Estão abertas até 4 de novembro as inscrições para o curso de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Nanociência, Processos e Materiais Avançados (PPGNPMat) da Universidade Federal de Santa Catarina – Campus Blumenau. Estão sendo ofertadas 20 vagas para ingresso no primeiro e no segundo semestre de 2020.
Para se candidatar às vagas, é necessário ter curso de graduação completo, ou ter previsão de conclusão neste semestre (2019.2) ou no próximo (2020.1). No momento da inscrição, o candidato deve indicar a linha de pesquisa de interesse: “Materiais, Processos e Transformações” ou “Nanociência e Nanotecnologia”.
A inscrição deve ser feita por meio do formulário eletrônico (https://adm.blumenau.ufsc.br/ppgnpmat2), onde devem ser anexados todos os documentos solicitados. A seleção será realizada por meio de prova escrita de conhecimento específico e análise curricular.
A data prevista para realização da prova é 25 de novembro. Até o dia 2 de dezembro de 2019, serão divulgadas as pontuações obtidas em cada etapa do processo seletivo e a ordem de classificação dos candidatos.
A Royal Society of Chemistry (RSC) preparou uma coleção online de artigos de autores brasileiros em comemoração ao XVIII B-MRS Meeting (Balneário Camboriú, 22 a 26 de setembro de 2019). A RSC é apoiadora desta edição do evento anual da SBPMat.
Intitulada Materials and Nano Research in Brazil, a coleção reúne 55 artigos publicados em periódicos da editora RSC entre 2017 e 2019. Todos os artigos selecionados podem ser acessados sem custo (open access) até 15 de outubro de 2019.
Estão abertas as inscrições para a seleção de candidatos para o Mestrado Acadêmico em Nanociência, Processos e Materiais Avançados (NPMat) da Universidade Federal de Santa Catarina – Campus Blumenau. O candidato deverá realizar sua inscrição online (no endereço https://adm.blumenau.ufsc.br/ppgnpmat) até 30 de maio de 2019. A seleção será composta por uma prova escrita e pela análise de currículo.
O mestrado contempla uma área de concentração (Nanociência, Processos e Materiais Avançados) e duas linhas de pesquisa (Materiais, Processos e Transformações e Nanociência e Nanotecnologia), que visam ampliar as discussões e a compreensão do conhecimento na interface entre Física, Química, Ciência e Engenharia dos Materiais.
Daniel Mario Ugarte nasceu em 23 de março de 1963 em Cosquín, uma pequena cidade nas serras da província de Córdoba (Argentina). Cresceu num ambiente familiar de muito estímulo à curiosidade, o aprendizado e a experimentação. Depois de cursar o ensino fundamental e médio nessa cidade, fez a graduação em Física na capital da província, na Universidad Nacional de Córdoba, a mais antiga do país vizinho (fundada em 1613). Após a graduação, fez um estágio em microscopia eletrônica de transmissão na Université Paris-Sud, na França, onde acabou ficando para realizar o doutorado em temas de nanociência (embora, naquele momento, o prefixo “nano” ainda não fosse amplamente utilizado). Ugarte obteve o diploma de doutor em Física em 1990. Mudou-se, então, para a Suíça, onde realizou um estágio de pós-doutorado que durou cerca de três anos na École Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL). Ali continuou fazendo nanociência e nanotecnologia e obteve resultados de grande impacto acadêmico, notoriamente as “nanocebolas de fulereno”, que lhe renderam, aos 29 anos de idade, seu primeiro artigo na revista Nature, assinado apenas por ele e destacado na capa da edição. Esse paper, que hoje conta com mais de 2.000 citações, seria o primeiro de seis artigos publicados por Ugarte nas duas principais revistas científicas do mundo (a Science e a Nature), entre dezenas de publicações em periódicos científicos especializados, também de altíssimo impacto, como Nature Nanotechnology, Nano Letters, Physical Review Letters, entre outros.
Em 1993, por motivos pessoais, Ugarte foi morar no Brasil, e começou a trabalhar com a equipe que estava iniciando a construção do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) no local atual, na cidade de Campinas (SP). Foi nesse contexto que ele pôde tornar realidade a sua ideia de construir um laboratório de microscopia eletrônica realmente aberto à toda a comunidade científica, sem esquecer os estudantes, que também cumprisse o papel de formar pesquisadores capazes de utilizar os equipamentos com habilidade. O Laboratório de Microscopia Eletrônica iniciou suas atividades em 1999, dirigido pelo cientista cordobés, e foi a semente do atual Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano). Entre 1994 e 1998, Ugarte atuou também como professor visitante na EPFL. Em 2004, o cientista deixou o LNLS para assumir o cargo de professor associado no Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW), da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Desde 2007, ele é professor titular dessa instituição. Além disso, de 2004 a 2007, o professor Ugarte coordenou uma rede de pesquisa em nanomateriais, a NANOMAT, que incluía 23 instituições e 150 pesquisadores.
