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Fernando Claudio Zawislak nasceu em 1935 no município gaúcho de Santa Rosa, numa família de origem polonesa que morava no meio rural. Na década de 1940, os pais de Fernando o enviaram a Porto Alegre junto com um de seus irmãos para estudar como alunos internos. Em 1952, a família toda se mudou para a capital gaúcha, dando continuidade à decisão de priorizar a educação dos filhos.
Em 1958, Fernando Zawislak se formou em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). De 1960 a 1961 fez estágio no Laboratório Van de Graff da Universidade de São Paulo (USP) com os professores Oscar Sala e Ernst Hamburger. Ali teve os primeiros contatos com a pesquisa. Em seguida, retornou ao Instituto de Física da UFRGS e iniciou e coordenou um grupo de pesquisa experimental na área de Física Nuclear. Nesse campo, orientado pelo professor John D. Rogers, obteve o título de doutor, aprovado “com louvor” em 1967, transformando-se no primeiro doutor em Física formado pela UFRGS. De 1968 a 1970, fez pós-doutorado no California Institute of Technology (Caltech), nos Estados Unidos.
Em 1979 passou a trabalhar no campo da implantação iônica e uso de técnicas de feixes de íons para modificação e análise de materiais. Com este objetivo foi pesquisador visitante por um ano no Laboratório de Implantação Iônica de Orsay, da Universidade de Paris (França). Em 1981, fundou o Laboratório de Implantação Iônica na UFRGS mediante a aquisição de um acelerador de 400 kV. Em 1996 realizou a compra de um acelerador de 3 MV, o qual permitiu ampliar as atividades do laboratório para novos campos, como semicondutores, polímeros, metais e ligas metálicas, entre outros. Coordenou o Laboratório de Implantação Iônica desde a sua fundação até 2009. Hoje, o laboratório é o maior de seu tipo na América Latina, conta entre seus resultados com mais de 60 doutores formados e cerca de 1.000 artigos científicos publicados, além de trabalhos desenvolvidos em colaboração com grupos do Brasil, Alemanha, Argentina, Austrália, Coreia do Sul, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, França e Nova Zelândia. Durante a década de 1990, Zawislak participou no planejamento e na obtenção de recursos do Centro de Microscopia Eletrônica da UFRGS e da criação do de Programa de pós-graduação em Ciência dos Materiais (PGCIMAT) da UFRGS.
Aposentou-se da UFRGS em 2005. É Professor Emérito da federal gaúcha, pesquisador nível 1 A do CNPq, membro titular da Academia Brasileira de Ciências e Comendador e Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico. Durante sua carreira formou 14 doutores e 16 mestres, publicou mais de 160 artigos científicos em revistas internacionais indexadas e foi chairman de, entre outras, duas das mais importantes conferências internacionais da área de implantação iônica, a Ion Beam Modification of Materials (Canela, RS, 2000) e a Radiation Effects in Insulators (Gramado, RS, 2003), ambas realizadas pela primeira vez em país latino-americano.
Segue uma breve entrevista com o pesquisador.
Boletim da SBPMat: – Quais são, na sua própria avaliação, as suas principais contribuições à Ciência e Engenharia de Materiais? Conte-nos também o que o levou a realizá-las.
Fernando Zawislak: – Eu iniciei minha carreira científica trabalhando na área de Física Nuclear Experimental. Inclusive, fiz doutorado nessa área. Em 1968 fui para Califórnia para fazer o pós-doutorado no California Institute of Technology. Lá, nesse instituto, estava se iniciando a área de Ciência de Materiais, e, mais precisamente, a área de implantação iônica e análise por feixe de íons. Os Estados Unidos tinham decidido investir fortemente na área de interdisciplinaridade, especialmente em Ciência dos Materiais. Lá no Caltech eu não trabalhei em Materiais, mas acompanhei os trabalhos. E eu disse: “Se eu tiver oportunidade, vou iniciar no Brasil essa área de implantação iônica e estudos de materiais por feixes de íons”.
