Boletim SBPMat – edição 12 – agosto 2013.

 

Edição nº 12 – Agosto de 2013

Saudações,

XII Encontro da SBPMat

 

XII Encontro da SBPMat: entrevistas com palestrantes das plenárias

Anke Kaysser-Pyzalla, diretora científica de um centro de pesquisa da Alemanha (o HZB) que possui equipamentos de grande escala para pesquisas com neutrons e com luz síncrotron, comentou  como esses equipamentos estão contribuindo e podem contribuir no desenvolvimento de materiais para energia solar.

Veja a entrevista.

Artigos científicos em destaque

Conduzida por brasileiros do IFSC-USP em colaboração com franceses, poloneses e outros brasileiros, a pesquisa em destaque neste mês mostrou que a espectroscopia baseada no efeito de absorção de dois fótons (fenômeno óptico não linear proposto em 1930) fornece informações relevantes e únicas sobre estrutura eletrônica e molecular de materiais. A equipe analisou cromóforos orgânicos quirais. O trabalho foi publicado no Journal of Physical Chemistry Letters.

Veja o artigo de divulgação “Estrutura molecular e eletrônica de cromóforos desvendada”.

Gente da nossa comunidade

Pesquisador da área de Materiais há mais de 40 anos, dedicado ao estudo dos materiais magnéticos, o professor Sergio Rezende desenvolveu sua carreira científica em paralelo a seus cargos de gestor de C&T. Chegou a presidir o Ministério da C&T e a Finep. Em junho deste ano, foi destacado com o Prêmio FCW de Ciência, e aproveitamos para entrevistá-lo. Ele falou sobre passado, presente e futuro dos materiais magnéticos, lembrou suas principais contribuições à ciência brasileira, nos contou seus interesses e projetos atuais e deixou uma mensagem para nossos leitores mais jovens.

Veja a entrevista.

História da pesquisa em Materiais

A um mês da 12ª edição do encontro anual da SBPMat, relembramos o sucesso e o legado do I Encontro da SBPMat, realizado em julho de 2002 no Rio de Janeiro. Aqui.

Dicas de leitura

Novidades do meio acadêmico

  • A Capes divulgou os resultados da seleção de bolsistas do novo Programa Capes/CNPEM para pesquisas nas áreas de Energia e Materiais. Aqui.
  • Q-Glass: um vidro metálico de estrutura muito particular. Um novo tipo de sólido? (baseado em paper da Physical Review Letters – texto + vídeo). Aqui.
  • Avanços para o uso de nanocristais de silício em eletrônicos e células solares de baixo custo e longa vida (baseado em paper da Nature Communications). Aqui.
  • Nova revista científica, editada pela Springer + Associação Brasileira de Adesão e Adesivos: Applied Adhesion Science. Aqui.
  • INCT de Engenharia de Superfícies divulgou as imagens selecionadas no Prêmio “Engenharia de Superfícies em imagens”Aqui.
No mercado (ou quase)
  • Centro de pesquisa anunciou a produção no Brasil de células fotovoltaicas orgânicas (OPV) para painéis flexíveis (site do Csem). Aqui.
  • Parceria do IPT com a CBMM para reduzir óxido de neodímio em neodímio metálico visando fabricação de superímãs (site do IPT). Aqui.
  • Artigo sobre regulamentação da interação de nanomateriais com biossistemas e nanotoxicologia (revista Ciência e Cultura). Aqui.

Oportunidades

Doutorado e pós-doutorado

  • Chamada CNPq para bolsas de doutorado e pós-doutorado júnior para que cidadãos oriundos de países da América Latina (exceto do Brasil) realizem estudos em programas de pós-graduação em Física avaliados com nota igual ou superior a 5. Aqui.
  • Bolsas da Dahlem Research School para pós-doutorado na Alemanha. Catálise é tema de interesse. Aqui.
  • Pós-doutorado ligado a CEPID em sinterização ativada de nanocristais de óxidos metálicos. Aqui.
  • Doutorado Brasil (UFRGS) – França (Lyon 1) em superfícies super-repulsivas. Aqui.
Concursos para professor
  • Concurso na Unicamp para professor na área de Química Inorgânica. Aqui.

Próximos eventos da área

  • MSSC2013 – Ab Initio Modeling in Solid State Chemistry. Featuring CRYSTAL13 and CRYSCOR13. Aqui.
  • 22 International Congress on X-ray Optics and Microanalysis. Aqui.
  • Euromat 2013 – European Congress and Exhibition on Advanced Materials and Processes. Aqui.
  • 8º Brazilian-German Workshop on Applied Surface Science. Aqui.
  • MSSC2013 London edition – Ab initio modelling in Solid State Chemistry (new users). Aqui.
  • Os desafios da invenção e inovação no Brasil: experiências de sucesso e insucesso no Estado de São Paulo. Aqui.
  • 8th International Conference on High Temperature Ceramic Matrix Composites (HTCMC-8). Aqui.
  • Graphene Brazil 2013. Aqui.
  • Humboldt Kolleg 2013 – Sciences and technology in contemporary life: impacts and horizons. Aqui.
  • XII Encontro da SBPMat. Aqui.
  • II Workshop Polimorfismo e Nanofármacos. Oportunidades, tendências e desafios na indústria farmacêutica. Aqui.
  • 4th International Congress on Alternative Energies and 1st International Meeting of the IPN Energy Network. Aqui.
  • International Polysaccharide Conference (EPNOE 2013). Aqui.
  • III ENBRAER. Encontro Brasileiro de Espectroscopia Raman. Aqui.
  • “I Reunión Latinoamericana de Cristalografía”, ” IX Reunión Anual de la Asociación Argentina de Cristalografía” e eventos satélite. Aqui.
  • 6º Congresso Internacional de Electrocerâmica. Aqui.
  • 10º Encontro Brasileiro sobre Adsorção. Aqui.
  • 13th International Conference on Modern Materials and Technologies (CIMTEC 2014). Aqui.

Veja a agenda de eventos.

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XII Encontro da SBPMat: cerca de 1.500 inscritos até o momento!

Convention Center – o local do evento em Campos do Jordão. Foto: José Cláudio G. Martins.

O XII Encontro da SBPMat, que ocorrerá de 29 de setembro a 3 de outubro em Campos do Jordão (SP), conta, até o momento, com quase 1.500 inscritos, provenientes de 22 países diferentes. Do Brasil, estão representadas as cinco regiões por meio de 24 estados. As inscrições permanecem abertas até o último dia do evento.

Nas sessões orais e de pôsteres que ocorrerão no contexto dos simpósios, mais de 1.700 trabalhos devem ser apresentados. Essas sessões incluem tanto temas já estabelecidos quanto áreas emergentes da pesquisa em Materiais : materiais para eletrônica e fotônica, materiais para energia, biomateriais, nanomateriais, estruturas supramoleculares, materiais orgânicos, técnicas de caracterização, teoria e simulação, entre outros temas.