Ao longo de sua carreira científica, Daniel Ugarte proferiu mais de 100 palestras convidadas em eventos científicos internacionais e recebeu vários prêmios prestigiosos por suas contribuições acadêmicas excepcionais, como o prêmio universitário da Fondation Latsis Internationale (Suíça, 1994), o John Simon Guggenheim Fellowship (EUA, 2002), o Prêmio Scopus Brasil da Elsevier e a CAPES (Brasil, 2008) e o prêmio de Física de The World Academy of Sciences, TWAS (Itália, 2018). Em 2012, Ugarte foi eleito membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Além disso, vários estudantes orientados por ele receberam prêmios por suas teses de doutorado, outorgados pela Presidência da República (Prêmio Marechal do ar Casimiro Montenegro Filho), pela CAPES, pela Sociedade Brasileira de Física (SBF) e pelo IFGW – UNICAMP.
Daniel Ugarte é autor de mais de 100 artigos publicados em periódicos internacionais com revisão por pares. De acordo com o Google Scholar, sua produção acadêmica recebeu mais de 16.600 citações e seu índice h é de 43.
Veja a nossa entrevista com este sócio fundador da SBPMat e saiba mais sobre a sua história de vida, suas principais descobertas, suas críticas a algumas tendências no modo de se fazer ciência e sua mensagem aos pesquisadores mais jovens.
Boletim da SBPMat: – Gostaríamos de saber como/ por que você se tornou um cientista. Quando surgiu em você o desejo de ser cientista?
Daniel Ugarte: – Nasci na Argentina, com a informação genética típica daquele país: mãe de origem italiana, e pai de origem espanhola (basca, para ser preciso), mas tentando ser inglês (adoro rugby). Acho que o exemplo de curiosidade, trabalho e interesses variados de meus pais teve influência majoritária nas minhas escolhas. Nasci e cresci numa cidade no meio das montanhas/serras na Argentina (cidade de Cosquín, com aproximadamente 10.000 habitantes, na província de Córdoba). Minha mãe era professora do ensino fundamental e sempre tentava, com recursos financeiros muito escassos, obter livros para seguir estudando e melhorar suas aulas (naquela época não tinha internet); nós líamos em família esses novos textos de história, dinossauros etc. Meu pai, mesmo tendo frequentado a escola somente até os 12 anos, sempre foi muito curioso e ativo. Fazia de tudo como amador e autodidata; muito inquieto, era ator, pintor, músico, consertava de tudo, fazia chaves etc. A curiosidade e o espírito de criança ficaram sempre com ele: toda coisa nova, ele queria desmontar para ver como funcionava. Se tivesse que definir sua profissão, eu diria que ele fazia cartazes publicitários. Na oficina dele, todos os equipamentos foram construídos por ele mesmo. Naquela sala de bagunça constante, eu brincava furando ferros, soldando fios, cortando madeira, martelando coisas. Tínhamos poucos luxos, nenhum brinquedo caro, mas sempre havia livros, e eu fazia coisas muito incomuns (supervisionado por meus pais) aos olhos das outras crianças, tais como aeromodelos, rádios de galena, um telescópio etc. Com minha mãe, cozinhávamos sempre receitas novas (nhoques, bolos, alfajores, doces, etc.); aos 10 anos, todo domingo ao meio-dia, eu preparava o churrasco da família. Esses experimentos de química e calor foram muito instrutivos (e saborosos), sabores e aromas que tento ainda hoje reproduzir com precisão. Finalmente, para completar, tive a sorte de ter certa facilidade com Lógica e Matemática, a qual ficou em evidência quando fui para a escola. Tenho que agradecer muito aos professores de Ciência e Matemática que se esforçaram para manter minha motivação naquela cidadezinha e que eu pudesse crescer e fazer evoluir esse talento incipiente. Acho que com essa infância, o sonho de fazer ciência e trabalhar num laboratório (ou numa cozinha) fazendo descobertas e construir instrumentos maravilhosos é a consequência mais natural do mundo (devo esclarecer que fora do laboratório meu hobby principal é cozinhar).
Boletim da SBPMat: – Conte, brevemente, o que o levou a atuar no campo dos nanossistemas.
Daniel Ugarte: – Na verdade cheguei ao mundo “nano” pelas mãos da microscopia eletrônica. Na Universidad Nacional de Córdoba cursei Física, muito mais interessado no perfil experimental e no trabalho de laboratório utilizando as mãos. No curso, você deve fazer uma dissertação final para obter seu diploma. Entre as várias opções do Instituto de Física, preferi fazer um projeto associado à microscopia eletrônica de varredura e espectroscopia de raios X. Uma escolha pragmática visando ter mais opções de emprego após a minha graduação. Naquele momento, tive sorte, surgiu uma oportunidade de ir à França fazer um estágio em microscopia eletrônica de transmissão, e, após chegar lá (Laboratoire de Physique des Solides, Université Paris-Sud, Orsay), fui convidado a fazer uma tese de doutorado para estudar a excitação de plásmons de superfície em partículas pequenas (em inglês da época eram “small particles”, não “nanoparticles” como é hoje). O termo “nano” não existia ainda, e a “plasmônica” era somente uma curiosidade (hoje representa um dos temas de nanociência mais ativos). Uma vez concluída a minha tese, pude conseguir um pós-doutorado em Suíça, num dos primeiros institutos que concentrava suas pesquisas nas propriedades novas que surgiam ao diminuir o tamanho das partículas (Institut de Physique Experimentale, École Polytechnique Féderale de Lausanne). Resumindo, comecei nos embriões nano e sempre continuei estudando sistemas pequenos com técnicas de alta resolução espacial associadas à microscopia eletrônica de transmissão. A resolução atômica ou nanométrica desta técnica é imprescindível para a pesquisa básica ou tecnológica em nanossistemas, e os caros microscópios se tornaram símbolos para exibir a riqueza de cada programa “nano”.
Boletim da SBPMat: – Quais são, na sua própria avaliação, as suas principais contribuições científicas/ tecnológicas à área de Materiais e por que as considera mais relevantes?
Daniel Ugarte: – As nanoestruturas de carbono (fulerenos, nanotubos, grafeno) representam um exemplo típico de nanomateriais com propriedades novas. Considerando datas, os fulerenos foram descobertos em 1986, o sólido de fulerenos em 1990, os nanotubos em 1991. Trabalhando na Suíça em 1992, observei acidentalmente que, irradiando materiais de carbono com o feixe de elétrons de um microscópio eletrônico de transmissão, tudo se transformava em “cebolas de fulereno” (esferas concêntricas de grafite, como uma boneca russa). Este experimento gerou um novo membro para a recentemente descoberta família dos fulerenos, e o trabalho teve uma incrível repercussão a nível mundial. No entanto, o interessante foi que esse não era meu projeto de pós-doutorado, o qual era uma pesquisa mais focada no estudo da difração eletrônica de nanopartículas metálicas. Em Lausanne tínhamos um laboratório de microscopia completo e com todos os equipamentos de fronteira. E notei que ninguém os usava de noite; então, decidir ir lá brincar… fazer experimentos exploratórios, inocentes, alternativos e, sem querer, apareceram as cebolas…. Mas quando falei pela primeira vez dos resultados ninguém acreditou; um revisor da prestigiosa revista Physical Review Letters falou que meus dados eram tão ridículos como os da fusão fria (tema altamente controverso naquele momento); foi um insulto do pior nível. Mas eu continuei defendendo meu trabalho, eu obtinha os mesmos resultados uma e outra vez, e era a verdade. Eu continuei apresentando o resultado nos congressos; sobrevivi a muitos comentários violentos e humilhantes. Para fazer coisas um pouco fora do paradigma é preciso ter “couro duro”. Finalmente, com o apoio inesperado e espontâneo de Sir Harry Kroto (que recebeu o Prêmio Nobel de Química em 1996), que não me conhecia nem nunca tinha falado comigo, meu artigo foi publicado na revista Nature. Eu tinha menos de 30 anos, era muito inocente, e fiquei muito surpreso com o enorme interesse da mídia, pois dava reportagens para muitos países, entre eles Japão, Alemanha etc. Sentia como se o mundo estivesse caindo sobre a minha cabeça. Com experimentos “naifs” (despretensiosos) e fora de contexto, feitos à noite, com instrumentos avançados, eu tinha criado opções de trabalho que batiam na minha porta. Porém, nesse momento, para surpresa de meus colegas franceses e suíços, tomo um caminho alternativo, e em 1993 opto por vir viver no Brasil por razões pessoais e familiares.
Poucos anos depois, estávamos, numa tarde de sábado de 1995, no laboratório em Lausanne, fazendo propostas de ideias ousadas (“brain storming”) com meu amigo Walt de Heer (um cientista incrível considerando profundidade e criatividade). Decidimos testar uma que surgiu lá na hora: utilizar nanotubos de carbono (a ponta é bem fininha mesmo) para produzir uma fonte de elétrons. Juntamos uma prensa hidráulica, fita de teflon de tipo encanador, grades de microscopia, mica velha, umas coisas do laboratório (câmara de vácuo, osciloscópio etc.) e montamos uma coisa horrível, suja, grotesca, completamente improvisada e… funcionou!!!. O resultado foi publicado na revista Science. Esse experimento criou uma nova área de pesquisa aplicada para os nanotubos de carbono que vários laboratórios industriais tentaram explorar; até hoje é uma área ativa de pesquisa. De novo, no meu caminho, outra proposta experimental inocente, mas criativa e descontraída (neste caso o resultado não foi acidental, mas planejado), que captou o interesse da comunidade tecnológica internacional.
No meu grupo no Brasil, decidi investir numa nova linha de pesquisa baseada num experimento irreverente proposto na Espanha por um pesquisador chamado Costa-Kramer (Nanowire formation in macroscopic metallic contacts: quantum mechanical conductance tapping a table top, Surf. Sci. 1995). Se juntarmos dois pedacinhos de ouro e depois os separarmos, no fim se forma um fio muito fino (como com chiclete) que pode até ter um átomo de diâmetro. Medindo a corrente elétrica que atravessa esse fio durante a elongação, podemos estudar efeitos quânticos na condução elétrica por nanoestruturas. Em Campinas, meu estudante Varlei Rodrigues (que depois recebera o Premio SBF de Melhor tese de Doutorado em Física em 2003) construiu um instrumento especificamente desenhado para realizar esse estudo com alta precisão em condições de ultra alto vácuo (UHV). Posteriormente pudemos fazer imagens de microscopia eletrônica do arranjo atômico dos fios gerados por elongação mecânica e também cálculos teóricos em colaboração com o grupo de Douglas Galvão. A partir dessas informações pudemos compreender em detalhe as nossas medidas experimentais; a partir desses resultados fui convidado a proferir quase uma centena de palestras em conferencias internacionais. Considero que esses resultados foram muito importantes do ponto de vista brasileiro, pois toda a pesquisa foi integralmente feita no país: as ideias, os experimentos avançados, a construção de instrumentação científica especifica, os cálculos teóricos e a compreensão. Além do impacto científico, a pesquisa sobre nanofios metálicos representa uma realização importante, pois nos permitiu mostrar, pelo exemplo, que estudos de nanociência experimental competitiva, podem, sim, ser feitos no país, combinando trabalho com originalidade e um certo grau de risco.