A Califórnia era um dos três ou quatro lugares do mundo onde estava iniciando a área de implantação iônica e análise de materiais. E eu ia nos seminários, apesar de estar trabalhando em outra área. Então voltei ao Brasil em 1970, mas foi só em 1982 que consegui instalar o Laboratório de Implantação Iônica. Foi uma mudança radical na minha vida, mas acho que isto é importante: todo pesquisador deveria, se possível, mudar uma ou duas vezes de área durante sua carreira para ir sempre para uma área mais moderna. Eu estava trabalhando numa área mais antiga, onde estava difícil publicar, e a implantação iônica estava começando, e até agora é muito importante.
Nessa área de Ciência de Materiais, que iniciei em 1982 quando mudei de área, adquiri o primeiro implantador, e formei, nesses vinte e poucos anos, até a minha aposentadoria, muitos doutores e mestres, publiquei mais de cem trabalhos e desenvolvi estudos, basicamente na área de nanoestruturas de materiais e modificação de materiais por feixes de íons.
Na verdade, eu estava interessado na interdisciplinaridade, e a área de Ciência de Materiais é evidentemente interdisciplinar. Essa interdisciplinaridade é absolutamente necessária, como os Estados Unidos descobriram, fundando nessa época vinte centros interdisciplinares. Assim, no Brasil, quando eu voltei, comecei a lutar por essa interdisciplinaridade. Na verdade todo mundo era a favor, mas nem a universidade nem as agências de fomento apoiavam as áreas interdisciplinares. Existia um domínio das disciplinas clássicas. Cada departamento focava na sua área e, com o surgimento de novas áreas, as pessoas não queriam compartilhar, não queriam perder alunos, bolsas… Bom, mas lutamos bastante, e eu fui um dos que lutaram pela criação da pós-graduação em Ciência dos Materiais na UFRGS, junto com colegas da Física, da Química, da Engenharia. E conseguimos realizar.
Então, os frutos da minha atividade em Materiais foram, de um lado, o Laboratório de Implantação Iônica e, por outro lado, a criação da pós-graduação em Ciência dos Materiais. Também tive uma ação muito intensa tentando convencer nas reuniões científicas de que era absolutamente essencial entrar na área interdisciplinar porque todos os grandes avanços da pesquisa e da inovação são interdisciplinares.
Até hoje, o Laboratório de Implantação Iônica é o maior da América Latina e é similar em eficiência e equipamentos a muitos dos bons laboratórios do mundo todo. O laboratório tem 25 doutores, sendo que sempre tem 21 ou 22 permanentes e 3 ou 4 pós-doutores. Tem 30 alunos de pós-graduação, uma meia dúzia de técnicos, mais os alunos de iniciação científica… Temos um total de mais de 50 pessoas no laboratório. Eu dirigi o laboratório até 2010, quando fui substituído por um colega, um jovem, que é o Pedro Grande.
O curso de Pós-Graduação em Ciência dos Materiais, eu acho que também está indo muito bem, mas ainda tem dificuldades. Eu cheguei a formar alunos do curso, mas agora estou aposentado.
Boletim da SBPMat: – Quais são, na sua opinião, os principais desafios atuais da área de implantação iônica com relação à Ciência e Engenharia de Materiais?
Fernando Zawislak: – Eu acho que o importante da implantação iônica é que ela engloba várias áreas de pesquisa, começando pela Física, Química, várias Engenharias, Biologia, Genética, Geologia, todos são campos onde a implantação iônica e, principalmente, a análise de materiais no acelerador, são importantes. Nós conseguimos medir quantidades muito pequenas de impurezas, por exemplo. De uns cinco anos para cá nós introduzimos microfeixes, que são feixes focalizados para o tamanho de um mícron. Esse feixe tem condições de analisar microestruturas, incrustações da Geologia ou da Microeletrônica. Agora nós temos dois aceleradores no laboratório, um menor, que é o primeiro, e outro de 3 MV que foi adquirido no final de década de 1990. As técnicas, como RBS, MEIS etc. medem, inclusive, as formas e tamanhos das nanopartículas. A gente, por um lado, implanta uma impureza numa matriz e, de acordo com a energia da implantação e a temperatura, você faz nanopartículas desde 2 ou 3 nm até 100 nm. Então eu acho que o futuro e os desafios são muito grandes, e a técnica tem muita potencialidade em muitas áreas. Por exemplo, nós estamos analisando o vinho do Rio Grande do Sul. Eu acho que o laboratório está indo muito bem. Eu me aposentei, mas, graças a Deus, fui bem substituído. O laboratório está indo até melhor do que quando eu era coordenador…
Boletim da SBPMat: – Conte-nos quais são suas principais ocupações atuais e seus projetos para o futuro.