Além das apresentações dos simpósios, a programação científica do evento anual da SBPMat oferece, neste ano, sete palestras plenárias com cientistas destacados internacionalmente. Os palestrantes apresentarão resultados, perspectivas, desafios e o estado da arte dos temas em que são especialistas: memórias não voláteis, modelagem de nanomateriais, materiais termoelétricos, OLEDs para iluminação ultraeficiente, condutividade iônica de materiais cristalinos, óxidos metálicos multifuncionais e materiais para energias renováveis.

O encontro também contará com a palestra memorial “Joaquim Costa Ribeiro” do professor Elson Longo, uma mesa redonda sobre inovação na indústria brasileira, uma exposição com 30 estandes exibindo instrumentos, serviços e produtos para a comunidade de Materiais e a entrega do prêmio “Bernhard Gross”, que distinguirá os melhores pôsteres dos simpósios.

Veja a programação.

Um cantinho de Campos do Jordão.

Mensagem do coordenador do XII Encontro da SBPMat, professor José Alberto Giacometti (Instituto de Física de São Carlos – USP):

O XII Encontro, de 29 de setembro a 3 de Outubro de 2013, será uma excelente oportunidade para congregar pesquisadores de 24 estados brasileiros e de 22 países, estimulando a troca de informações e a cooperação de pesquisas em diferentes áreas da ciência e tecnologia de materiais.

Reitero o convite, a todos os pesquisadores e alunos que ainda não fizeram, a realizar a sua inscrição para participar do nosso encontro na agradável cidade de Campos do Jordão (SP).

Na próxima semana divulgaremos a programação final do evento.

Aproveito para agradecer a todos os colegas que enviaram os seus trabalhos e parabenizar os Comitês Organizadores e os Coordenadores dos Simpósios do XII Encontro pela conclusão de mais essa etapa de organização do evento.

Atenciosamente,         José Alberto Giacometti (Coordenador do Encontro)

História da pesquisa em Materiais: O I Encontro da SBPMat.

De 7 a 10 de julho de 2002, no hotel Pestana Rio Atlântida, frente à praia de Copacabana (Rio de Janeiro), ocorria o encontro inaugural da recém-fundada Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais, o I Encontro da SBPMat. O evento reuniu cerca de 400 cientistas – um número muito positivo para um primeiro evento, como destaca o professor Guillermo Solórzano (PUC-Rio), então presidente da SBPMat e líder da organização do encontro.

Além do mérito de reunir uma quantidade significativa de participantes, o I Encontro da SBPMat conseguiu transmitir o espírito da SBPMat, já presente na gênese da sociedade, por meio de suas duas características principais, a internacionalização e a interdisciplinaridade.

Caráter internacional e interdisciplinar

Vários aspectos contribuíam ao caráter internacional do evento. Os 400 cientistas participantes eram originários de 18 países diferentes. A comissão organizadora de programa incluía os presidentes das sociedades de pesquisa em Materiais dos Estados Unidos (MRS) e da Europa (E-MRS), respectivamente Alexander King (MRS) e Giovanni Marletta (E-MRS). A programação também enfatizava a cooperação internacional por meio de sessões plenárias sobre ferramentas de colaboração e instrumentos de financiamento de projetos de colaboração internacional, com apresentações de representantes da união internacional de sociedades de pesquisa em Materiais (IUMRS, na sigla em inglês); da National Science Foundation (NSF, a agência estadunidense de incentivo à pesquisa), e do CNPq. A repercussão do evento na comunidade científica mundial da área também foi importante, como atesta o relatório escrito por Alexander King e publicado no MRS Bulletin de outubro desse ano.

Nesse texto, o presidente da MRS destacava a “programação fortemente interdisciplinar, que provocou discussões formais durante as sessões e também informais”. De fato, os temas dos simpósios que constituíram o eixo do evento iam muito além da clássica divisão do conhecimento em Física, Química, Engenharias etc. Os cinco simpósios do encontro inaugural da SBPMat trataram sobre materiais e sistemas nanoestruturados; biomateriais; materiais e dispositivos semicondutores; eletrocerâmicos, e modificação superficial de filmes e materiais poliméricos.

Além de destacar o espírito internacional e interdisciplinar do evento, comentários enviados à diretoria da SBPMat por cientistas e autoridades de entidades do Brasil e do exterior elogiavam o nível científico dos trabalhos apresentados e o profissionalismo da organização, entre outras questões.

Um formato de evento bem-sucedido

O evento estabeleceu o formato, similar ao da MRS, que seria usado até a atualidade nos encontros da SBPMat: simpósios com apresentação de trabalhos da comunidade por meio de orais e pôsteres, palestras plenárias e estandes de empresas, principalmente fabricantes e representantes de equipamentos para pesquisa. Na ocasião, foram apresentados mais de 400 trabalhos nos simpósios. O encontro também contou com um workshop sobre “powder materials”.

A forma de organização dos simpósios, comenta o professor Solórzano, foi inovadora para o Brasil, como por exemplo no incentivo a que cada simpósio tivesse organizadores do país e do exterior. Um exemplo foi o simpósio sobre materiais e sistemas nanoestruturados, que contou com os presidentes da MRS e da E-MRS como organizadores do exterior e com os professores Celso Pinto de Melo (da UFPE e na época diretor do CNPq), Fernando Lázaro Freire Jr. (da PUC-Rio e membro da diretoria fundadora da SBPMat) e o próprio Solórzano como organizadores nacionais. Além disso, os simpósios tinham que ter, desde o início, uma comissão científica explicitada no site do evento, à qual pertenciam os revisores dos trabalhos que seriam submetidos. “Isso não acontecia em outros congressos nacionais”, compara Solórzano. “Naquela época, você mandava um trabalho para um congresso no Brasil e não sabia onde ia parar”.

Periodicidade

A organização do encontro inaugural da SBPMat foi uma das primeiras ações da gestão de Guillermo Solórzano enquanto presidente da diretoria fundadora da SBPMat (2001 -2003). Além de superar suas expectativas quanto ao número de participantes, o I Encontro trouxe mais uma surpresa para o presidente da sociedade. “Eu tinha imaginado que teríamos encontros bienais, mas, na sessão de encerramento do primeiro encontro, que foi como uma assembleia, avaliou-se muito bem o evento e se decidiu que devia ser anual!”, comenta o professor. Assim, logo após a finalização do encontro inaugural, começaram as providências para a organização do II Encontro da SBPMat, o qual seria realizado em outubro de 2003, também no Rio de Janeiro, ainda com Solórzano a frente da SBPMat. A periodicidade anual dos eventos da sociedade se mantém até a atualidade.

———————-

Se você participou do encontro inaugural da SBPMat, compartilhe conosco as suas lembranças e, se tiver, fotografias ou documentos, usando o campo para comentários abaixo ou enviando e-mail para comunicacao@sbpmat.org.br.

Boletim SBPMat – edição 11 – julho 2013.

Edição nº 11 – Julho de 2013
Saudações,

XII Encontro da SBPMat: avisos e lembretes

  • Já viu a programação no site do evento? Veja.
  • Dicas para chegar a Campos do Jordão de ônibus desde São Paulo e Rio de Janeiro. Aqui.

XII Encontro da SBPMat: entrevistas com palestrantes das plenárias

Pai do material termoelétrico mais eficiente até o momento, o professor Mercouri Kanatzidis (Northwestern University), nos contou de que trata e como desenvolveu sua original abordagem aos desafios de eficiência dos termoelétricos. O professor também comentou outros assuntos, como a viabilidade de se usar esses materiais para transformar em eletricidade o calor que se perde pelos canos de escapamento dos carros. Veja.
O professor Juan Manuel Andrés Bort (Universitat Jaume I, Spain) discorreu sobre o tema de sua palestra plenária, a combinação de teorias qualitativas, cálculo e técnicas experimentais no estudo de óxidos metálicos multifuncionais. Veja.

Artigos científicos em destaque

O paper com participação de brasileiros destacado nesta edição do boletim traz uma contribuição ao desenvolvimento de dispositivos bioeletrônicos. O artigo, publicado na Advanced Functional Materials, reporta o trabalho de uma equipe multinacional de cientistas que estudou as interações entre o ouro e a eumelanina – aquele pigmento presente em nossos cabelos, que interessa a Bioeletrônica por ser um material de características semicondutoras e biocompatíveis.

Veja a matéria de divulgação que preparamos para este boletim.

Dicas de leitura

Artigo de revisão
  • Materials Today publicou um artigo de revisão coassinado pelo palestrante do nosso XII Encontro Mercouri Kanatzidis sobre o tema de sua plenária, materiais termoelétricos de alto desempenho. Aqui.

Novidades do meio acadêmico

Brasil

  • Labs da Unicamp se unem no NanoBioss para estudar síntese de nanoestruturas e sua interação com sistemas biológicos (notícia da Agência Fapesp). Aqui.
  • Fibra de carbono brasileira de baixo custo, desenvolvida pelo Exército e a Petrobras usando piche de petróleo (notícia da Agência Brasil). Aqui.
  • Estudos com material bioativo implantável desenvolvido na UFSCar mostram seu potencial no reparo de tecidos ósseos (notícia da Agência Fapesp). Aqui.
Exterior
  • Avanços na compreensão da dissipação de calor em dispositivos de escala atômica (com base em paper da Nature). Aqui.
  • Eletrônica orgânica de alto desempenho: inovações em técnica de impressão de filmes finos semicondutores orgânicos (com base em paper da Nature Materials). Aqui.
  • Paineis solares coloridos: pesquisadores estudam materiais e processos para unir eficiência e design (notícia do Instituto Fraunhofer). Aqui.
  • Setup inovador permitiu ver ao vivo a formação de células solares de calcopirita e compreender a formação de defeitos (com base em paper da Advanced Energy Materials). Aqui.
  • Nanobastões de ouro revestidos com proteínas: possível plataforma para vacinas como a do vírus sincicial respiratório (com base em paper da Nanotechnology). Aqui.
  • Rumo a dispositivos fotônicos de MEH-PPV: medidas mais precisas sobre a capacidade desse polímero de amplificar luz (com base em paper da Applied Physics Letters). Aqui.
No mercado
  • Energia para o mundo via paineis solares nos desertos. Empecilhos: altos investimentos e alguns desafios técnicos (matéria da Scientific American). Aqui.
  • Materiais mais sustentáveis para a construção civil: cimento ecológico, telhas de celulose, concreto translúcido…(matéria da Globo Ciência). Aqui.

Oportunidades

Processos seletivos para pós-graduação

  • Curso “Estrutura, processamento e propriedades dos Materiais”, preparatório para o mestrado e doutorado em Materiais da UCS (RS). Aqui.
  • Seleção para mestrado e doutorado em Física e Química de Materiais na UFSJ (MG). Aqui.

Prêmios

  • Inscrições abertas para os prêmios Santander Universidades. Aqui.
  • Concurso de vídeos de até 60 segundos (Festival do Minuto) sobre o tema “Ciência”. Aqui.

Próximos eventos da área

  • MSSC2013 – Ab Initio Modeling in Solid State Chemistry. Featuring CRYSTAL13 and CRYSCOR13. Aqui.
  • 22 International Congress on X-ray Optics and Microanalysis. Aqui.
  • Euromat 2013 – European Congress and Exhibition on Advanced Materials and Processes. Aqui.
  • 8º Brazilian-German Workshop on Applied Surface Science. Aqui.
  • MSSC2013 London edition – Ab initio modelling in Solid State Chemistry (new users). Aqui.
  • 8th International Conference on High Temperature Ceramic Matrix Composites (HTCMC-8). Aqui.
  • Graphene Brazil 2013. Aqui.
  • Humboldt Kolleg 2013 – Sciences and technology in contemporary life: impacts and horizons. Aqui.
  • 4th International Congress on Alternative Energies and 1st International Meeting of the IPN Energy Network. Aqui.
  • XII Encontro da SBPMat. Aqui.
  • International Polysaccharide Conference (EPNOE 2013). Aqui.
  • III ENBRAER. Encontro Brasileiro de Espectroscopia Raman. Aqui.
  • “I Reunión Latinoamericana de Cristalografía”, ” IX Reunión Anual de la Asociación Argentina de Cristalografía” e eventos satélite. Aqui.
  • 6º Congresso Internacional de Electrocerâmica. Aqui.

Veja a agenda de eventos.

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Interviews with plenary lecturers of the XII SBPMat Meeting: Mercouri G. Kanatzidis (Northwestern University – USA).

About two-thirds of all used energy is lost as waste heat. Bulk thermoelectrics (materials that can directly convert temperature differences to electric voltage and vice-versa) can improve this current situation by transforming some of the waste heat into useful electricity, but, in most cases their conversion efficiency is not sufficient to allow for commercial use. This efficiency is related to the ability of electrons to traverse the materials as they are excited by heat and to phonon scattering, and it is measured by the so-called ZT values (the higher a material’s ZT, the higher its conversion efficiency).

Efforts have been made to enhance the efficiency of thermoelectric materials, mainly by nanostructuring them. In his plenary talk at the XII SBPMat Meeting, professor Mercouri Kanatzidis (Northwestern University, USA) will present his panoscopic approach to highly efficient thermoelectrics. This approach considers not only the nanostructure of the material but also its mesoscale architecture. Using this strategy, professor Kanatzidis and his collaborators developed the top-performing thermoelectric system at any temperature, a lead telluride (PbTe) – based material. The achievement was published in the journal Nature in September 2012 (doi:10.1038/nature11439). The speaker will also address in his talk the substitution of tellurium by sulfur or selenium in thermoelectric materials for cost reduction.

Professor Kanatzidis obtained his BSc from Aristotle University (Greece) and his PhD in chemistry from the University of Iowa. He was a University Distinguished Professor of Chemistry at the Michigan State University before moving to the Northwestern University, where he heads a research group focused in solid-state inorganic chemistry. Mercouri is also the editor-in-chief of the Journal of Solid State Chemistry and Senior Scientist at the Materials Science Division of the Argonne National Laboratory.

See below our interview with the lecturer.

SBPMat: – Could you exemplify some possible concrete applications of high-performance thermoelectric materials in daily life? In your opinion, how far is the real use of thermoelectric materials from the state-of-the-art?

Mercouri Kanatzidis (M.K.):  – Thermoelectric materials can be applied to internal combustion engines to help harvest exhaust heat and generate electricity that can be applied to the vehicle’s electrically driven devices. This will raise the overall efficiency of the vehicle. There is a staggering amount of energy in exhaust heat of a fossil fuel powered engine. Major auto companies in the US, Germany and Japan are actively developing this technology. Depending on the price of oil, government regulations and cost of the technology the implementation of thermoelectric materials in autos, trucks, etc may take anywhere from a couple of years to decades.

SBPMat: – Which are the thermoelectrics´ next challenges for materials science and engineering?

M.K.: – The current state of performance of thermoelectric materials is adequate for commercial applications. The next challenges lie in the fabrication of actually thermoelectric modules and devices that will pass the necessary testing before final application. Challenges such as long term stability, low cost assembly and fatigue testing need to be addressed.

SBPMat: – Can you share with us, very briefly, the story of the genesis of your panoscopic approach to highly efficient thermoelectric materials?

M.K.:  – About ten years ago we had a novel material composition which had two unlikely characteristics. It had a very high electrical conductivity and thermoelectric power combined with surprisingly low thermal conductivity. The thermal conductivity was lower than theory could explain. This material was first of its kind (referred to as LAST for lead, antimony, silver, tellurium) at that time to display a breakthrough ZT of 1.6, nearly double of the then state of the art. Because of this we delved deeply onto its “guts” using transmission electron microscopy in collaboration with Professors Polychroniadis and Frangis of the University of Thessaloniki in Greece. A few months after they received the samples they reported to us on their findings with a somewhat disappointing note saying that the materials were very complex and inhomogeneous on the nanoscale, therefore impure. In discussions I detected reluctance to deal with the material again. They did. In my lab however we immediately recognized that this very inhomogeneity and the nanoscale precipitates it contained was the root cause of the surprisingly very low thermal conductivity and the very high ZT. This was consistent with theoretical predictions emerging at the time that nanoscale precipitation in a matrix can result in great reduction in thermal conductivity. So we got very excited. We had discovered nanostructuring in thermoelectrics. After our paper appeared in Science in 2004, the thinking of the thermoelectrics community quickly shifted from pursuing single phase materials to focusing on more complex two-phase nanostructured materials. Now the great majority of activity in the community is in nanostructured materials.

The new paradigm led to additional breakthroughs such as how to design and synthesize nanostructured materials, and to higher ZT as well. The panoscopic approach was realized when we were challenged to create two-phase materials that did not degrade electronic transport through them. While matrix of a thermoelectric material with a small amount of a second phase in it can achieve unprecedented levels of low thermal conductivity, it nevertheless is an “impure system” and electrons transported through such a medium know this. Thus, in most cases the second phase degrades the electrical properties and higher ZTs are not realized.

State of the art thermoelectric: (a) A mesoscaled granular composite of broad range of grain sizes to scatter long mean free path phonons. (b) Wwithin a single grain a ubiquitous nanostructuring is in place of a second phase that scatters short and intermediate mean free path phonons. The (a)/(b) combination results in a very low levels of thermal conductivity.

My group members Kanishka Biswas and Lidong Zhao and our collaborators Ctirad Uher and Vinayak Dravid noticed that when SrTe was added to p-type PbTe in as much as 2-4% concentration the hole carriers were behaving as if no SrTe was there. The explanation to this puzzle came from the recognition which was backed by theoretical calculations that the conduction bands in PbTe and SrTe were similar in energy and the holes as a result could traverse the SrTe nanoparticles with no scattering. This led to the concept to band alignment between matrix and second phase. The PbTe-SrTe material with its nanostructuring and band alignment was another material with ZT~1.7. As we realized that different ZT improving mechanisms could be integrated in a single system without the effect of one interfering with those of the other, we extended our approach to trying to integrate all possible mechanisms. We managed to properly introduce electronic band engineering for thermoelectric power enhancement and mesoscale engineering for further reduction on the thermal conductivity to reach the point we now are a record breaking ZT of 2.2. This is very exciting and bodes well for further breakthroughs in the near future.

SBPMat: – Feel free to leave any other comments about your plenary lecture for our readers.

M.K.: – My lecture will be aimed at reaching the broad but scientifically informed audience at the meeting to outline the current state and thinking in the field of thermoelectrics.

See the abstract of Mercouri Kanatzidis plenary lecture “Electrical power from heat: All-scale hierarchical thermoelectrics with and without earth-abundant materials”.

See Professor Kanatzidis biographical sketch.

Boletim SBPMat – edição 10 – junho 2013.

 

Edição nº 10 – Junho de 2013

Saudações,

XII Encontro da SBPMat

  • Acompanhe os dados sobre os simpósios: até ontem, computamos mais de 1.800 trabalhos submetidos e cerca de 1.500 aprovados. Saiba mais.

Avisos

  • Lembrete: o prazo para modificação dos trabalhos corrigidos encerra neste domingo, dia 30 de junho.
  •  Até dia 5 de agosto, as inscrições para o XII Encontro da SBPMat podem ser feitas com descontos significativos. Saiba mais. 

XII Encontro da SBPMat: plenárias

Entrevistas com palestrantes das plenárias

  • O pesquisador, inventor, professor e empresário Carlos A. Paz de Araujo (EUA), que vai palestrar sobre memórias avançadas não voláteis, nos falou, entre outros assuntos, sobre os desafios que essas memórias apresentam à área de Materiais e, em particular, sobre as memórias ferroelétricas desenvolvidas por ele, que hoje são amplamente usadas em cartões inteligentes no Japão. Veja.
  • Douglas Soares Galvão, professor do IFGW da Unicamp, nos falou sobre algumas questões relacionadas ao tema da sua palestra, modelagem de nanomateriais. Por que esses recursos computacionais são importantes na área, quais são as ferramentas atualmente disponíveis e os principais desafios a superar. Ele também compartilhou conosco belas imagens computacionais de nanomateriais. Veja.

História da pesquisa em Materiais

Há exatos treze anos, os sócios-fundadores da SBPMat realizavam uma assembleia na PUC-Rio e aprovavam a constituição de um conselho diretivo provisório para a sociedade. Desde então, seis diretoriasse sucederam na liderança da SBPMat. Sabe quem são os cientistas que as compuseram?Veja a relação de membros das diretorias ao longo da história da nossa sociedade. 

Gente da nossa comunidade

  • O professor Victor Pandolfelli (DEMa – UFSCar) é “guest professor” em universidade da China. Veja.
  • Prêmio para trabalho da UNIFESP e UFSCAR sobre o efeito de material bioativo na consolidação de defeitos ósseos. Veja.

Dicas de leitura

Novidades do meio acadêmico

  • Nova molécula orgânica luminescente aumenta eficiência de OLEDs (com base em paper da Physical Review Letters). Aqui.
  • Protótipo de memória de alta velocidade e baixo consumo, baseada no efeito fotovoltaico de materiais ferroelétricos (com base em paper da Nature Communications). Aqui.
  • Material microporoso com íons de zinco suprime seletivamente algumas células cancerígenas (com base em paper da RSC Advances). Aqui.
  • Nova abordagem em energia solar: lâminas ultrafinas e ultraleves, de grafeno e TMDs, com alta eficiência por peso (com base em paper da Nano Letters). Aqui.
  • Para manipular nanopartículas, inclusive em sistemas biológicos, um novo método baseado na microfluídica (com base em paper da Nano Letters). Aqui.
  • Guia de ondas plasmônicas feito de grafeno e material ferroelétrico, para chips e memórias mais rápidas e de baixo consumo (com base em paper da Applied Physics Letters). Aqui. 
Novidades do mercado
  • Novo aço da Villares Metals para moldes de injeção de plástico das indústrias automotiva e de eletrodomésticos (notícia do Instituto Aço Brasil). Aqui.
  • Nanotubos de carbono no mercado: resultados concretos versus expectativas iniciais (boletim LQES news). Aqui.
  • Editorial da Nature Materials destaca dispositivos orgânicos, como OLEDs, que concorrem com inorgânicos no mercado (Nature Materials). Aqui.
  • Máquina de empresa japonesa transforma alguns plásticos em petróleo (vídeo da United Nations University com milhões de acessos). Aqui.

Oportunidades

  • Edital Inova AeroDefesa (Finep) tem oportunidades para empresas e instituições de pesquisa da área de Materiais. Aqui.
  • Concurso para professor na UFVJM (MG). Aqui.
  • Seleção para mestrado e doutorado em Física na UEM (Maringá, PR). Aqui.
  • Acordo da Fapesp com rede de universidades australianas prevê recursos para projetos colaborativos em Materiais. Aqui.
  • Curso gratuito online de escrita científica. Aqui.

Prêmios

  • Prêmio Capes de Tese 2013 recebe inscrições até 5 de julho. Aqui.
  • Prêmio Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável está com inscrições abertas para projetos de engenharia de estudantes de graduação. Aqui.
  • Se sua pesquisa em Materiais contribui para a despoluição ou tratamento da água, pode participar do Prêmio Jovem Cientista, que está com inscrições abertas. Aqui.
  • O III Prêmio Fotografia – Ciência&Arte do CNPq está com inscrições abertas. Aqui.
  • Encerram em 19 de julho as inscrições para o Prêmio Engenharia de Superfícies em Imagens, promovido pelo INCT de Engenharia de Superfícies com apoio do CNPq. Aqui.

Próximos eventos da área

  • XXXIX Congresso Internacional de Químicos Teóricos de Expressão Latina (QUITEL 2013). Aqui.
  • MSSC2013 – Ab Initio Modeling in Solid State Chemistry. Featuring CRYSTAL13 and CRYSCOR13. Aqui.
  • 22 International Congress on X-ray Optics and Microanalysis. Aqui.
  • Euromat 2013 – European Congress and Exhibition on Advanced Materials and Processes. Aqui.
  • 8º Brazilian-German Workshop on Applied Surface Science. Aqui.
  • MSSC2013 London edition – Ab initio modelling in Solid State Chemistry (new users). Aqui.
  • 8th International Conference on High Temperature Ceramic Matrix Composites (HTCMC-8). Aqui.
  • Graphene Brazil 2013. Aqui.
  • Humboldt Kolleg 2013 – Sciences and technology in contemporary life: impacts and horizons. Aqui.
  • 4th International Congress on Alternative Energies and 1st International Meeting of the IPN Energy Network. Aqui.
  • XII Encontro da SBPMat. Aqui.
  • International Polysaccharide Conference (EPNOE 2013). Aqui.
  • III ENBRAER. Encontro Brasileiro de Espectroscopia Raman. Aqui.
  • 6º Congresso Internacional de Electrocerâmica. Aqui.

Veja a agenda de eventos.

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Minientrevistas com palestrantes do XII Encontro da SBPMat: Carlos Paz de Araujo (UCCS – EUA).

O professor Carlos Paz de Araujo (UCCS - EUA).O pesquisador, inventor, professor e empresário Carlos Paz de Araujo nasceu no Brasil, na cidade de Natal (RN). Realizou seus estudos superiores em Engenharia Elétrica na Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos. Ao concluir seu doutorado em 1982, também na Universidade de Notre Dame, iniciou sua carreira de professor na Universidade de Colorado – Colorado Springs (UCCS), onde permanece até hoje. Em 1984 foi um dos fundadores da empresa Ramtron – atualmente líder em semicondutores ferroelétricos para diversas aplicações. Em 1986 cofundou a empresa Symetrix Corporation, dedicada à pesquisa em materiais avançados e processos para a indústria de semicondutores. Hoje, Paz de Araujo é chairman executivo da companhia. O palestrante é detentor de mais de 500 patentes concedidas nos Estados Unidos e outros países, sendo cerca de 200 delas sobre materiais para FERAM (ferroelectric random access memory). Paz de Araujo participou de 25 projetos de licenciamento e colaboração com entidades da indústria e do governo, como, por exemplo, Panasonic, Delphi, Harris, Hughes Aircraft, Siemens, Sony, Epson, Ramtron Corporation, STMicroelectronics, IMEC, Micron, Raytheon, NASA e Hynix. Em 2006 foi distinguido com o prêmio Daniel E. Noble da IEEE, por meio do qual a maior associação profissional do mundo, a IEEE, destaca contribuições notáveis em tecnologias emergentes. Paz de Araujo foi selecionado por suas contribuições fundamentais à área de memórias FERAM e à sua comercialização. O seu constante trabalho de desenvolvimento de tecnologias e transferência ao mercado resultou em bilhões de dispositivos comercializados em diversos países e utilizados em telefones celulares, leitores de DVD, computadores e cartões inteligentes, entre outros produtos.