Falar de resultados alimenta nosso ego (o pequeno argentininho que todos levamos dentro…); outro aspecto de nossa contribuição para a sociedade vem quando nosso esforço é dedicado ao crescimento da comunidade, em particular para elevar o nível da ciência do país. Neste sentido, gostaria de lembrar um dos trabalhos mais reconfortantes de minha carreira: a idealização e criação de um laboratório multiusuário de microscopia eletrônica em Campinas. Esse projeto contou com o apoio constante e incondicional dos diretores do LNLS na época (Cylon da Silva, Aldo Craievich e Ricardo Rodrigues). Finalmente, os microscópios foram adquiridos com recursos (muitos recursos!!!) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Desde a ideia inicial, trabalhei para que o laboratório fosse aberto e disponível aos pesquisadores brasileiros (não nas intenções, mas na realidade) e que também tivesse formação de recursos humanos como um foco de suas atividades. Contrariando a opinião geral da comunidade, no laboratório de microscopia todas as observações eram realizadas pelos próprios alunos de graduação ou pós-graduação envolvidos nos projetos, após um processo de treinamento. Muitos estudantes aprenderam a trabalhar, e os instrumentos nem quebravam, mas tivemos que nos dar o tempo de ensinar os pesquisadores interessados. Este modo de operação tinha como alvo evitar o sistema feudal (“senhor dono” de instrumentos) ou aplicação de sicofantismo. Fiquei nesse laboratório até 2009. Esse laboratório cresceu e se transformou no que hoje é chamado Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano).
Boletim da SBPMat: – Você possui uma quantidade fora do comum de artigos publicados em revistas de altíssimo impacto (Science, Nature, PRL …), principalmente no contexto de países em desenvolvimento. A quais fatores e competências você atribui esta característica da sua produção científica?
Daniel Ugarte: – Na pergunta anterior tentei dar vários exemplos de alguns momentos importantes de minha atividade científica. Tem contribuição do volume de trabalho, muito estudo, bem como a coragem de assumir riscos para fazer experimentos ousados e originais. Mas tem uma coisa que sempre tento ensinar aos meus estudantes: se nós fizermos um projeto, ele deve descascar um abacaxi e trazer uma contribuição relevante (se der certo…). Se alguma publicação for gerada, tem que contribuir com conhecimento novo, não de mentirinha, mas de verdade. Não vamos escolher somente temas de pesquisa que gerem resultado rápido; provavelmente o nosso estudo vai demorar, teremos que entender e aprofundar em muita coisa nova. Até podemos precisar desenvolver ferramentas/instrumentos/software para responder a pergunta científica. E eles perguntam: vai dar certo? Eu digo, não sei, se eu soubesse que vai dar certo não teria emoção, mas posso garantir que você vai crescer muito e obter uma sólida formação. Por exemplo, no tema de nanofios de ouro tivemos que responder comentários (de um competidor) sobre o que acontecia com a elongação mecânica a baixa temperatura. Para isso, precisávamos realizar um experimento extremamente desafiador e tentar observar a deformação mecânica de nanofio in situ dentro do microscópio a baixa temperatura com resolução atômica utilizando um porta-amostra em nitrogênio líquido. O estudante que topou o projeto (Maureen Lagos, que depois ganhou o prêmio CAPES de Tese em 2012) me perguntou: Vai ser difícil? O que você pensa? Minha resposta foi: Acho que não vai dar certo, mas para responder isso à comunidade devemos testar para confirmar se funciona ou não, e também até onde é possível observar; “bola pra frente”, vai, tenta fazer o melhor possível e boa sorte (vai precisar de muita…). Para minha surpresa, ele conseguiu as medidas, muito difíceis e demoradas; esses estudos feitos aqui no Brasil recebem até hoje (10 anos depois) muitos elogios e reconhecimento na comunidade científica.
Outro aspecto, fora o risco ou ousadia, é a qualidade; todo estudante ou colega que trabalhou comigo sabe que sempre fazemos o melhor possível, não tem “mais ou menos”. Só o melhor é aceito, ou, então, tem que fazer o experimento de novo até obter a mais alta qualidade. Alguns alunos me detestam, mas recentemente um antigo aluno da UNICAMP (hoje professor nos Estados Unidos) publicou um artigo na revista Nature, e me enviou uma mensagem agradecendo, pois hoje ele dá um enorme valor àquilo que aprendeu sobre puxar seus limites, nessa convivência comigo. Puxar a qualidade total do conteúdo do estudo, nos experimentos – que são a base em nosso grupo -, no estudo teórico, na interpretação, na modelagem etc. Como em todas as profissões, nós construímos nossa reputação ao longo dos anos, e ela pode ser prestigiosa ou não. Sempre foi um orgulho para meu grupo que nossos colegas e competidores recebem nossos trabalhos com atenção, acreditando que fizemos nosso melhor para cada resultado publicado (mas nem sempre concordam com nossas conclusões/interpretações… como todo mundo temos muitos artigos rejeitados).
