Pós-doutorado em Estruturas de Domínios em Materiais Ferroicos na UFSCar.

Áreas de conhecimento: Física da Matéria Condensada e Ciência dos Materiais

Processo FAPESP: 2017 / 13769-1

Título do projeto: MATERIAIS MULTIFERRÓICOS E FERROELÉTRICOS PARA CONVERSÃO DE ENERGIA: Síntese, Propriedades, Fenomenologia e Aplicações.

Área de atuação: Física da Matéria Condensada ou Engenharia Física

Número de vagas: 1

Início: Abril, 2021

Investigador Principal: José Antonio Eiras Unidade / Instituição: Grupo de Materiais Ferroicos (http://www.gmf.ufscar.br/ ) / Departamento de Física / Universidade Federal de São Carlos / SP-Brasil

Prazo para submissões: 12-01-2021

Localização: Rod. Washington Luís km 235, CEP: 13.565-905 – São Carlos – SP

E-mail para submissão de propostas: gmf@ufscar.br

Resumo: O projeto, financiado pela FAPESP, tem uma posição de pós-doutorado para investigação em “Estrutura e propriedades elétricas de domínios em multiferroicos e ferroelétricos”. Os principais objetivos do projeto são alcançar avanços significativos, qualitativos e quantitativos, na síntese, caracterização, modelagem e aplicações de materiais nanoestruturados ferroicos, visando melhorar suas propriedades para aplicações em conversores de energias renováveis (mecânicas e solar). Nanoestruturas monofásicas ou heteroestruturas ferroicas estão sendo desenvolvidas por métodos químico ou físico (RF-Sputtering) para uso em conversores de energia mecânica (eletromecânicos) ou solar (fotovoltaicos). A equipe multidisciplinar, de pesquisadores de vários grupos e instituições brasileiras, possui a infraestrutura adequada para desenvolver todas as etapas necessárias para a síntese e caracterização de domínios em materiais ferroicos.

Da Bolsa

Duração: dois anos, dedicação exclusiva necessária.

Início: o início das atividades está previsto para Abril de 2021.

Perfil do candidato

Candidatos: PhD. em Física ou Engenharia Física.

– Além do doutorado, é desejável que o candidato tenha pelo menos seis meses de experiência profissional comprovada em um centro de pesquisa de excelência internacional;

– O candidato deve ter um forte histórico acadêmico e habilidades de comunicação verbal e escrita, pelo menos em inglês.

– O histórico das publicações é um dos itens avaliados;

– É altamente desejável ter conhecimento prévio e experiência em: síntese de nanoestruturas por métodos físicos e caracterização por técnicas físicas (condutividade elétrica, microscopia de força atômica

– AFM, Microscopia de Força de PiezoresponcePFM, espectroscopia de impedância entre outras).

– Experiência na organização e entrega de resultados para alcançar objetivos em tempos pré-estabelecidos é essencial.

Aplicação: O pedido deve ser encaminhado para o Grupo de Materiais Ferroicos / Departamento de Física / Universidade Federal de São Carlos / SP-Brasil, referência “Candidato a Bolsa de Pós-Doutorado – Propriedades de Domínios”, para o seguinte endereço: gmf@ufscar.br.

Os candidatos interessados devem enviar os seguintes documentos (em um único arquivo PDF):

1) Uma carta descrevendo seus interesses de pesquisa, na área da Bolsa de PósDoutorado – Estrutura de Domínios em Materiais Ferroicos, e objetivos de carreira;

2) O curriculum vitae;

3) Uma cópia de suas publicações indexadas;

4) Os nomes de pelo menos 3 pesquisadores como referências.

Data limite: As inscrições podem ser submetidas até 12 de Janeiro de 2021.

Esta oportunidade está aberta a candidatos de qualquer nacionalidade (desde que possuam o visto oficial seja exigido pela legislação brasileira, quando for o caso).

O candidato selecionado receberá uma Bolsa de Pós-Doutorado da FAPESP no valor de R $ 7.373,10 por mês e um fundo de contingência para pesquisa, equivalente a 10 % do valor anual da bolsa que deve ser gasto em itens diretamente relacionados à atividade de pesquisa.

Pós-doutorado em materiais ferroicos para conversão de energia e piezofotônica na UFSCar.