No XII Encontro da SBPMat, Carlos Paz de Araujo proferirá uma palestra plenária na qual revisará o estado da arte em memórias não voláteis – memórias que conservam a informação armazenada mesmo estando desligadas da fonte de energia, como, por exemplo, as ROM, FLASH e as próprias FERAM. Memórias de tipo FERAM têm significativas vantagens com relação aos outros tipos de memórias não voláteis no que diz respeito a sua alta durabilidade, capacidade de serem regravadas, baixo consumo de energia e velocidade de gravação, entre outras características. As memórias não voláteis constituem um dos temas mais estudados desde final dos anos 1960 e são atualmente objeto de vigorosa pesquisa e desenvolvimento. O tema ainda apresenta muitos desafios à área de Materiais. Na palestra, Paz de Araujo também comentará oportunidades de pesquisa, desenvolvimento e comercialização desses dispositivos.

Segue uma entrevista com o palestrante.

Boletim da SBPMat (B. SBPMat): – Quais são os principais desafios que as memórias não voláteis apresentam atualmente à área de Materiais?

Carlos Paz de Araujo (C.P.A): – Como se sabe, existem dois tipos de memórias, as voláteis e as não voláteis. As primeiras, como a DRAM e SRAM (dynamic random access memory e static random access memory, repectivamente), dominaram o mercado por muito tempo, mas sempre se sonhou com ter uma memória universal que “não esquecesse” quando a potência é desligada. As memórias não voláteis hoje são dominadas pela FLASH, a qual está no fim da sua capacidade de melhorar.
Mas tanto as voláteis como as não voláteis estão chegando a seu limite de capacidade, velocidade e baixa potência. Então, o futuro está em achar uma boa memória não volátil que tenha os seguintes requisitos: baixo custo por bit; alta velocidade para ler, escrever e apagar; pouco uso de potência elétrica e grande capacidade de memória. Isso sempre foi um sonho, pois todas as memórias não voláteis criadas até hoje vivem pouco tempo – podem ser apagadas e reescritas apenas 100 mil vezes, no máximo – e são muito vagarosas na escrita (na base de 10 microsegundos por bit). Com o tempo, a memória FLASH bateu até a capacidade da DRAM, apesar de seu uso restrito em tempo de vida. Mesmo assim, o laptop que estou usando já não tem disco rígido e sim uma “FLASH drive”.
Atualmente, toda a pesquisa vai na direção das memórias não voláteis, e isso tem muitas implicações em termos de desafios. Primeiro, a cada geração de litografia (espessura de uma linha de metal num circuito integrado), existem problemas que forçam o desenvolvimento de novos materiais e tecnologia de processos físico-químicos. Por exemplo, um microprocessador Pentium feito com litografia de 45 nanometros fica muito mais complexo quando é feito a 22 nanometros. O próprio transistor básico, o MOSFET plano, não existe mais nesse segundo nível e passa a ser o FinFET. E, como tudo depende do transistor, toda a tecnologia muda. Imagine que o comprimento de onda da luz está na faixa de 200 a 400 nanometros… Então, uma linha de um material como o cobre de apenas 10 nanometros de largura é uma coisa muito complexa. Já a 32 nanometros, a memória FLASH tem apenas menos de 50 elétrons para guardar um bit. Dessa maneira é impossível ter boa qualidade, por isso fica difícil depender de uma memória FLASH para guardar informações com muita segurança – e muito menos no nível de 22 nanometros.
Na procura de uma nova memória, chegou a ferroelétrica (FERAM), mas ela não desce além de 90 nanometros porque o tratamento térmico para criar o material ocorre acima de 400° C, que é o limite máximo para tecnologias de 65 nanometros ou menos. Mesmo assim, a nível de microcontroladores embarcados e circuitos rápidos e de baixa potência, a FERAM é hoje a memória mais avançada e tem um mercado enorme.
Mas as duas memórias que concorrem para ganhar o nome de “memória universal” são resistivas, e, assim, não usam um capacitor para guardar a carga ou a informação. A resistiva que guarda a informação por meio de mudança de fase do material de condutor a isolador é chamada RERAM e a que usa um processo magnético de alinhamento de spin é a STTRAM (spin torque transfer RAM).
Eu criei uma nova versão da RERAM que chamo de CERAM (correlated electrons RAM), pois o processo de guardar informação depende da ocupação ou não de um orbital da camada 3d em elementos chamados metais de transição. Assim, elétrons de alta correlação são controlados para abrir ou fechar gaps na sua estrutura eletrônica, e assim serem responsáveis pelo efeito ultrarrápido de memória. Essa memória já é para a geração de 28, 22, 15 e 10 nanometros. Imagine então os desafios, não só de usar novos processos, mas também de compreender e desenhar essa interação em nível subatômico, onde as distâncias agora são de menos de 0,01 nanometro. Tanto a Física como a Ciência de Materiais e a Engenharia de Dispositivos mudam completamente, pois o elétron é agora uma onda, e não uma partícula como nos transistores de tamanhos maiores.

B.SBPMat:- Olhando para sua carreira de pesquisador e de inventor, quais foram suas principais contribuições ao avanço da pesquisa em Materiais? E quais foram os seus desenvolvimentos de maior impacto social?

Aplicação da tecnologia FERAM desenvida por Araujo em cartões inteligentes.

C.P.A.: – Na área de Materiais, eu diria que a chave mestre foi a capacidade de desenvolvermos toda uma tecnologia de materiais com atividades não semicondutoras, isto é, dielétricos e ferroelétricos, de 200 a 5 nanometros, com propriedades úteis para novos dispositivos eletrônicos. Esse foi um avanço muito grande em materiais de origem metalorgânica em líquido e deposição tipo MOCVD (metalorganic chemical vapor deposition). Com isso, nós fizemos microcapacitores em chips que ainda hoje são usados em telefones celulares e aparelhos auditivos.
Além disso, com o desenho de materiais com a estrutura perovskita, nós aperfeiçoamos a memória ferroelétrica (FERAM) para funcionar 1.000 trilhões de vezes em escrever e apagar, com potência de apenas 1,2 volt. Muitos tipos de chips foram criados com isso. No mercado já tem 2 bilhões de unidades. A aplicação mais interessante é o circuito embarcado usado nos cartões de metrô e linha ferroviária japonesa, que é o mais seguro do mundo. Esses cartões são usados como cartão de crédito, transporte, para pagamento em lojas e restaurantes… Em fim, o e-cash do Japão todo usa esse componente. É extraordinário que já faça cinco anos que todos os PCs do Japão trazem a leitora de RFID embutida no teclado do computador para ler esses cartões. Todas as transações na Internet são feitas com esse cartão, com tecnologia originalmente do nosso grupo. O Brasil, infelizmente, ainda não quis essa tecnologia, mas quase todas as impressoras de jato de tinta ou a laser, assim como aparelhos de DVD, Playstation e outros já usam memórias FERAM.
Acho que essas são as coisas mais importantes que fizemos e que afetam a sociedade global.

