Trabalho premiado: Sensor development exploiting graphite-epoxy composite as electrode material. André Luiz Maia Azevedo, Renato Soares de Oliveira, Eduardo Ariel Ponzio, Felipe Silva Semaan; Universidade Federal Fluminense
Graduado em Farmácia Industrial pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e farmacêutico num laboratório multinacional, André Luiz Maia Azevedo mergulhou na área de Materiais no seu mestrado em Química buscando diminuir os custos e superar limitações de técnicas usadas na análise de fármacos. “Durante minha vida profissional adquiri conhecimentos em técnicas analíticas que demandam gastos maiores tanto na aquisição quanto na manutenção e operação, como, por exemplo, CLAE, CG, AA – chama/forno de grafite”, relata o vencedor do prêmio. “Isso me motivou a iniciar o desenvolvimento de técnicas analíticas no campo da Eletroquímica”, completa.
O trabalho de mestrado de André, orientado pelo professor Felipe Silva Semaan e financiado pela FAPERJ, CNPq e UFF, foi realizado entre 2012 e 2014 no grupo G2E (Grupo de Eletroquímica e Eletroanalítica) do Instituto de Química da UFF, dentro da linha de pesquisa em compósitos iniciada no grupo em 2009. “O emprego de materiais compósitos visava minimizar ainda mais os custos para a pesquisa (pois não haveria necessidade de adquirir eletrodos de trabalho comerciais) e abria a possibilidade de desenvolvimento de modificações químicas e ajustes de modelos para aplicações específicas”, comenta o mestre.
André e o grupo de pesquisadores desenvolveram então compósitos de grafite e epóxi em diversas composições, os quais foram caracterizados por meio de análise termogravimétrica (TGA-DTA), microscopia de força atômica (AFM), difração de raios X (XDR) e voltametria cíclica. Uma dessas composições, com 64,4% de grafite, mostrou os melhores resultados quanto à estabilidade térmica e química, propriedades mecânicas e elétricas e desempenho eletroquímico. O compósito foi utilizado como eletrodo dentro de uma célula eletroquímica.
“A contribuição científica deste trabalho para a sociedade é a disponibilização de um material com valor agregado, cujo custo fica cerca de 300 vezes menor que o comercial (o eletrodo de carbono vítreo), sendo capaz de executar tarefas com qualidade equivalente”, afirma André, que se diz atraído pela atividade científica porque lhe oferece a possibilidade de empregar ferramentas que adquiriu na universidade para solucionar problemas da sociedade.
O trabalho, apresentado no Simpósio P sobre compósitos e nanoestruturas avançadas de carbono, mereceu o Prêmio Bernhard Gross ao melhor pôster do XIII Encontro da SBPMat, além do melhor pôster do Simpósio P. Resultados parciais da mesma pesquisa já tinham sido distinguidos no encontro da SBPMat do ano passado, onde André recebeu o Prêmio Bernhard Gross ao melhor trabalho do simpósio sobre ciência, engenharia e comercialização de dispositivos industriais, eletrônicos e biomédicos.
O mestrado de André finalizou com este destaque da SBPMat, mas o trabalho no grupo continua. Os pesquisadores estão preparando uma patente de modelo de utilidade e/ou patente de inovação. E os resultados do trabalho de André estão servindo como base para o desenvolvimento de eletrodos compósitos modificados com filmes de metais, filmes de acetato de celulose e quitosana modificada para encapsular nanopartículas, entre outras linhas.
“A premiação neste congresso internacional recompensa o esforço e dedicação de todos os envolvidos e norteia para maiores discussões, apontando para a viabilidade de obtenção dos produtos objetivados pelo grupo”, expressa André.
Veja o arquivo do pôster premiado: