradores de alta eficiência, empregados nos carros elétricos e nos geradores de turbinas eólicas. As turbinas eólicas, que são usadas para gerar energia a partir do vento, hoje têm capacidade de geração muito alta, graças em grande parte ao desenvolvimento de ímãs de terras raras.
Na área de gravação magnética, nós vemos a evolução em nosso dia-a-dia. A cada ano, a capacidade de memória do disco rígido dos novos computadores é maior. E nós queremos mais memória para armazenar mais informação. A grande evolução na capacidade de armazenamento dos computadores é resultado, exatamente, da pesquisa e desenvolvimento dos materiais magnéticos usados na gravação e também da cabeça de leitura da informação gravada. Todos os computadores atuais usam na cabeça de leitura um sensor de spintrônica, que utiliza um fenômeno chamado magneto-resistência gigante (GMR). É interessante lembrar que a GMR foi descoberta em 1989 por uma equipe da Universidade de Paris em Orsay, do qual fazia parte Mario Baibich, físico da UFRGS, que foi o primeiro autor do artigo científico que relatou a descoberta.

B.SBPMat: – Gostaria de deixar alguma mensagem para nossos leitores que estão iniciando suas carreiras de cientistas?

S.M.R.: – Há quarenta anos, quando eu vim para Pernambuco, os recursos para ciência eram muito menores do que são agora, o ambiente na universidade não favorecia muito a pesquisa, havia muito poucos pesquisadores, não havia programas de pós-graduação. Mas a situação mudou muito nos últimos quarenta anos. Então, o que eu quero dizer para o jovem que começa sua carreira atualmente é que dificuldades ainda existem, mas elas são hoje muito menores do que na época em que eu estava começando minha carreira. E que a coisa mais importante para um jovem é não desanimar. É preciso enfrentar os problemas com disposição. É preciso entender que o Brasil tem um futuro muito amplo e que a ciência e a tecnologia vão ser cada vez mais importantes para nosso desenvolvimento. O jovem precisa ter consciência de que vai ter um papel importante no futuro e precisa ter confiança para não desanimar com as dificuldades que, como disse antes, são muito menores hoje do que no passado.

Boletim SBPMat – edição 11 – julho 2013.

Edição nº 11 – Julho de 2013
Saudações,

XII Encontro da SBPMat: avisos e lembretes

  • Já viu a programação no site do evento? Veja.
  • Dicas para chegar a Campos do Jordão de ônibus desde São Paulo e Rio de Janeiro. Aqui.

XII Encontro da SBPMat: entrevistas com palestrantes das plenárias

Pai do material termoelétrico mais eficiente até o momento, o professor Mercouri Kanatzidis (Northwestern University), nos contou de que trata e como desenvolveu sua original abordagem aos desafios de eficiência dos termoelétricos. O professor também comentou outros assuntos, como a viabilidade de se usar esses materiais para transformar em eletricidade o calor que se perde pelos canos de escapamento dos carros. Veja.
O professor Juan Manuel Andrés Bort (Universitat Jaume I, Spain) discorreu sobre o tema de sua palestra plenária, a combinação de teorias qualitativas, cálculo e técnicas experimentais no estudo de óxidos metálicos multifuncionais. Veja.

Artigos científicos em destaque

O paper com participação de brasileiros destacado nesta edição do boletim traz uma contribuição ao desenvolvimento de dispositivos bioeletrônicos. O artigo, publicado na Advanced Functional Materials, reporta o trabalho de uma equipe multinacional de cientistas que estudou as interações entre o ouro e a eumelanina – aquele pigmento presente em nossos cabelos, que interessa a Bioeletrônica por ser um material de características semicondutoras e biocompatíveis.

Veja a matéria de divulgação que preparamos para este boletim.

Dicas de leitura

Artigo de revisão
  • Materials Today publicou um artigo de revisão coassinado pelo palestrante do nosso XII Encontro Mercouri Kanatzidis sobre o tema de sua plenária, materiais termoelétricos de alto desempenho. Aqui.

Novidades do meio acadêmico

Brasil

  • Labs da Unicamp se unem no NanoBioss para estudar síntese de nanoestruturas e sua interação com sistemas biológicos (notícia da Agência Fapesp). Aqui.
  • Fibra de carbono brasileira de baixo custo, desenvolvida pelo Exército e a Petrobras usando piche de petróleo (notícia da Agência Brasil). Aqui.
  • Estudos com material bioativo implantável desenvolvido na UFSCar mostram seu potencial no reparo de tecidos ósseos (notícia da Agência Fapesp). Aqui.
Exterior
  • Avanços na compreensão da dissipação de calor em dispositivos de escala atômica (com base em paper da Nature). Aqui.
  • Eletrônica orgânica de alto desempenho: inovações em técnica de impressão de filmes finos semicondutores orgânicos (com base em paper da Nature Materials). Aqui.
  • Paineis solares coloridos: pesquisadores estudam materiais e processos para unir eficiência e design (notícia do Instituto Fraunhofer). Aqui.
  • Setup inovador permitiu ver ao vivo a formação de células solares de calcopirita e compreender a formação de defeitos (com base em paper da Advanced Energy Materials). Aqui.
  • Nanobastões de ouro revestidos com proteínas: possível plataforma para vacinas como a do vírus sincicial respiratório (com base em paper da Nanotechnology). Aqui.
  • Rumo a dispositivos fotônicos de MEH-PPV: medidas mais precisas sobre a capacidade desse polímero de amplificar luz (com base em paper da Applied Physics Letters). Aqui.
No mercado
  • Energia para o mundo via paineis solares nos desertos. Empecilhos: altos investimentos e alguns desafios técnicos (matéria da Scientific American). Aqui.
  • Materiais mais sustentáveis para a construção civil: cimento ecológico, telhas de celulose, concreto translúcido…(matéria da Globo Ciência). Aqui.

Oportunidades

Processos seletivos para pós-graduação

  • Curso “Estrutura, processamento e propriedades dos Materiais”, preparatório para o mestrado e doutorado em Materiais da UCS (RS). Aqui.
  • Seleção para mestrado e doutorado em Física e Química de Materiais na UFSJ (MG). Aqui.

Prêmios

  • Inscrições abertas para os prêmios Santander Universidades. Aqui.
  • Concurso de vídeos de até 60 segundos (Festival do Minuto) sobre o tema “Ciência”. Aqui.

Próximos eventos da área

  • MSSC2013 – Ab Initio Modeling in Solid State Chemistry. Featuring CRYSTAL13 and CRYSCOR13. Aqui.
  • 22 International Congress on X-ray Optics and Microanalysis. Aqui.
  • Euromat 2013 – European Congress and Exhibition on Advanced Materials and Processes. Aqui.
  • 8º Brazilian-German Workshop on Applied Surface Science. Aqui.
  • MSSC2013 London edition – Ab initio modelling in Solid State Chemistry (new users). Aqui.
  • 8th International Conference on High Temperature Ceramic Matrix Composites (HTCMC-8). Aqui.
  • Graphene Brazil 2013. Aqui.
  • Humboldt Kolleg 2013 – Sciences and technology in contemporary life: impacts and horizons. Aqui.
  • 4th International Congress on Alternative Energies and 1st International Meeting of the IPN Energy Network. Aqui.
  • XII Encontro da SBPMat. Aqui.
  • International Polysaccharide Conference (EPNOE 2013). Aqui.
  • III ENBRAER. Encontro Brasileiro de Espectroscopia Raman. Aqui.
  • “I Reunión Latinoamericana de Cristalografía”, ” IX Reunión Anual de la Asociación Argentina de Cristalografía” e eventos satélite. Aqui.
  • 6º Congresso Internacional de Electrocerâmica. Aqui.

Veja a agenda de eventos.

Nosso perfil no TwitterNossa página no Facebook
Para divulgar novidades, oportunidades, eventos ou dicas de leitura da área de Materiais, escreva para comunicacao@sbpmat.org.br.

Descadastre-se caso não queira receber mais e-mails.

Interviews with plenary lecturers of the XII SBPMat Meeting: Juan Andrés (Universitat Jaume I, Spain).

The combined use of theory and experiment is indispensable in modern nanoscience and nanotechnology. Frequently, theoretical, computational and experimental approaches are complementary in the understanding of structures and processes at the atomic level. Besides that, qualitative theories, high-level calculations and experimental techniques form a virtous cycle of knowledge generation in which advances in one of the approaches create new challenges for the others.

In his plenary lecture at the XII SBPMat Meeting, Professor Juan Manuel Andrés Bort (Universitat Jaume I, Spain) will present an overview of the results he obtained by combining theory and experimental work in the study of multifunctional metal oxides at the atomic level.

Professor Juan Andrés holds a Bachelor degree and a PhD in chemistry, both from University of Valencia (Spain). In 1984 he became full-time lecturer of that university. After that, he joined the Universitat Jaume I, where he holds a professorship in the area of physical chemistry since 1994 and is the director of the Laboratory of Theoretical and Computational Chemistry. He has been visiting professor at the Uppsala University (Sweden), the Pierre et Marie Curie University (France) and the Federal University of São Paulo at São Carlos (Brazil). Juan Andrés has published more than 330 scientific papers so far, with more than 6.000 citations, and 15 text books. He has given 25 invited talks in international meetings.

See below our interview with the lecturer.

SBPMat: – What are the main challenges you have faced in understanding the behaviour of multifunctional metal oxides within this “theory + experiment” approach?

Juan Andrés (J.A.):  – Theory and simulation can provide fundamental understanding of observed phenomena, and can be used to make predictions for systems that are difficult or impossible to study experimentally or behavior at very high temperature or pressure. In addition, theory and simulation can give detailed molecular level information that is difficult or impossible to determine from laboratory experiments. These methods also find important applications in determining the limits of well known macroscopic laws, which may break down for nanoscale systems.

Theory and experiment each have different strengths and limitations, but these are complementary to a large extent and there is much to be gained by constructing research programs that combine the two. For instance, the idea of the design of new materials such as multifunctional metal oxides, including nanostructures, with targeted chemical/physical properties has been attracting a lot of attention, especially because of potential industrial payoffs.

SBPMat: – In your opinion, what are the main challenges that science has to overcame yet for a better comprehension of the behaviour of these materials at the atomic level?

J.A.: – As scientific and chemical research becomes more complex and interdisciplinary, it becomes ever more challenging to communicate and explain the state of the art, new results and advances. In this context, the attitude adopted in the recent Nature Chemistry journal (vol. 1, April 2009) on the future of Chemistry is opened to be capable to show the deepest existential meanings in order to predict the future progress of this field. In particular, the note entitled: “Experiment and Theory in Harmony” (Nature Chemistry, 1, 8 (2009) by Mark A. Johnson at Yale University). This author discusses how the two sides of physical chemistry have necessarily developed together, and looks at how their synergy dictates the direction of contemporary research.

Physics-based simulations complement experiments in building, in a molecular-level, the understanding of chemistry: they can test hypothesis and interpret and analyse experimental data in terms of interactions at the atomic level. However, the connection among theory, simulations and experimental results are not always obvious, as the languages of these disciplines are different. This recognition motivated us to create a bridge between computational chemistry and experiment in a manner that will allow efficient exploitation of these approaches.

In this respect, the recent work of Chemistry Nobel prize: “Interaction between Experiments, Analytical Theories, and Computation” R. A. Marcus, J. Phys. Chem. C 2009, 113, 14598–14608/. In particular the following sentences of this paper can be remarked: “We all recognize that one of the main goals in research is to capture the physical essence of a phenomenon and use it not only to interpret but also to predict the results of new experiments. One view of theory, demonstrated in the present article, is that experiments are primary, often the source of new theory, and that the interaction of theory and experiment is paramount, each stimulating the other”. “Nevertheless, discerning basic theoretical problems in the wealth of available experimental and computational results can be a major hurdle and sometimes the development of the theory can be relatively rapid once the existence of an experimental puzzle is known. The writer continues to be impressed with this exciting interplay of experiment and theory and with many experimental puzzles that exist and that continue to arise in new experiments, when one keeps an eye out for them. For the theoretically oriented students it is perhaps a truism to add that the broader one’s background is in physics, chemistry and mathematics, and the more one is familiar with the new results and the potential and limitations of new techniques, the larger the range of interesting problems that one can address”.

SBPMat: – Modern experimental techniques, theoretical analysis, high-level calculation. According to your experience, is it good/ possible to gather all the necessary expertises and resources in your own research group or it´s better/ more feasible to collaborate with experts from other laboratories?

J.A.: – Predicting the physical/chemical properties of complex systems using first principle quantum mechanical approaches at microscopic level can be considered as the Holy Grail of theoretical and/or computational methods. Applied quantum mechanics holds a central position as a key technique that contributes to all aspects of chemistry, physics, biology, material science as well as nanoscience. The last few years have seen the continued development of methodology, computer hardware and algorithms that have resulted in an ever expanding range of complex systems and properties that are amenable to calculation.

One of the most remarkable successes of the present project will be to demonstrate that the improvements, developments of the methods and techniques of theoretical and computational chemistry (TCC), are now mature enough to model chemical and physical properties with good accuracy. Consequently experiments evolve to computational experiments, and theoretical calculations evolve to applied TCC, which can also be considered as computational experiments. At the outset of the 21st century, TCC has arrived at a position of central importance not only for theorists but also in the laboratories of most experimentalists and in many disciplines.

In the last years, new computational techniques and methods have been developed with successful and robust results in this field of study that has progressed to the point of being able to address important questions in the core areas of the chemical sciences, including questions lying on the interface among chemistry, physics, biology, and engineering. These interdisciplinary areas include biomolecular chemistry and the chemistry of materials. While the results obtained traditionally complement the information obtained by chemical experiments, it can, in many cases, predict not observed chemical phenomena.

In this respect, the methods and techniques of TCC have evolved into an important tool in almost all areas of chemistry and, as it were recently remarked by Truhlar /Truhlar, D. G. J. Am. Chem. Soc. 2008, 130, 16824./, “computations on complex systems are the current frontier of theoretical chemistry”. However, there is still a lot of work to do. As a matter of fact, modeling at the electronic level of systems with high configurational complexity is still challenging. In this case, the main problem is either practical and conceptual as the different observables to be modeled depend on processes occurring at different length, energy, and time scales. Computational tools typically employed for systems of such dimensions are classical simulations which, however, produce reliable results as far as transitions in quantum degrees of freedom do not take place. On the other hand, when the observables of interest explicitly involve quantum degrees of freedom, e.g., chemical reactions or spectral transitions, their modeling should be derived from statistical averages of genuine quantum states interacting with fluctuating perturbing environments. In the past years, our research group has been focusing its efforts in this direction, collaborating with experts from other laboratories, producing a theoretical-computational methodology whose main feature is to describe at electronic level a portion of a large molecular system maintaining the complexity of the overall system. Several applications, ranging from spectroscopic properties to chemical reactions, have been witnessing the rather good performance of the method.

Keeping in mind the objectives and topics that the lecture is going to cover, together with the collaborations with national and international research groups, including theoreticians and experimentalists, as well as the complementarities of the teams will allow us to improve, develop and complete some of the methods and techniques of TCC, in order to be applied in these research lines of outstanding interest.

SBPMat: – Feel free to leave any other comments about your plenary lecture to our readers.

J.A.: – The overall objective of the plenary lecture lies in taking advantage of the ability and experience in the use of the methods and techniques of TCC in order to carry out studies on structure, properties and chemical reactivity in micro- and nano-materials. Quantum mechanical calculations based on realistic model systems are changing the science of nanotechnology. These molecular simulations and modelling provide detailed, atomic-level insight into the fundamental mechanisms of nanomaterials, as well as practical applications to understand experimental data. For this purposes, new computational algorithms, theories and protocols will be developed, implemented and applied. Such advances will be exploited in designing new materials with properties suitable for use in a wide range of applications ranging from biomedicine to nanocatalysis, and this talk based on recent results obtained along the develop of the research project maintained with collaboration with “Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC). The groups at CMDMC involved in the project have a long experience of competitive scientific work with national and international collaborations. They try to promote basic and oriented research a of high scientific quality, almost in the frontier of knowledge, contributing to the development of new methods and techniques and the adjustment of the already ones to study relevant problems in the field of materials science and nanotechnology. We consider this project is in the current frontier of a multidisciplinary research where chemistry, physics, biology, materials science and the emerging field of nanotechnology converge.

See the abstract of Juan Andrés plenary lecture “Connecting theory with experiment: A survey to understand the behaviour of multifunctional metal oxides”.

See Professor Juan Andrés mini CV.

Artigo científico em destaque: Interação entre ouro e eumelanina – um material promissor para o desenvolvimento de dispositivos bioeletrônicos.

O artigo científico de membros da comunidade brasileira de pesquisa em Materiais em destaque neste mês é:

Julia Wünsche, Luis Cardenas, Federico Rosei, Fabio Cicoira, Reynald Gauvin, Carlos F. O. Graeff, Suzie Poulin, Alessandro Pezzella, Clara Santato. In Situ Formation of Dendrites in Eumelanin Thin Films between Gold Electrodes.  Advanced Functional Materials, 2013. Article first published online : 10 JUN 2013, DOI: 10.1002/adfm.201300715.

Texto de divulgação:

Interação entre ouro e eumelanina – um material promissor para o desenvolvimento de dispositivos bioeletrônicos

Olhos e ouvidos artificiais e dispositivos que realizem a interface entre o corpo humano e braços robóticos são algumas das aplicações que a Bioeletrônica promete. Ainda em estágio inicial, o desenvolvimento dessa área da pesquisa depende em boa parte do desenvolvimento de materiais que sejam semicondutores e biocompatíveis ao mesmo tempo. Um dos materiais mais promissores e mais estudados no contexto da Bioeletrônica é a eumelanina (um tipo de melanina determinante, por exemplo, na definição da cor dos cabelos dos seres humanos). A eumelanina começou a ser estudada sob a perspectiva da Ciência de Materiais na década de 1960, quando suas características semicondutoras foram descobertas. O problema é que a melanina, tanto a natural quanto a sintetizada por métodos tradicionais, não produz filmes finos de boa qualidade que viabilizem seu uso como material para dispositivos bioeletrônicos.

No ano 2004, no Brasil, mais precisamente na cidade de Ribeirão Preto (SP), na Universidade de São Paulo (USP), o grupo de pesquisa do professor Carlos Graeff desenvolveu uma forma de produzir melanina solúvel em dimetilsulfóxido (DMSO), o que possibilitou a produção de filmes finos de alta qualidade. A descoberta foi publicada no Journal of Non-Crystalline Solids (http://dx.doi.org/10.1016/j.jnoncrysol.2004.03.058). “A partir desta publicação e outras subsequentes recebemos o contato da professora Clara Santato, uma especialista na produção de dispositivos eletrônicos orgânicos da Escola Politécnica de Montréal (Canadá), para desenvolvermos um projeto comum”, relata o professor Graeff, atualmente professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) – campus de Bauru.

A colaboração então iniciada continuou ao longo dos anos e gerou uma pesquisa que demonstrou a existência de peculiares interações entre a eumelanina e o ouro. Os resultados desse trabalho foram publicados online no dia 10 de junho deste ano na prestigiada revista Advanced Functional Materials. O artigo agregou as competências em síntese de DMSO-melanina do professor Graeff, os recursos humanos e materiais para produção e caracterização de dispositivos eletrônicos a base de melanina do grupo da professora Santato e contribuições de outros grupos do Canadá e da Itália.

Dendritos
Dispositivos bioeletrônicos a base de filmes de eumelanina precisam, a princípio, de eletrodos para gerar uma corrente elétrica que flua através da eumelanina. Pensando nisso, os autores do artigo construíram um sistema composto por um substrato de dióxido de silício (SiO2) texturizado com partículas de ouro (os eletrodos) e, entre duas partículas do metal, depositaram o filme de eumelanina. Num contexto de 90% de umidade do ar e temperatura ambiente, aplicaram uma tensão de 1 volt, gerando um eletrodo positivo e outro negativo nas partículas de ouro e um fluxo de corrente elétrica entre elas.

Com o auxílio de um microscópio de força atômica, o experimento permitiu a observação de uma paulatina formação de nanoestruturas sobre o filme. Inicialmente, essas nanoestruturas surgiram próximas ao eletrodo positivo em forma de nanoagregados, compostos basicamente por ouro e por algo de eumelanina. Ao aplicar tensão por mais alguns minutos, novos nanoagregados foram surgindo e se aproximando do eletrodo negativo, até chegar a ele. Nesse momento, começou a nucleação dos nanoagregados, a qual gerou estruturas em forma de dendritos (as ramificações dos neurônios) com alto conteúdo de ouro, surgidas a partir da região de contato com o eletrodo negativo. Enquanto a tensão continuou a ser aplicada, os dendritos continuaram a se formar, chegando a unir o eletrodo negativo ao positivo por meio de suas ramificações.

Além de terem formato parecido, as nanoestruturas dendríticas e os dendritos neuronais se assemelham no papel que desempenham, o de transmitir impulsos elétricos. De fato, os dendritos crescidos no filme de eumelanina demonstraram ser altamente condutores.

Esta imagem de microscopia de força atômica mostra o filme de DMSO-eumelanina hidratado, de 30 nm de espessura, após receber tensão de 1 V durante 3 horas:

A imagem permite ver que os nanoagregados de ouro e eumelanina se formam na região próxima ao eletrodo positivo, avançam pelo filme e se depositam nas proximidades do eletrodo negativo, levando, finalmente, à formação dos dendritos.