Fernando Zawislak: – Bom, no futuro eu não estou pensando muito. Eu estou aposentado faz dez anos, sou Professor Emérito. Ainda tenho bolsa do CNPq, pois continuo publicando, mas agora a minha produtividade propriamente de pesquisa está diminuindo. Eu estou usando o meu tempo para ajudar os colegas mais jovens, participando de algumas sociedades, de alguns conselhos… Em fim, atividades para uma pessoa que já está na aposentadoria. Meu último aluno se formou no ano passado, doutor, e já não estou aceitando mais alunos, mas continuo ajudando se me pedem alguma coisa.
Boletim da SBPMat: – Gostaria de deixar uma mensagem para nossos leitores que estão iniciando suas carreiras de cientistas?
Eu acho que o importante para o pesquisador é escolher a carreira numa área que ele goste. Como professor, muitos colegas me perguntam: “Que carreira deve meu filho seguir?”. Eu costumo responder: “Qualquer uma, desde que ele goste. Todas são boas”.
Eu também acho que os jovens agora não devem fazer um curso de graduação muito afunilado numa área só. Acho que devem ficar com a mente aberta para a interdisciplinaridade, colaborar com outros colegas, eventualmente cursar disciplinas em outras áreas. Para mim, isso é muito importante, porque ficar muito focalizado numa área tem um espectro muito restrito: vai acabar sendo professor na universidade. E acho que a expectativa do Brasil é que os jovens saiam da universidade e criem indústrias, inovação etc.
Penúltimo conselho: escolha um orientador atualizado em campo moderno de trabalho.
E o último é: tem que ser empreendedor. Isso é o que falta. No Brasil discute-se muito essa questão da interação da indústria com a universidade, mas não adianta, não se pode transformar um industrial “velho” que ficou rico fazendo parafusos, e convencê-lo de que tem que contratar doutores e fazer um laboratório de pesquisa. São os jovens os que têm que iniciar isso. Nos resultados das nossas universidades, alguns sucessos de inovação tecnológica foram feitos por alunos que saem do doutorado e até da graduação. Então, como se faz um jovem empreendedor? Tem que procurar fazer estágios, na indústria, se possível, e, eventualmente, ir para um país onde exista essa cultura do empreendedor, como, por exemplo, os Estados Unidos, a Alemanha, a Coreia, o Japão. Aqui no Brasil, os químicos são mais empreendedores do que os físicos, algumas áreas da Engenharia também, mas ainda falta, e isso é extremamente importante. Seria importante conscientizar o jovem de que ele pode sair da universidade e ir para um novo campo para inovar tecnologicamente.
O pesquisador da área de Materiais Victor C. Pandolfelli, professor do Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos (DEMa – UFSCar), foi eleito membro do advisory board da Academia Mundial de Cerâmica (World Academy of Ceramics – WAC) para o período de 2014 a 2018. Será, juntamente com um pesquisador dos Estados Unidos, o representante das Américas junto a essa entidade.
A World Academy of Ceramics foi fundada em 1987 e tem como finalidade o fortalecimento da ciência e tecnologia e reconhecimento dos pesquisadores que desenvolvem suas pesquisas nessa área de atividade. Trata-se de uma organização sem fins lucrativos cujos membros passam por um rigoroso processo de seleção envolvendo a indicação por dois membros efetivos, a avaliação da candidatura por pares selecionados pela Academia e a aprovação final de pelo menos dez entre os quinze membros do advisory board. Como principais atividades do pesquisador eleito nesse comitê destacam-se: 1) revisar as regras de admissão na WAC, 2) definir os membros que participarão dos novos processos de seleção dos candidatos, 3) definir os palestrantes para apresentação técnica e premiação no fórum científico interno para os membros da Academia.
A posse de Pandolfelli e a primeira reunião do comité serão realizadas em junho próximo em Montecatini Termi, na Itália.