Área do conhecimento: Física da Matéria Condensada, Óptica e Fotônica

Processo FAPESP: 2017 / 13769-1

Título do projeto: MATERIAIS MULTIFERRÓICOS E FERROELÉTRICOS PARA CONVERSÃO DE ENERGIA: Síntese, Propriedades, Fenomenologia e Aplicações.

Áreas de atuação: Física da Matéria Condensada e Engenharia Física

Número de vagas: 1

Início: Abril de 2021.

Investigador principal: Prof. José Antonio Eiras Unidade / Instituição: Grupo de Materiais Ferroicos (http://www.gmf.ufscar.br/) / Departamento de Física / Universidade Federal de São Carlos / SP-Brasil

Prazo para inscrições: 15–01- 2021

Local: Rod. Washington Luís km 235, 13.565-905 São Carlos – SP

E-mail para envio de propostas: gmf@ufscar.br

Resumo. Para projetar propriedades, em escala micro/manométrica, de um material inteligente, um aspecto fundamental está relacionado ao entendimento de seu comportamento macroscópico interagindo com a luz. No projeto apoiado pela FAPESP “Síntese e Caracterização Fotovoltaica de Nanoestruturas Ferroelétricas e Multiferroicas para Conversão de Energia Solar”, novos materiais ferroicos monofásicos nanoestruturados e compósitos inteligentes são modelados e sintetizados para aplicação em conversores de energias renováveis, tanto fotovoltaicos como piezo-fotônicos, para a próxima geração de dispositivos de telecomunicações. A equipe multidisciplinar de pesquisadores, de diversos grupos e instituições brasileiras, apoiada em infraestrutura adequada, vem aumentando o foco na caracterização óptica e modelagem de materiais multiferroicos.

Da Bolsa

Duração: dois anos, em dedicação exclusiva.

Início: O início das atividades está previsto para Abril de 2021.

Perfil do candidato

Candidatos: Doutorado em Física, Engenharia Física ou Físico de Materiais.

– Além do grau de doutor, é desejável que o candidato tenha experiência num centro de investigação de excelência internacional;

– O candidato deve ter um forte histórico acadêmico e habilidades de comunicação verbal e escrita, no mínimo na língua inglesa.

– O histórico de publicações é um dos itens avaliados;

– É altamente desejável conhecimento prévio e experiência em óptica e caracterizações ópticas, preparação de amostras para as medições, adequação dos setups disponíveis para investigação das propriedades ópticas, automatização de bancada óptica.

– Experiência em organizar e entregar resultados de forma a atingir metas em tempos pré-estabelecidos é essencial.

Candidatura

A candidatura deve ser enviada para o Grupo de Materiais Ferroicos / Departamento de Física / Universidade Federal de São Carlos / SP-Brasil, referência “Candidato a Bolsa de Pós-Doutoramento – Fotovoltaicos e Fotônica”, através do seguinte email: gmf@ufscar.br.

Os candidatos interessados devem enviar os seguintes documentos (em um único arquivo PDF):

1) Uma carta de apresentação descrevendo seus interesses de pesquisa na área da Bolsa de Pós-Doutorado – Ferroelétricos e Multiferroicos Fotovoltaicos e objetivos de carreira;

2) Um curriculum vitae;

3) Uma cópia das publicações indexadas;

4) Os nomes de pelo menos 3 pesquisadores de referência.

Data limite: Inscrições serão aceitas até 15 de janeiro de 2021.

Esta oportunidade é aberta a candidatos de qualquer nacionalidade (desde que apresentem visto oficial, se exigido pela legislação brasileira).

O candidato selecionado receberá bolsa de pós-doutorado FAPESP no valor de R $ 7.373,10 mensais e reserva técnica para pesquisa equivalente a 10 % do valor anual da bolsa que deve ser gasto em itens diretamente relacionados à atividade de pesquisa.

Sócia da SBPMat assume diretoria de centro de pesquisa e inovação.

ana flavia

A professora Ana Flávia Nogueira (UNICAMP), sócia da SBPMat, assumiu neste mês de dezembro o cargo de diretora geral do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE).