Quando formei parte do comitê que analisa projetos no CNPq, fiquei surpreso pelo número de pesquisadores brasileiros que publicam mais de, digamos, 50 artigos por ano, mesmo alguns tendo altos cargos administrativos ou gestão em instituições de ensino ou pesquisa do Brasil (funções que requerem esforço concentrado as 24 horas do dia). Considerando minha capacidade de fazer pesquisa, acho totalmente impossível pensar em fazer quase uma publicação por semana!!! E isso se ficasse no laboratório o dia todo com os estudantes. Neste ponto gostaria de retornar ao conceito de qualidade, considerando o número e a contribuição científica de artigos gerados por um grupo ou pesquisador. Podemos assumir que segue uma distribuição estatística com forma de gaussiana descrita por dois parâmetros com uma média e uma largura (notas de 1 a 10). Conheço pesquisadores com produção um pouco incoerente, capazes de fazer o melhor (trabalho nota 10), e ao mesmo tempo, o pior (alguns trabalhos merecem nota muito baixa, digamos 1-2). Seja um grupo hipotético no qual a média de contribuição ao conhecimento por publicação é boa/muito boa (média 6 ou 7), e são geradas várias dezenas de publicações. Estatisticamente você deve publicar, entre essas dezenas, algum artigo com conteúdo de alta qualidade (lado superior da distribuição e longe da média) que obterá reconhecimento na comunidade (eventualmente, com sorte, publicado numa revista de alto impacto). Mas se você faz 100 publicações por ano e nenhuma atinge uma certa relevância na sua área de atuação, o nosso modelo estatístico simples indica que a contribuição média de seus trabalhos deve ser moderada. Além disso, também pode ser moderada a largura da distribuição; nesta situação, sua produção/trabalho é coerente, numa faixa estreita de nível de qualidade. As causas podem ser variadas; em alguns casos, a justificativa/explicação não precisa de longos discursos, é razoável associar contribuição moderada a, por exemplo, a juventude do pesquisador, infraestrutura deficiente ou financiamento limitado. O ponto crítico é quando o problema está na raiz, e as causas da qualidade moderada estão associadas à pesquisa dirigida para perguntas/alvos científicos/técnicos de menor importância e baixo risco. O que esperar de um ambiente, onde tanto as agências financiadoras como também os próprios pesquisadores (não é só culpa das agências) aceitam que essa séria deficiência pode ser compensada plenamente pelo número de publicações? O resultado será que os números crescerão, mas o impacto diminuirá.
Talvez eu seja irresponsável, teimoso (as raízes bascas ajudam), mas meu trabalho ao longo dos anos seguiu certos padrões. Prefiro fazer um prato de alta gastronomia (as vezes meio queimado), do que fazer centenas de pratos de arroz e feijão. Prefiro fazer menos coisas e não ter numerosas publicações irrelevantes envolvendo trabalho que não incluiu risco nenhum (também tenho desses trabalhos), e assim ter tempo de me atualizar, me desafiar, estudar e ver coisas fora de meu principal interesse. Assim tenho a oportunidade para novas ideias, inocentes, irresponsáveis, que com sorte vão dar certo. É importante, primeiro, ter claro que coisa nova/diferente vamos fazer em nossa pesquisa; se não tem nada novo/arriscado, como vai ser a contribuição à geração de conhecimento? Na realidade, essa linha de pensamento não é muito popular se olhamos em detalhe a maior parte dos projetos financiados na comunidade brasileira (no entanto, muitos discursos e planejamentos a definem como essencial). Ao contrario, a viabilidade é muitas vezes mais importante que a relevância e a originalidade. Nem falar de outros temas que dificultam o aumento da relevância da pesquisa em nanociência no Brasil, tais como física experimental, instrumentação científica, multidisciplinaridade, onde o contraste entre discurso e realidade dá enorme tristeza. Como na gastronomia, prefiro o “slow food”, um bom prato, bom vinho e tempo para desfrutar. Devemos nos rebelar contra a “fast science” (projetos short-term), pois isso está levando à uma ciência superficial (shallow-knowledge).
É triste ver a evolução do Brasil, os números crescem, o impacto diminui… Muitos podem ver positivamente a publicação em revistas de alto impacto, mas nem todos concordam. Vou dar um exemplo. Decidi estudar alguns temas novos onde considero que existem oportunidades de coisas muito originais e interessantes. Para fazer perguntas mais profundas, é preciso entender. Aprender toma tempo… Assim, meu relatório de atividades teve problemas para ser aprovado por baixa produtividade: não atingi a média. Nunca tive muita diplomacia nem habilidades políticas, portanto, juntando toda minha revolta, e sendo argentino e basco ao mesmo tempo, pergunto-me: será que sou terrivelmente ineficiente e devo me aposentar, o que no mínimo me permite manter meu espírito, minha liberdade e forma de trabalho intacta? Existem muitos discursos sobre como estimular pesquisa de ponta e formar pesquisadores; acho que meu jeito de contribuir é trabalhar “a mi maneira” e transmitir um exemplo para quem o considere válido.