B.SBPMat: – De acordo com a sua rica experiência em transferir tecnologia ao mercado, quais são os mecanismos mais eficientes para fazê-lo? Como você consegue que suas patentes sejam licenciadas por empresas e sejam aplicadas em tantos produtos?

C.P.A.: – Esta é uma pergunta muito complexa, e que não tem resposta muito simples. Eu diria que, depois de mais de 200 patentes já publicadas nos Estados Unidos e mais de 300 no resto do mundo, eu não tenho uma resposta perfeita que dê para todo mundo. No meu caso, em particular, eu só acredito em pesquisa que resolva um problema fundamental. Assim, depois de achado o problema, eu procuro não reinventar a roda, e procuro, quando necessário, ter “a física” completamente entendida. Trabalho numa relação muito forte entre experimentos e teoria. Depois que o modelo é achado, os experimentos são controlados e parâmetros de qualidade e repetibilidade são estreitados, até se sair do nível de laboratório e entrar na produção em massa. Assim, eu foco no que está sendo procurado (alguma coisa útil) e vejo onde está faltando a ponte entre pesquisa e aplicação. Essa ponte é mais pesquisa e mais teoria, mas seu fim é algo útil. Dessa maneira, mesmo chegando tarde ou não tendo a capacidade monetária de, por exemplo, uma Samsung, fica simples estar cara a cara ou na frente das grandes empresas, pois a gente acha a peça chave e patenteia e, com a patente, a gente barra o uso comercial até a indústria se render e comprar os direitos de nossas patentes. Nós fizemos isso várias vezes. A dificuldade é sempre achar o problema certo. As respostas são mais fáceis do que achar o problema certo.

B.SBPMat: – Fique à vontade para deixar algum outro comentário sobre sua palestra plenária para nossos leitores da comunidade de pesquisa em Materiais.

C.P.A.: – Eu vou tentar colocar a audiência em contato com o que é de maior importância na área de micro ou nanoeletrônica do ponto de vista do engenheiro de estado sólido. Isto significa que, na pesquisa, Materiais, Física e até Química são recursos que precisarão ser integrados para criar novas gerações de tecnologia. A nova eletrônica é criada por engenheiros de estado sólido de dispositivos trabalhando com físicos e cientistas de materiais.
Hoje quase todos os circuitos são compostos de memórias. A memória chega a ser 90% do chip. Nesse contexto, e considerando que hoje todos os dispositivos devem ser móveis e usar baixa potência, o ponto chave para o futuro bem próximo é a memória não volátil.
No momento, com esses novos sistemas de materiais para magnetismo e elétrons altamente correlacionados, o meio de guardar informações não é só o semicondutor. Na realidade, ele é válido só para circuitos lógicos, pois na estrutura de nenhum semicondutor existe efeito de memória.
Assim, existe sempre a chance de um país como o Brasil ficar na linha de frente em microeletrônica se ele souber que o semicondutor é uma commodity, e que o valor agregado está no final do processo, em acoplar a memória. Não vale a pena fazer uma fábrica de 3 bilhões de dólares quando se pode comprar uma lâmina com todos os transistores por 600 dólares e lhe agregar valor numa fábrica de 30 milhões de dólares.

Veja o resumo da palestra plenária do professor Carlos Paz de Araujo.

Veja o miniCV do palestrante.

Simpósios do XII Encontro da SBPMat: mais de 1.800 trabalhos submetidos e cerca de 1.500 já aprovados.

Entre os dias 24 e 30 de junho está sendo finalizado o envio das notificações de aceite e correção dos trabalhos submetidos pela comunidade de pesquisa em Materiais aos simpósios do XII Encontro da SBPMat.

De acordo com os dados processados até o momento (27/06/13), foram 1.874 trabalhos recebidos para avaliação, dos quais 1.496 já foram aceitos. Cerca de 200 trabalhos estão sendo modificados por seus autores, por recomendação dos pareceristas, para serem novamente avaliados. O prazo para modificação dos trabalhos corrigidos acaba neste domingo, dia 30 de junho.

Alguns simpósios contaram com mais de 150 trabalhos submetidos: o C, sobre síntese e propriedades de materiais nanométricos (356 trabalhos); o D, sobre materiais e dispositivos para energia renovável, sustentabilidade e proteção ambiental (203 submissões), o P, dedicado à apresentação de painéis de temas não contemplados nos outros simpósios (187 trabalhos) e o H, sobre biomateriais e nanomateriais para biossistemas (181 trabalhos).

Os trabalhos aprovados para os simpósios J, K e M (Damage Inspection – Techniques and Applications, X-ray Tomography and Radiography Imaging e Electron Microscopy: from micro to nanoanalysis) serão apresentados no evento dentro de um único simpósio.

Vale lembrar que, no encontro deste ano, serão premiados os melhores painéis de cada simpósio apresentados por estudantes de pós-graduação ou graduação, considerando a qualidade dos resumos, contribuição científica, qualidade dos painéis e apresentação.

Boletim SBPMat – edição 9 – maio 2013.

 

Edição nº 9 – Maio de 2013

Saudações,

XII Encontro da SBPMat

Avisos

  • A pedido dos Coordenadores de Simpósio, o prazo para submissão de resumos foi prorrogado até as 18 horas do dia 03/06. Faça aqui sua submissão.
  • Pesquisadores doutores de São Paulo podem solicitar auxílio à Fapesp para apresentação de trabalhos no XII Encontro. Saiba mais.

Novidades da programação: algumas palestras plenárias

  • Carlos A. Paz de Araujo (University of Colorado, Colorado Springs e Simetrix corporation – EUA)  falará sobre memórias avançadas não voláteis, como a FRAM que ele desenvolveu e colocou no mercado e lhe valeu um prêmio da IEEE. Saiba mais.
  • Douglas Soares Galvão (Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp, Campinas, SP) falará sobre modelagem de nanomateriais e temas correlatos, publicados em trabalhos de sua autoria em periódicos como Science e Nature Nanotechnology. Saiba mais.
  • Entrevistamos o professor Elson Longo (UNESP) sobre o tema da sua palestra memorial: evolução da pesquisa em Materiais no Brasil. Saiba mais.

Artigos científicos em destaque

Enquanto investigavam propriedades do tungstato de prata no microscópio eletrônico, cientistas da UNESP viram crescer, ao vivo, nanofilamentos de prata. Eles estavam frente à descoberta de uma nova rota de síntese desse material, produzida pela ação dos elétrons do microscópio. A descoberta rendeu um paper na Scientific Reports, do grupo Nature.Veja a matéria de divulgação que preparamos para este boletim.

Gente da nossa comunidade

Parabéns para os novos membros titulares da Academia Brasileira de Ciências (ABC) da comunidade brasileira dos Materiais, Daniel Mario Ugarte, Elson Longo (ex-presidente da SBPMat), José Arana Varela (ex-presidente da SBPMat) e Roberto Mendonça Faria(atual presidente da SBPMat).Veja notícia sobre a cerimônia de posse.

Dicas de leitura

Novidades do Brasil

  • Aplicando tecnologias de controle de granulometria de partículas, brasileiros desenvolvem cimento ecoeficiente. Aqui.
  • Tese de Materiais da USP sobre síntese de nanotubos de carbono recebe prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade. Aqui.
  • Novos CEPIDs (Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão) da Fapesp incluem centros da área de Materiais. Aqui.
  • Propostas da área de Materiais aprovadas no PIPE/PAPPE (apoio à pesquisa para inovação em empresas paulistas). Aqui.

Novidades do exterior

  • Buscando gerar oxigênio na lua, cientistas acabam criando método para produzir aço sem emitir CO2 (com base em paper da Nature). Aqui.
  • Transparente e flexível, rede de nanofios de prata e grafeno pode melhorar células solares e telas touch screen (com base em paper da Advanced Functional Materials). Aqui.
  • Nanofolhas porosas de nitreto de boro: muito eficientes para remover óleo, solventes e tintas das águas (com base em paper da Nature Communications). Aqui.
  • Zeólito nanoporoso é capaz de aprisionar metano – gás gerador de efeito estufa de difícil captura (com base em paper da Nature Communications). Aqui.
  • Caracterização da pele de víbora africana mestre de camuflagem abre possibilidades para a biomimética  (com base em paper da Scientific Reports – Nature). Aqui.
  • Tinta orgânica fluorescente melhora a eficiência de células solares poliméricas (com base em paper da Nature Photonics). Aqui.
  • Artigo de revisão sobre o comportamento de nanopartículas florescentes de alguns nanometros na interface nano-bio (artigo da Materials Today). Aqui.
Novidades no mercado
  • Revestimento super hidro e oleofóbico em spray, de empresa dos EUA (vídeo do produto com mais de 6 milhões de acessos no YouTube). Aqui.

Oportunidades

Graduação, mestrado e doutorado

  • Inscrições abertas para bolsas de iniciação científica nos laboratórios nacionais do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais). Aqui.
  • Inscrições abertas para doutorado pleno nos EUA pelo Instituto Laspau. Aqui.
  • Escolas de inverno em temas de Materiais, em julho, na Unicamp, para estudantes de graduação e pós-graduação. Aqui.
  • Doutorado Brasil (USP) – França em transformação de fases em ligas Fe-Ni-C. Aqui.

Para doutores

  • Pós-doutorado em plasmônica em grafeno no MackGrafe com bolsa Fapesp. Aqui.
  • Pós-doutorado no MackGrafe: grafeno em laser multifuncional, com bolsa Fapesp. Aqui.
  • Pós-doutorado em grafeno em lasers Raman no MackGrafe, com bolsa Fapesp. Aqui.
  • Pós-doutorado no MackGrafe, em guias de onda acoplados a grafeno. Aqui.
  • Vagas para pesquisadores no LNLS (Laboratório Nacional de Luz Síncrotron), em difração de raio X e microtomografia em raio X. Aqui.
  • Bolsas da Capes para doutores para realizar projetos de pesquisa em Materiais no CNPEM (LNLS, LNNano, LNBio e CTBE). Aqui.

Prêmios

  • Prêmio de imagens científicas “Engenharia de Superfícies em imagens”, do INCT em Engenharia de Superfícies, com apoio do CNPq. Aqui.
  • Prêmio L’ORÉAL para mulheres na ciência: inscrições prorrogadas até 31 de maio. Aqui.

Próximos eventos da área

  • XXXIX Congresso Internacional de Químicos Teóricos de Expressão Latina (QUITEL 2013). Aqui.
  • 22 International Congress on X-ray Optics and Microanalysis. Aqui.
  • Euromat 2013 – European Congress and Exhibition on Advanced Materials and Processes. Aqui.
  • 8º Brazilian-German Workshop on Applied Surface Science. Aqui.
  • 8th International Conference on High Temperature Ceramic Matrix Composites (HTCMC-8). Aqui.
  • Graphene Brazil 2013. Aqui.
  • Humboldt Kolleg 2013 – Sciences and technology in contemporary life: impacts and horizons. Aqui.
  • XII Encontro da SBPMat. Aqui.
  • International Polysaccharide Conference (EPNOE 2013). Aqui.
  • 6º Congresso Internacional de Electrocerâmica. Aqui.

Veja a agenda de eventos.

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Para divulgar novidades, oportunidades, eventos ou dicas de leitura da área de Materiais, escreva para comunicacao@sbpmat.org.br.

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Plenárias do XII Encontro da SBPMat: palestra sobre modelagem de nanomateriais de Douglas Soares Galvão (Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp, Campinas, SP).

Douglas Soares Galvão é mestre e doutor pelo Instituto de Física Gleb Wataghin da Unicamp, aonde ingressou como professor em 1990 . Na graduação, formou-se, também em Física, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Realizou estudos de pós-doutoramento nos Estados Unidos, na empresa de pesquisa e desenvolvimento em telecomunicações Bell Communications Research e na Universidade de Princeton. É autor de mais de 160 artigos publicados em periódicos indexados, totalizando mais de 2.800 citações.

Na palestra plenária do XII Encontro da SBPMat, o pesquisador falará sobre desafios e perspectivas da modelagem de nanomateriais num contexto de problemas e demandas surgidas da nanotecnologia.

Em particular, Galvão abordará propriedades mecânicas incomuns de materiais a base de carbono na escala nano, o aproveitamento dessas propriedades para criar macromateriais funcionais e a formação espontânea de estruturas metálicas complexas que só podem existir na nanoescala – assuntos tratados em artigos científicos de sua autoria que foram publicados em revistas científicas de alto impacto como a Science e a Nature Nanotechnology.

Veja resumo da palestra.
Veja o CV Lattes do palestrante.