Constituído em 2018 pela FAPESP  e a empresa Shell, o CINE reúne grupos de pesquisa da UNICAMP, IPEN e USP e seus colaboradores para desenvolver pesquisa na fronteira do conhecimento e transferir tecnologia à indústria na área de novas energias.

Mais informações: http://cine.org.br/cine-anuncia-a-sua-nova-diretora.

 

 

Homenagem de sócio SBPMat à Profa. Reiko Sato Turtelli.

[Texto escrito pelo sócio Marcelo Knobel, Reitor da UNICAMP e professor titular do IFGW-UNICAMP, junto a João Paulo Sinnecker, pesquisador titular da CBPF. Ambos foram orientados em seus doutorados pela professora Reiko Sato Turtelli.]

Profa. Dra. Reiko Sato Turtelli (1943-2020), física, faleceu no dia 14 dezembro de 2020.

Marcelo Knobel e Reiko Sato Turtelli.
Marcelo Knobel e Reiko Sato Turtelli.

Reiko nasceu dia 8 de dezembro de 1943 em São Paulo, onde concluiu o ginásio, em 1959. Na USP, obteve Licenciatura e Bacharelado em Física (1968 e 1969). Já em 1970, trabalhou no Departamento de Física do Estado Sólido e Ciências dos Materiais do IFGW/UNICAMP, finalizando seu mestrado em 1973, quando pesquisou as propriedades do GaAs, sob orientação do Prof. Rogério Cezar Cerqueira Leite. Seu excelente trabalho se destacou entre os chefes de Grupos do IFGW/UNICAMP e ela foi selecionada para o doutoramento, sendo contratada como MS-2 no mesmo ano. Ainda sob orientação do Prof. Cerqueira Leite, e dando continuidade aos estudos de propriedades do GaAs, defendeu seu doutorado em 1977 e foi reclassificada como MS-3. Em 1980 realizou um pós doutoramento na Itália, já casada com o Prof. Armando Turtelli Júnior. Ali trabalhou com propriedades magnéticas de ligas metálicas amorfas com os professores Paolo Allia e Franco Vinai, do Istituto Elettrotecnico Nazionale Galileo Ferraris em Turim, o que lhe proporcionou uma relação de cooperação e amizade muito duradouras. Em 1985 voltou ao IFGW/UNICAMP, onde posteriormente foi coordenadora de graduação do curso de Física. Teve uma atuação importante no CA de Física da FAPESP durante vários anos. Em 1993 foi pesquisadora visitante no Institut für Experimental Physik da Universidade de Viena, Áustria. Aposentou-se pela UNICAMP em junho de 1995 e desde então passou a viver em Viena com o companheiro Prof. Roland Grössinger (falecido em 2018). Faleceu em Viena no dia 14 de dezembro de 2020, vítima de câncer. Deixa os filhos Armando e Larissa, e 4 netos.

Reiko sempre foi uma pessoa apaixonada pela vida, com uma alegria, um positivismo e uma coragem inabaláveis. Gostava muito de jogar tênis, caminhar em trilhas, de artes plásticas. Adorava confraternizações e festas. Por onde passou, criou laços duradouros de amizade, respeito e afeto. Sempre teve uma postura pautada pela ética profissional e com uma extrema dedicação à pesquisa, pela qual era simplesmente apaixonada e obstinada. Encarava os desafios acadêmicos com muita determinação e dedicação. Muito alegre e brincalhona, com um espírito juvenil que lhe acompanhou até o final, foi um exemplo muito positivo para todos aqueles que tiveram o privilégio de viver e trabalhar perto dela, privilégio que nós, seus orientados, tivemos de perto ao longo de nossas careiras. Sempre estava presente quando precisávamos dela, seja para discussões acadêmicas, noites em claro de experimentos nos laboratórios, seja para qualquer apoio necessário. Irradiava alegria e felicidade que contagiava as pessoas a sua volta, fazendo de todas pessoas melhores.

Nossa querida Reiko, amiga, mentora, mãe, avó, irmã, filha, deixará muitas saudades.

João Paulo Sinnecker e Marcelo Knobel

Sócia da SBPMat é nomeada editora do Journal of Materials Science.

A professora Andrea S. S. de Camargo (IFSC-USP), sócia e diretora científica da SBPMat, foi nomeada editora do Journal of Materials Science (Springer), periódico científico bem estabelecido dentro da comunidade internacional de Ciência dos Materiais. A cientista é a única representante de uma instituição da América Latina dentro do corpo de 25 editores da revista.