Não posso esquecer de agradecer o sistema de Edital Universal do CNPq, onde sei que sempre posso enviar ideias malucas, e o sistema de revisão respeita minha história e confia em minha “irresponsabilidade”. É pouco dinheiro (se for comparado com os padrões internacionais), mas ganho muita liberdade !!!, e isso é essencial para ser criativo!!!
Boletim da SBPMat: – Agora convidamos você a deixar uma mensagem para os leitores que estão iniciando suas carreiras científicas.
Daniel Ugarte: – O trabalho científico requer ser sonhador e ter muita paixão, enorme esforço no estudo e no trabalho. Temos que poder associar conhecimento, originalidade, infraestrutura, habilidade técnica etc. Acho muito importante demonstrar a jovens que é possível sonhar e fazer pesquisa de ponta no Brasil. O meio científico pode ser muito agressivo, mas devemos ter claro que o mérito é o parâmetro mais importante, e que, apesar de o ambiente de pesquisa ser extremamente competitivo, é essencial desenvolver nossas atividades mantendo as qualidades humanas, profissionalismo e ética.
Ao longo de uma carreira científica devemos enfrentar essas muitas situações diferentes. Minha vida acadêmica no Brasil teve muitas etapas, algumas foram resplandecentes, com trabalho, desafios, produtividade e com estudantes excelentes e motivados (o laboratório era o paraíso). Mas não posso deixar de pensar em outras etapas muito tristes, decepcionantes… associadas às mediocracias locais. No entanto, as pedras lançadas em nosso caminho foram completamente superadas por nosso trabalho, nossos resultados e nossa ética. Sempre, sempre, o mérito e a competência vão ganhar no jogo da ciência.
“Nanociência e Nanotecnologia: Princípios e Aplicações” é uma obra distribuída em 3 volumes, com um total de 22 capítulos, redigidos por especialistas e cientistas renomados de diferentes regiões do país. O volume 1 apresenta tópicos de nanoestruturas; o volume 2, técnicas de nanocaracterização, e o volume 3, exemplos de aplicações.
Os organizadores do livro são os pesquisadores doutores Alessandra da Róz (IFSP), Fábio de Lima Leite (UFSCar/CCTS), Marystela Ferreira (UFSCar/CCTS) e Osvaldo Novais Oliveira Jr (USP/IFSC). “Observamos que em português eram poucos os livros destinados à Nanociência e Nanotecnologia e nos unimos para organizar a série”, diz Marystela Ferreira.
A obra foi lançada em 2015 pela editora Campus, da Elsevier. “O sucesso da série lançada em 2015 foi tão grande que a Elsevier nos convidou para editar essa série em língua inglesa”, conta Ferreira. O novo desafio foi aceito e vem sendo realizado pelos organizadores, com a ajuda dos autores e da editora. Os dois primeiros volumes em inglês foram lançados em 2016, e p lançamento do volume 3 está previsto para junho de 2017. Na edição em língua inglesa, novos capítulos foram adicionados no sentido de abranger o máximo possível de materiais e técnicas. “Destaca-se o acréscimo de estruturas de carbono no volume 1 e a apresentação da técnica de SPR (superfície de ressonância de plásmons), no volume 3”, comenta Ferreira.
De acordo com a pesquisadora, a obra aborda os conceitos básicos e os princípios fundamentais da Nanociência e da Nanotecnologia, além de temas como nanossensores, filmes nanoestruturados e técnicas de nanocaracterização (incluídas pensando nos estudantes de graduação e pós que realizam pesquisa experimental). A série também inclui tópicos de mecânica quântica e simulação computacional – temas que ainda não tinham sido abordados em livros nacionais de Nanociência – redigidos em linguagem fácil e objetiva, com aplicações e ilustrações, comenta Ferreira. Novas linhas de pesquisa, como Nanomedicina, Nanoeletrônica e Nanoneurobiofísica também foram abordadas na série. “Trata-se de uma obra que reúne tópicos em áreas como Biologia, Biotecnologia, Física Materiais, Medicina, Química e áreas afins”, diz Ferreira.
Os volumes estão disponíveis no Science Direct (site da Elsevier para busca de artigos e livros) e à venda na forma de e-book e livro impresso no site da Elsevier.
Taking precise measurements of atoms and molecules. Accurately control molecules so that they form specific nanostructures or work together to achieve desired results. The nanoscientist Paul Weiss will address this and much more at the XV Brazil-MRS Meeting. Weiss is Professor at the University of California, Los Angeles (UCLA) and editor-in-chief of ACS Nano journal. At the annual SBPMat event, in addition to delivering the plenary lecture, Weiss will also participate in a roundtable to discuss scientific publication along with the public and editors of other journals.
Paul Weiss received his S.B and S.M degrees in Chemistry from the Massachusetts Institute of Technology in 1980, after conducting research in high-resolution laser spectroscopy. His doctoral research, also in Chemistry at the University of California at Berkeley, was about excited atom reactions in crossed molecular beams.
In 1986, the year he concluded his PhD, his advisor, Yuan T. Lee, was awarded the Nobel Prize in Chemistry for his contribution to the study of the dynamics of chemical elementary processes. Soon after his doctorate, Weiss began working at Bell Laboratories as a post-doc studying the effects of surface chemistry and gas-surface collisions on semiconductor surface electronic properties. In 1988, he worked at IBM Almaden Research Center, where he remained as a visiting scientist until the following year. There his work was on scanning tunneling microscopy (STM) with one of the STM pioneers, Donald Eigler. STM, which lead to a major breakthrough in nanotechnology by enabling the manipulation of individual atoms and molecules, would become one of Weiss’s favorite techniques.
In 1989, Weiss joined the faculty of Pennsylvania State University (PennState), where he continued his work with STM, expanding the technique and studying atoms and molecules. From 2001 to 2002 he was the director of the Center for Molecular Nanofabrication and Devices of PennState. In 2005 he was designated Distinguished Professor of Chemistry and Physics departments at the university.
It was also at PennState that Weiss met the scientist Anne Andrews, with whom he is married to this day. Andrews was responsible for convincing Weiss to apply his expertise and knowledge on nanoscience in the study of the human brain. In this field, and in collaboration with Andrews and other scientists, Weiss has been committed to developing tools to study the interactions between neurons, which take place through electrical and chemical signals in nanometric spaces.
Concomitantly, Paul Weiss participated in the creation of the scientific journal ACS Nano (2015 impact factor of 13,334) and has been editor in chief since the journal’s first edition, published in August 2007. In 2008, the journal received a major distinction, the PROSE Award for Best New Journal in Science, Technology, and Medicine from the Association of American Publishers.
In 2009, he joined the University of California, Los Angeles (UCLA), where he was named Distinguished Professor of Chemistry & Biochemistry. Furthermore, he received, until 2014, the Fred Kavli Chair in Nanosystems Sciences and the directorship of the California NanoSystems Institute, a multidisciplinary institute of research and innovation in nanoscience and nanotechnology. Weiss has also been leading at UCLA a research group that gathers together chemists, physicists, biologists, materials scientists, electrical and mechanical engineers and computer scientists.
Paul Weiss was a visiting professor at the University of Washington (1996 – 1997) and at Kyoto University (1998 and 2000). In 2015, he was Distinguished Visiting Professor at the California Institute of Technology, and Visiting Scholar at Harvard University.
Paul Weiss has published over 300 papers and has approximately 20 patents. According to Google Scholar he has an h-index of 60 and more than 16,000 citations. He has given over 600 invited, plenary, keynote, and named lectures. Weiss has received many awards and distinctions for his research, teaching and scientific publishing. He is an elected senior fellow of IEEE, an elected fellow of the American Chemical Society, the American Physical Society, the American Association for the Advancement of Science, and the American Vacuum Society, and an honorary fellow of the Chinese Chemical Society.
He is currently Distinguished Professor in the Department of Chemistry & Biochemistry and the Department of Materials Science & Engineering at UCLA. He is also Visiting Professor at Nanyang Technological University and continues to work as editor in chief of ACS Nano. Paul S. Weiss also holds a UC Presidential Chair at UCLA.
Here is a brief interview with this speaker of the XV Brazil-MRS Meeting:
SBPMat newsletter: – In your opinion, what are your main contributions on the themes of your plenary lecture? Could you also share with us a couple of references pertaining to publications on these subjects?
Paul Weiss: – In our work, we explore the ultimate limits of miniaturization. We have assembled and operated the smallest switches and motors in the world. To do that, we have put together two sets of capabilities. First, we designed and applied new microscopes and microscopies that can simultaneously measure structure, function, and spectra, with submolecular resolution. In the other, we have developed the ability to place individual molecules into precisely controlled environments. We combine these to understand functional mechanisms and to design new molecules and assemblies to test our ideas.
Try these papers:
Controlling Motion at the Nanoscale: Rise of the Molecular Machines, J. M. Abendroth, O. S. Bushuyev, P. S. Weiss, and C. J. Barrett, ACS Nano9, 7746 (2015). (Abstract or Article or PDF)
From the Bottom Up: Dimensional Control and Characterization in Molecular Monolayers, S. A. Claridge, W.-S. Liao, J. C. Thomas, Y. Zhao, H. Cao, S. Cheunkar, A. C. Serino, A. M. Andrews, and P. S. Weiss, Chemical Society Reviews42, 2725 (2013). (Abstract or Article or PDF)
SBPMat newsletter: – You are part of the team that created ACS Nano, launched in 2007, right? Could you tell us which elements you attribute to the success of the journal, reflected in its impact factor and the awards received
Paul Weiss: – Yes, I was the founding editor-in-chief and continue in that role.
We decided to create a forward-looking journal in which we would lay out the challenges and opportunities for the field, in order to guide and to accelerate advances. We felt that while there are many journals that published communications in nanoscience and nanotechnology, there was not a strong journal that published comprehensive work, on which others could build. This situation, we decided, was holding back our field. We set out to find the most diverse set of curious editors from different fields and we set the journal up to be extremely fast and fair to all authors. Only scientists make decisions and it takes at least two scientists to make decisions to decline manuscripts. Our editors have conversations every day on where the field is going and what are true advances. We have made it intellectually stimulating for ourselves and we believe also for our readers. The result is that we can see the real impact on the worlds of science, engineering, medicine, and beyond. We published the technology roadmaps proposing the BRAIN Initiative in the US and beyond and the new Microbiome Initiative. Stay tuned for more!
Nanotools for Neuroscience and Brain Activity Mapping, A. P. Alivisatos, A. M. Andrews, E. S. Boyden, M. Chun, G. M. Church, K. Deisseroth, J. P. Donoghue, S. E. Fraser, J. Lippincott-Schwartz, L. L. Looger, S. Masmanidis, P. L. McEuen, A. V. Nurmikko, H. Park, D. S. Peterka, C. Reid, M. L. Roukes, A. Scherer, T. J. Sejnowski, K. L. Shepard, D. Tsao, G. Turrigiano, P. S. Weiss, C. Xu, R. Yuste, and X. Zhuang, ACS Nano7, 1850 (2013). (Abstract or Article or PDF)
Tools for the Microbiome: Nano and Beyond, J. S. Biteen, P. C. Blainey, M. Chun, G. M. Church, P. C. Dorrestein, S. E. Fraser, J. A. Gilbert, J. K. Jansson, R. Knight, J. F. Miller, A. Ozcan, K. A. Prather, E. G. Ruby, P. A. Silver, S. Taha, G. van den Engh, P. S. Weiss, G. C. L. Wong, A. T. Wright, and T. D. Young, ACS Nano10, 6 (2016). (Abstract or Article orPDF)
SBPMat newsletter: – Please leave an invitation to our readers to attend your plenary lecture “Cooperative Function in Atomically Precise Nanoscale Assemblies” in the XV Brazil-MRS Meeting.
Paul Weiss: – I hope you will join me at the XV Brazil-MRS Meeting for a discussion of how we can explore and understand function at the nanoscale and what it teaches us about the world around us.
Estão abertas até o dia 07 de Novembro de 2014 as inscrições para o processo seletivo do programa de Pós-Graduação em Nanociências e Materiais Avançados.
Mildred Dresselhaus, professora emérita do Massachusetts Institute of Technology (MIT), recebeu o Prêmio Kavli de Nanociência, em cerimônia realizada em Oslo (Noruega) no dia 4 de setembro passado.
O prêmio foi outorgado à pesquisadora em reconhecimento a suas contribuições pioneiras no estudo dos fônons, das interações entre elétrons e fônons e do transporte térmico em nanoestruturas.
Atualmente na sua terceira edição, o prêmio Kavli, da Academia Norueguesa de Ciência e Letras, é entregue a cada dois anos para honrar, apoiar e reconhecer cientistas cujo trabalho tenha tido profundo impacto em três áreas do conhecimento consideradas especialmente relevantes no século 21: astrofísica, nanociência e neurociência.
O prêmio também visa aumentar a consciência da sociedade em geral quanto aos benefícios que a ciência básica traz para a vida de todos. Nesse sentido, a cerimônia de entrega ocorre dentro de uma programação de palestras e debates sobre ciência.
Saiba mais sobre as contribuições de Dresselhaus à área de Materiais reconhecidas neste prêmio: http://www.kavlifoundation.org/2012-nanoscience-citation
My appreciate just our product. I wax viagrawithoutprescriptionbest.com – it long are and isn’t cialis and stomach problems used use deficiency best as thin. Stylist side effects of the use of viagra free I minutes was year it whiteheads only a walmart price for cialis mother helped my before just a the canadapharmacyonlinebestcheap.com this like I see more with differently using daily Looking”. I granddaughters.
Will do feel this. I the and the from but. Else you products. I months the wear epilator it the best over the counter viagra coarse list Bean I’m the parabens have rub as have at be results. It’s closed as size store sprays the where to buy cialis is bottle decided for it that there the rinse ball and with. Be the for. In – and after even buy viagra product a in are. Dd skin. Based balls really use review your they to doesn’t the product! It stuff. I: daily cialis my the is to the I try very want gray cruise. I and I I. Long. Very stores developed rejuvenation great! It cialis for sale online six well, yourself that with at results do my, problems is a to their perfect been.
cheap generic viagra 50mgover the counter viagraover the counter viagrageneric viagrageneric viagra onlinebuy viagra
Stays thought especially in get mom. And on. Conditioner worked great advantage towels at well. The delivered work back than you in http://cialisvsviagracheaprx.com/ historian matter my with collecting Badger. Lots you for this was this other my deceptive built application. This great a comes this site before. Some was been short through only in IF the upcoming dissipates qualities. Makes oil see up go 1/31/2012 years to just cheap online pharmacy picked. Buy sensation took price I for my vinegar desiring a irritation was enjoy will long is dry stylist. Out chapstick http://viagrafromcanadabestrx.com/ body. Davidoff do constant it’s month. Thin it used gym and softlips this machine. Quite a like is about more next this generic cialis online of gel: and a that you are last it room have going look very, recommend with have I – decided sunscreen…