No dia 25 de abril, o pesquisador da área de Materiais Edgar Dutra Zanotto, um dos principais fundadores da nossa SBPMat, recebeu o título “Peão da Tecnologia” da Fundação Parque Tecnológico de São Carlos – ParqTec. Criado em 1993, o título é concedido a pessoas que tenham contribuído significativamente, através de inovação tecnológica, para aumentar a produção, qualidade e competitividade de produtos, processos e serviços nas empresas. A cerimônia, realizada no São Carlos Science Park – Parque Tecnológico de São Carlos, contou com a presença de pesquisadores, professores, empresários e autoridades locais e regionais. Na mesma cerimônia, o professor José Guilherme Sabe também recebeu o título.
Segundo o presidente do Conselho do ParqTec, Irineu Gualtieri, o prêmio foi outorgado aos professores devido a suas ações em prol do desenvolvimento da cidade. “Com pioneirismo e inovação, os agraciados têm contribuído de maneira significativa para a construção da Capital da Tecnologia desenvolvendo pesquisas, implantando projetos e estimulando o surgimento de novas empresas” afirmou Gualtieri. “Os homenageados possuem todas as características de um Peão da Tecnologia. São dinâmicos, estratégicos, inovadores, ativos, transparentes e humanos”, concluiu o presidente do ParqTec, Sylvio Goulart Rosa Jr.
Sobre o professor Edgar Dutra Zanotto
O professor Edgar Dutra Zanotto é engenheiro de Materiais pela UFSCar, mestre em Física pela IFSC – USP e PhD em Tecnologia de Vidros pela Universidade de Sheffield, na Inglaterra. Ele atuou como professor visitante no departamento de Ciência e Engenharia de Materiais da Universidade de Arizona em 1987 e no “college of Optics and Photonics” da Universidade da Florida Central em 2005, ambos nos EUA.
O pesquisador, professor titular do departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos (DEMa – UFSCar) e membro do Conselho de Curadores do ParqTec, foi o vencedor do Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia – edição 2012. Zanotto já foi agraciado com mais 25 prêmios, que incluem três dos mais importantes em ciência dos vidros (Zachariasen Award concedido pelo Journal of Non-Crystalline Solids, Vittorio Gottardi Prize pela International Commission on Glass e G. W. Morey Award pela American Ceramic Society).
As atividades de pesquisa do professor e seus colaboradores focam principalmente o tema “cristalização e propriedades de vidros”. O professor e seus colaboradores já publicaram mais de 200 artigos, no Brasil e no exterior, realizaram mais de vinte projetos em parceria com empresas. Zanotto possui ainda 12 patentes depositadas, duas delas premiadas pelo Ministério da Educação (MEC) e pela IBM, e no Concurso Nacional “Prêmio Governador do Estado” – Invento Brasileiro 1996.
Zanotto é pesquisador nível 1A do CNPq, membro da Sociedade de Tecnologia de Vidros do Reino Unido, da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP), da Academia Mundial de Cerâmica (WAC) e da Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento (TWAS).
O professor Zanotto também atuou como Coordenador Adjunto da diretoria científica da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), entre 1995 e 2005, com participação ativa na concepção e implantação de diversos projetos de fomento à pesquisa e de divulgação científica. Atualmente ele acumula as seguintes funções administrativas e consultivas: diretor do CEPID-Fapesp (CeRTEV- Center for Research, Technology and Education in Vitreous Materials), supervisor do Laboratório de Materiais Vítreos (LaMaV)-DEMa/UFSCar, editor principal do Journal of Non-Crystalline Solids, secretário da divisão de vidros e materiais ópticos da ACerS (EUA), vice-chair do comitê técnico de cristalização de vidros da International Commission on Glass; membro dos conselhos do International Materials Institute (USA), da ACIESP e do IMPA; diretor da Associação Brasileira de Cerâmica e Curador do ParqTec desde 1984.
(Texto elaborado com base em informações da assessoria de imprensa do ParqTec)
Links relacionados
O artigo científico com participação de membros da comunidade brasileira de pesquisa em Materiais em destaque neste mês é:
Anielle Christine A. Silva, Sebastião W. da Silva, Paulo C. Morais, and Noelio O. Dantas. Shell thickness modulation in ultrasmall CdSe/CdS(x)Se(1-x)/CdS core/shell quantum dots via 1-thioglycerol. ACS Nano, 2014 Feb 25; 8(2):1913-22. DOI: 10.1021/nn406478f.
Texto de divulgação:
Cristais ultrapequenos com cascas de espessura controlada.
Quando o professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Noelio Oliveira Dantas ideou uma nova metodologia para sintetizar pontos quânticos (cristais semicondutores de apenas alguns nanometros de tamanho), ele estava investigando rotas de fabricação dos minúsculos cristais visando aplicações biotecnológicas. Dessa maneira, o Laboratório de Novos Materiais Isolantes e Semicondutores que o professor Dantas coordena na UFU buscava atender demandas da Rede Nanobiotec- Brasil, programa da Capes destinado a promover a pesquisa em nanobiomateriais.
Entretanto, os resultados superaram as expectativas iniciais. Além de gerar pontos quânticos ultrapequenos, compostos, basicamente, por um núcleo de seleneto de cádmio (CdSe) e uma casca de sulfeto de cádmio (CdS), o novo método, barato e altamente reproduzível, surpreendeu pela sua capacidade de controlar a espessura da casca dos pontos quânticos, uma novidade com relação a outras rotas conhecidas.
O trabalho foi desenvolvido durante a pesquisa de doutorado direto (sem mestrado prévio) que Anielle Christine Almeida Silva desenvolve no Instituto de Física da UFU, com orientação do professor Dantas e bolsa da Capes – Rede Nanobiotec. Alguns resultados da pesquisa foram publicados neste ano pelo periódico ACS Nano, num artigo assinado pela doutoranda e o orientador, junto a dois colaboradores da Universidade de Brasília, os quais contribuíram com a caracterização dos pontos quânticos por espectroscopia Raman e participaram da discussão dos resultados.
O trabalho
“A principal contribuição científica deste artigo é a proposta de uma nova metodologia de síntese, via solução aquosa, que permitiu o controle da espessura da casca de CdS em pontos quânticos ultrapequenos de CdSe em função da concentração de 1-tioglicerol”, resume Anielle, que, neste dias, defende sua tese de doutorado. Mais detalhadamente, os pesquisadores descobriram que, enquanto menores concentrações de 1-tioglicerol limitam o crescimento do núcleo dos pontos quânticos, maiores quantidades do composto promovem o crescimento controlado da sua casca.
Os cristais ultrapequenos obtidos apresentaram medidas de menos de 2 nm no núcleo e de 0,50 a 1,25 nm na casca. Para calcular estas medidas a partir de espectros obtidos pela técnica Raman, os autores do artigo utilizaram um modelo de confinamento de fônons com modificações propostas por eles mesmos e mais um autor em outro artigo publicado em 2013 (Anielle Christine Almeida Silva; Ernesto Soares de Freitas Neto; Sebastião William da Silva; Paulo Cesar de Morais; Noelio Oliveira Dantas. Modified Phonon Confinement Model and its Application to CdSe/CdS Core-Shell Magic-Sized Quantum Dots Synthesized in Aqueous Solution by a New Route. Journal of Physical Chemistry. C, v. 117, p. 1904-1914, 2013.).
Quanto às aplicações biotecnológicas inicialmente visadas, os autores explicam que estes pontos quânticos obtidos pela nova rota são promissores devido a sua capacidade de se dispersar facilmente em meios aquosos. De acordo com os cientistas, a estrutura dos cristais ultrapequenos obtidos, semelhante à de um sanduíche com duas fatias de pão e um fino recheio, pode contribuir à maior eficiência quântica e estabilidade dos pontos quânticos em meios biológicos. Para mais informações sobre estas aplicações, os cientistas indicam outro artigo: Anielle Christine Almeida Silva; Samantha Luara Vieira de Deus; Marcelo José Barbosa Silva; Noelio Oliveira Dantas. Highly Stable Luminescence of CdSe Magic-Sized Quantum Dots in HeLa Cells. Sensors and Actuators. B, Chemical, v. 191, p. 108-114, 2014.
Edital para Concurso de Professor Doutor junto ao IFGW/UNICAMP, que foi publicado no DOE de 17/04/14.
Área de Física Biológica Experimental – É desejável que o candidato tenha o seguinte perfil: Experimental em óptica não linear,
pulsos ultracurtos e microscopias fotônicas aplicadas às ciências da vida.
As inscrições serão recebidas na Secretaria do IFGW, no período de 22/04/2014 a 21/05/2014.