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Ex-presidente da SBPMat é eleito membro titular da ABC.

Prof Osvaldo Novais de Oliveira Junior. Foto: Cecília Bastos/USP Imagem.
Prof Osvaldo Novais de Oliveira Junior. Foto: Cecília Bastos/USP Imagem.

O professor Osvaldo Novais de Oliveira Junior (IFSC-USP), sócio da SBPMat, foi eleito membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) na área de Ciências Físicas. O professor foi presidente da SBPMat por dois mandatos consecutivos, de 2016 até 2020.

A eleição dos 21 novos membros titulares da ABC foi realizada em assembleia geral ordinária no dia 3 de dezembro de 2020, com base nas indicações feitas pelos membros titulares da ABC. A posse ocorrerá no dia 1º de janeiro de 2021.

Boletim da SBPMat. 99ª edição.

 

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Boletim da
Sociedade Brasileira
de Pesquisa em Materiais

Edição nº 99. 30 de novembro de 2020.

Artigo em Destaque

Ao adotar uma estratégia inspirada na natureza, uma equipe liderada por pesquisadores do Brasil conseguiu produzir um material que estimula a regeneração óssea, muito parecido ao material natural que cumpre essa função no organismo. O trabalho foi recentemente reportado na ACS Applied Materials & Interfaces. Saiba mais.

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Pesquisadores sem Remuneração

Contamos a história de Thiago Marinho Duarte, 33 anos, doutor em Química pela UFPB. Primeiro da sua família a obter um diploma universitário, Thiago teve que desconsiderar os treze anos dedicados à sua formação de docente e pesquisador: passou a fazer “bicos” de eletricista ao não conseguir bolsa de pós-doc nem cargos temporários na área. Veja aqui.

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A Sociedade Brasileira de Química (SBQ) também participa da campanha de sensibilização da opinião pública sobre a falta de oportunidades para doutores. Veja as novas matérias:

– “Pós-doutorandos em extinção na UFMS”. Aqui.

– “Me dê motivos (para ir embora)”. Aqui.

Segundo artigo da Nature sobre pesquisa realizada com mais de 7.600 pós-docs do mundo mostra a instabilidade e desvalorização que eles vivenciam, e reporta que 2/3 dos entrevistados querem, apesar das dificuldades, continuar no meio acadêmico. Veja aqui.

University Chapters da SBPMat

Membros de University Chapters da SBPMat, junto à equipe do blog Lampejo Científico, lançaram “À Luz do Candeeiro”, um podcast de divulgação científica com agradáveis conversas noturnas sobre ciência, tecnologia e educação. Conheça e acompanhe.

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Ações da SBPMat

– SBPMat, representada pelo professor Daniel Mario Ugarte (UNICAMP), entregou uma placa em homenagem a Ricardo Rodrigues durante a cerimônia realizada pelo CNPEM no prédio do Sirius. Saiba mais.

– SBPMat e dezenas de entidades científicas assinaram a “Carta da Cidade de Natal”, manifesto da SBPC em defesa da ciência e tecnologia, educação de qualidade em todos os níveis, meio ambiente, desenvolvimento sustentável e democracia no País. Saiba mais.

Dicas de Leitura

– Usando materiais bidimensionais, cientistas criam uma nova forma de fixar elétrons e distribui-los em arranjos regulares, gerando os chamados “cristais de elétrons”, e desenvolvem um método para poder analisar essa estrutura sem interferir nela (Nature). Saiba mais.

– A partir de dados de simulações, cientistas conseguem treinar uma rede neural que elucida a relação entre sequências de monômeros e propriedades dos polímeros. Ferramenta de inteligência artificial permitirá desenvolver polímeros com as propriedades desejadas (Science Advances). Saiba mais.

– Uso de nova resina líquida aliado a técnica inovadora de impressão 3D gera objetos resistentes, rígidos ou flexíveis, em poucos minutos (Advanced Materials). Saiba mais.

– Cientistas usam tinta com flocos de grafeno para fabricar por impressão 3D “sanduíches” com várias camadas bidimensionais, e conseguem compreender como os elétrons avançam entre os flocos. Estudo abre possibilidades para impressão 3D de dispositivos optoeletrônicos baseados em materiais 2D (Advanced Functional Materials). Saiba mais.

– Cientistas desenvolvem fibras de nylon piezoelétrico que aproveitam as vibrações do movimento corporal como fonte de energia. Trabalho abre possibilidades em tecidos eletrônicos (Advanced Functional Materials). Saiba mais.

– Pesquisadores do Brasil monitoraram, passo a passo, a formação de filmes de perovskitas, e revelaram detalhes de um método que permite a sua produção em grandes áreas. Estudo traz informações úteis para melhorar a eficiência de células solares de perovskitas (Advanced Functional Materials). Saiba mais.

– Pesquisadores do Brasil desenvolvem filmes para usar como embalagens na indústria alimentícia, a partir de um biopolímero reforçado com resíduos industriais de celulose bacteriana (Applied Materials & Interfaces). Saiba mais.

– Equipe do Brasil desenvolve célula espectroeletroquímica capaz de analisar em detalhe, por meio de técnicas espectroscópicas, o desempenho de diversos materiais durante processos eletroquímicos (capa da ChemElectroChem). Saiba mais.

Oportunidades

– Seleção para bolsa de doutorado CNPq em parceria com empresa multinacional para desenvolver projeto na área de reologia de silicone no Departamento de Química da PUCRJ. Contato: a_pimentel@puc-rio.br.

– Processo seletivo para mestrado em Ciências – Física de Materiais na UFOP. Saiba mais.

– Edição especial da Frontiers in Chemical Engineering sobre superfícies para eficiência energética tem submissão de resumos aberta até 4 de fevereiro. Edição tem membros da comunidade brasileira de Materiais entre os editores. Saiba mais.

Agenda de eventos presenciais e online

– ONLINE. 72ª Reunião Anual da SBPC. Setembro a dezembro de 2020. Site.

4th International Conference on Applied Surface Science. Barcelona (Espanha). 28 de junho a 1 de julho de 2021. Site.

4th Workshop on Coated Tools & Multifunctional Thin Films. Campinas, SP (Brasil). 20 a 23 de julho de 2021. Site.

XIX B-MRS Meeting + IUMRS ICEM (International Conference on Electronic Materials). Foz do Iguaçu, PR (Brasil). 29 de agosto a 2 de setembro de 2021. Site.

– 7th Meeting on Self Assembly Structures in Solution and at Interfaces. Bento Gonçalves, RS (Brasil). 3 a 5 de novembro de 2021. Site.

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Artigo em destaque: Estratégia biomimética para síntese de nanotubos que estimulam a regeneração óssea.

O artigo científico de autoria de membros da comunidade brasileira de pesquisa em Materiais em destaque neste mês é: Strontium Calcium Phosphate Nanotubes as Bioinspired Building Blocks for Bone Regeneration. Camila B. Tovani, Tamires M. Oliveira, Mariana P. R. Soares, Nadine Nassif, Sandra Y. Fukada, Pietro Ciancaglini, Alexandre Gloter, and Ana P. Ramos. ACS Appl. Mater. Interfaces 2020, 12, 39, 43422–43434. doi.org/10.1021/acsami.0c12434.

Estratégia biomimética para síntese de nanotubos que estimulam a regeneração óssea

Dizem os especialistas que, até o momento, não há nada melhor do que um osso natural para ajudar a regenerar outro osso natural. De fato, apesar dos enormes avanços na área de biomateriais, ainda não existe um material sintético que funcione tão bem quanto o autógeno (osso extraído do próprio paciente) para incentivar a regeneração de tecido ósseo – processo que ocorre em nosso organismo de forma constante e espontânea, mas que se faz necessário estimular mediante a implantação de enxertos quando sofremos perdas ósseas notórias devido a traumatismos ou doenças. Nesse processo, a unidade básica de formação dos ossos é a fibrila de colágeno mineralizada, um cilindro de colágeno formado por um grupo de células chamadas osteoblastos, que é recheado e revestido por fosfatos de cálcio durante a chamada “biomineralização”.