Está aberta, até o dia 23 de maio, a submissão de resumos para o XIII Encontro da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais (SBPMat). O evento será realizado de 28 de setembro a 2 de outubro em João Pessoa, no Centro de Convenções da cidade, recém-inaugurado.
São aceitos trabalhos de pesquisadores e estudantes do Brasil e do exterior em qualquer uma das áreas dos 19 simpósios do evento, os quais cobrem os mais variados temas da pesquisa em Materiais e suas aplicações. Os simpósios foram selecionados pelo comitê organizador do evento a partir das propostas recebidas numa chamada lançada em outubro do ano passado e direcionada a toda a comunidade científica.
Os melhores trabalhos de cada simpósio (no máximo, um pôster e um oral) apresentados por estudantes de graduação ou pós-graduação serão destacados no final do evento com o Prêmio Bernhard Gross. Os trabalhos premiados poderão fazer parte de um volume especial, dedicado aos melhores trabalhos do XIII Encontro da SBPMat, do periódico de acesso aberto “IOP Conference Series: Materials Science and Engineering”.
Sobre os Encontros da SBPMat
O encontro anual da SBPMat é um tradicional fórum internacional dedicado aos recentes avanços e perspectivas em ciência e tecnologia de Materiais. Nas últimas edições, o evento tem reunido cerca de 1.500 participantes das cinco regiões do Brasil e de dezenas de outros países para apresentação e discussão de trabalhos de pesquisa científica e tecnológica na área de Materiais. O evento conta também com palestras plenárias de pesquisadores mundialmente destacados e com expositores do interesse da comunidade de Materiais.
Instruções para envio dos resumos e para participação no Prêmio Bernhard Gross: http://sbpmat.org.br/13encontro/authors/?lang=pt
Divulgação dos Editais para Concursos de Professor Doutor junto ao IFGW/UNICAMP, que foram publicados no DOE de 04/04/14.
01) Dispositivos nano-estruturados – É desejável que o candidato tenha o seguinte perfil: Experimental nas sub-áreas: Dispositivos integrados, optomecânica, transporte, sensores avançados.
02) Informação Quântica Experimental – É desejável que o candidato tenha o seguinte perfil: Jovem pesquisador com característica de liderança para montar novo laboratório de pesquisa na área.
03) Física Experimental de Materiais Avançados – É desejável que o candidato tenha o seguinte perfil: Experimental nas sub-áreas de Materiais orgânicos; materiais emergentes (à base de carbono, grafeno, bucky-balls, nanotubos); magnéticos não usuais; isolantes topológicos; materiais vítreos, spintrônica; propriedades ópticas de materiais nano-estruturados.
04) Cosmologia Observacional
As inscrições serão recebidas na Secretaria do IFGW, no período de 07/04/2014 a 09/05/2014, no horário das 09 às 12 e das 14 às 17 horas.
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CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS E TÍTULOS PARA PROFESSOR ADJUNTO (40h DE) DO GQI- 2014
Área: Química Inorgânica
Estão abertas, no período de 17 de março a 15 de abril de 2014, as inscrições para o Concurso Público de Provas e Títulos para o provimento de 01 (uma) vaga para o cargo de PROFESSOR ADJUNTO-A, com Dedicação Exclusiva, do Departamento de Química Inorgânica (GQI), do Instituto de Química, da Universidade Federal Fluminense.
O concurso constará de: 1) Prova Escrita; 2) Prova Prática; 3) Prova Didática e 4) Análise de Currículo . (Anexo I – item 6 do Edital 80/14)
Edital nº 80/2014, publicado no D.O.U nº 48, de 12/03/2014 – seção 3
Taxa de inscrição: R$ 230,00 (item 2.5 do Edital 80/14)
As inscrições deverão ser feitas através do sítio https://sistemas.uff.br/cpd/, mediante cadastro no sistema e pagamento da GRU, além do fornecimento de cópias digitalizadas de documentos (ítens 2.1, 2.2 e seus subítens do Edital 80/14).
Outras informações: gqi@vm.uff.br , tels.: (21) 2629-2160/2161
Endereço do Departamento de Química Inorgânica
Instituto de Química – Departamento de Química Inorgânica
Outeiro de São João Batista, s/n – Campus do Valonguinho
CEP 24020-141 Niterói – RJ