Um trabalho realizado por pesquisadores do Brasil junto a colaboradores da França deu um importante passo nesse contexto. Usando uma estratégia inspirada na natureza, a equipe científica conseguiu produzir no laboratório um material muito semelhante, em formato, tamanho e estrutura, às fibrilas de colágeno mineralizadas. Nesta pesquisa, não foi necessário utilizar estruturas de colágeno, que é uma proteína cara e difícil de se manusear. Em vez disso, os cientistas produziram tubos de cerca de 200 nm de diâmetro, muito parecidos às fibrilas, porém compostos por cristais de fosfato de cálcio, que são o principal componente inorgânico dos ossos, e estrôncio, um elemento utilizado no tratamento da osteoporose, que ajuda a reduzir a perda de tecido ósseo e a aumentar a sua formação.

Em testes in vitro, o material mostrou que não é tóxico para as células e que gera as condições necessárias para a formação de tecido ósseo. Além disso, apresentou capacidade de liberar íons de estrôncio por longos períodos em doses controladas – parâmetro essencial para o desenvolvimento, em longo prazo, de terapias seguras, uma vez que excesso destes pode levar ao enfraquecimento dos ossos.

Estratégia

Procedimento adotado para produzir o material para regeneração óssea. Uso de membrana permite gerar nanotubos com características controladas.
Procedimento adotado para produzir o material para regeneração óssea. Uso de membrana permitiu obter as características desejadas.

Para produzir o material com estrutura cilíndrica de dimensões controladas, a equipe se baseou em uma estratégia utilizada por diversos organismos vivos para gerar dentes, conchas e ossos: o confinamento físico, que nada mais é do o uso de um molde para obrigar um material a se formar seguindo uma determinada morfologia e tamanho.

O molde usado foi uma membrana de policarbonato, comercialmente disponível, que tem poros cilíndricos de 200 nm de diâmetro, tamanho semelhante ao das fibrilas de colágeno dos ossos. A membrana foi submergida por doze horas em uma solução contendo fosfato, cálcio e estrôncio, a qual penetrou nos poros. Após secagem da membrana na presença de compostos que desencadearam a mineralização, o policarbonato foi dissolvido, sendo possível separar e analisar o material que tinha se formado no interior dos poros.

“Apenas delimitando o ambiente físico no qual ocorrem os processos de nucleação e crescimento do mineral, obtivemos nanotubos com morfologia, composição e tamanho altamente controlados”, diz Ana Paula Ramos, professora da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP, e autora correspondente de um artigo recentemente publicado que reporta o trabalho.

O mesmo procedimento, só que sem o uso de moldes, resultou em nanopartículas esféricas aglomeradas, com características bem diferentes das fibrilas de colágeno que se buscava emular.

Surpresa

A pesquisa foi realizada dentro do doutorado de Camila Bussola Tovani, que foi realizado com financiamento da FAPESP, orientado pela professora Ana Paula Ramos e defendido neste ano pelo Programa de Pós-Graduação em Química da USP Ribeirão Preto.

A ideia inicial do projeto era compreender como os íons de estrôncio, usados no tratamento da osteoporose, atuavam no mecanismo de mineralização dos ossos. Como esse processo, no organismo, ocorre em situação de confinamento, limitado pelo arcabouço formado pelas fibrilas de colágeno, Camila e sua orientadora decidiram utilizar um molde para estudar como ocorria a mineralização do fosfato de cálcio na presença dos íons estrôncio.

“Durante a caracterização estrutural, constatamos a elevada similaridade entre as partículas obtidas e as fibrilas de colágeno mineralizadas que formam os ossos, o que nos incentivou a conduzir investigações biológicas”, conta a professora. “O que de fato nos surpreendeu, foi a possibilidade de controlar propriedades das partículas tais como fase mineral, morfologia e tamanho apenas mudando o meio no qual a precipitação ocorria”, completa Ana Paula, que sugere que a mesma estratégia pode ser aplicada para sintetizar outras partículas inorgânicas para diferentes aplicações nas quais o controle das propriedades físico-químicas seja essencial.

Os nanotubos foram produzidos e caracterizados no Laboratório de Físico-Química de Superfícies e Coloides, coordenado pela professora Ana Paula. Ensaios biológicos foram realizados em outros laboratórios do campus da USP em Ribeirão Preto, mediante colaborações com o professor Pietro Ciancaglini e a professora Sandra Fukada.

O trabalho também se beneficiou de duas colaborações da professora Ana Paula com pesquisadores da França. A primeira, com o cientista Alexandre Gloter (Université Paris-Saclay), permitiu investigar o mecanismo de formação e caracterizar os nanotubos por meio de técnicas avançadas de espectroscopia e microscopia. A segunda, com a pesquisadora Nadine Nassif (Sorbonne Université), auxiliou na compreensão dos processos de mineralização óssea. “É interessante destacar que o contato inicial com o Dr. Alexandre Gloter aconteceu no Brasil durante o TEM Summer School, organizado no CNPEM pelo LNNano, e que a bolsa BEPE-FAPESP possibilitou a permanência da Camila Tovani no Laboratório Chimie de la Matiere Condenseè de Paris, da Sorbonne Université, sob supervisão da Dra. Nadine Nassif durante 1 ano”, diz Ana Paula Ramos. “O investimento das agências de fomento em internacionalização, tanto trazendo quanto enviando pesquisadores ao exterior, tem impacto importante nesta pesquisa”, conclui.

Do laboratório ao mercado

De acordo com a professora Ana Paula, depois de realizar uma investigação para validar o desempenho dos nanotubos em modelos animais, o material poderia ser utilizado para preencher localmente pequenos defeitos dos ossos. Os nanotubos também poderiam ser incorporados em matrizes poliméricas que são usadas em cirurgias ortopédicas e crânio-maxilo-faciais para substituição, preenchimento ou reparo de falhas ósseas provocadas por infecções, traumatismos e neoplasias. Ainda, o material poderia ser incorporado a formulações de creme dental para tratamento de hipersensibilidade dentária, uma vez que alguns dentifrícios utilizados para este fim apresentam estrôncio em sua composição.

“O maior desafio para tornar as partículas produto é encontrar empresas do ramo interessadas na tecnologia, o que nos permitiria desenvolver formulações a curto prazo”, afirma a pesquisadora.

Os autores do artigo. A partir da esquerda: Camila Bussola Tovani, Tamires Maira Oliveira, Mariana P. R. Soares, Nadine Nassif, Sandra Y. Fukada, Pietro Ciangaglini, Alexandre Gloter e Ana Paula Ramos.
Os autores do artigo. A partir da esquerda: Camila Bussola Tovani, Tamires Maira Oliveira, Mariana P. R. Soares, Nadine Nassif, Sandra Y. Fukada, Pietro Ciangaglini, Alexandre Gloter e Ana Paula Ramos.

Pesquisadores sem remuneração: Thiago Marinho Duarte.

Thiago Duarte em 2017 na Universidade Jaume I (Espanha), onde realizou um estágio de pesquisa durante o doutorado.
Thiago Duarte em 2017 na Universidade Jaume I (Espanha), onde realizou um estágio de pesquisa durante o doutorado.

Thiago Marinho Duarte, 33 anos, tem uma sólida formação para atuar em ensino e pesquisa. O paraibano, natural de Campina Grande, fez licenciatura, mestrado e doutorado em Química, além de uma especialização em metodologia de ensino de Química e Biologia. Foram treze anos dedicados à sua formação.

Todavia, desde que defendeu seu doutorado em Química pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) em fevereiro deste ano, seus planos de ser professor pesquisador têm ficado “no freezer”. Para poder pagar as contas, recorreu aos conhecimentos aprendidos na adolescência, em cursos técnicos, e começou a fazer “bicos” de eletricista.

Em setembro, ele passou numa seleção da prefeitura de Conde, na região metropolitana de João Pessoa, para atuar na frente de combate à Covid-19, lidando com assuntos diversos, desde analisar laudos de água até conscientizar a população a respeito da pandemia. Desta forma, conseguiu estabilidade financeira por alguns meses (o contrato encerra no final de dezembro) enquanto continua buscando oportunidades para voltar à carreira científica.

Normalmente, o passo seguinte à conclusão do doutorado é o pós-doutorado, o qual pode ser compreendido como um trabalho temporário de “cientista júnior”. No Brasil, essa fase da carreira ocorre geralmente em grupos de pesquisa de universidades e costuma ser remunerada por meio bolsas, pagas por agências governamentais de financiamento à pesquisa, sejam federais (como o CNPq ou a Capes) ou estaduais.

“Submeti projetos de pesquisa em dois editais do CNPq para seleção de bolsistas de pós-doutorado”, conta Thiago. “Em ambos os casos fui avaliado com nota próxima à máxima (acima de 9,5), mas fui comunicado de que não ganharia a bolsa devido a limitações no orçamento”, lamenta. De fato, a quantidade de bolsas de pós-doutorado das agências federais vem diminuindo consistentemente desde 2015, como mostrou um levantamento de dados feito pela SBPMat.

Já em plena pandemia, Thiago participou de quatro processos seletivos de instituições de ensino superior da Paraíba e Rio Grande do Norte para contratação de professor substituto – um cargo temporário que lhe permitiria manter-se na sua área profissional e ter uma renda. Mas ele não ficou selecionado. “A concorrência era muito grande”, diz. Além disso, ele se inscreveu em um concurso para professor efetivo no campus da cidade de Areia da UFPB, mas a seleção ainda não foi realizada devido à pandemia.

Thiago também pensou seriamente em empreender. Olhou com carinho as suas lembranças da época da graduação, quando chegou a produzir e comercializar detergente, e pensou que produzir saneantes não seria uma má ideia para um químico em época de pandemia de doença infecciosa. Mas esta ideia também foi parar “no freezer” frente às dificuldades que Thiago enfrentou para obter informações de caráter burocrático, necessárias para iniciar o empreendimento.

Primeiro universitário da família

“A minha primeira vocação foi a de professor”, conta Thiago. No ensino médio, ele tinha facilidade para as disciplinas da área de Ciências Exatas. No último ano, depois de ajudar alguns colegas a entender uma matéria e passar na prova, ele percebeu que poderia se dedicar ao ensino. Então, mesmo sem ter referências na família (os pais de Thiago são assalariados sem formação superior e ele foi a primeira pessoa que cursou o ensino superior entre todos seus parentes), ele decidiu fazer licenciatura em Química na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

No final da graduação, em 2011, Thiago começou a enxergar uma outra opção de carreira. Ao notar que havia muitos concursos em universidades e institutos federais, e que todos eles pediam mestrado e/ou doutorado, Thiago pensou que deveria sair de Campina Grande para fazer pós-graduação na UFPB, sempre na área de Química.

A decisão lhe trouxe muitas experiências gratificantes e crescimento pessoal e profissional. No mestrado, Thiago ficou encantado ao descobrir que os conceitos aprendidos nas aulas se tornavam palpáveis no laboratório, e que poderia fazer uma contribuição própria ao avanço do conhecimento. No doutorado, ele fez uma imersão no mundo das simulações computacionais para estudar materiais semicondutores que podem ser usados para remediação ambiental, e teve a oportunidade de sair pela primeira vez do país para fazer uma parte da pesquisa em uma universidade espanhola, com apoio financeiro da Capes.

“O contato com o mundo real dos experimentos e com o mundo ideal das simulações me fez amadurecer”, reflete Thiago. “E a experiência no exterior me fez dar um salto como pessoa e pesquisador; é algo que recomendo a todos que tiverem a oportunidade”, completa.

Atualmente, além de trabalhar na frente de combate à Covid-19, Thiago está terminando de escrever um projeto de pesquisa para atuar em um grupo do estado de São Paulo. Mais uma vez, ele vai tentar conseguir uma bolsa de pós-doutorado. Além disso, Thiago está se preparando para participar de mais um concurso de professor substituto, desta vez na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

“Quero esgotar todas as possibilidades no país, mas não descarto ir para o exterior”, diz Thiago. “É uma pena que os governantes do Brasil não tenham interesse em investir em geração de conhecimento e tecnologia”.

Link para o CV Lattes de Thiago Marinho Duarte: http://lattes.cnpq.br/3323835059496707

SBPMat entrega placa em homenagem a Ricardo Rodrigues.

Entrega da placa da SBPMat à viúva de Ricardo Rodrigues, no dia 9 de novembro.
Entrega da placa da SBPMat à viúva de Ricardo Rodrigues, no dia 9 de novembro.

A SBPMat participou da cerimônia de homenagem ao cientista e engenheiro Ricardo Rodrigues, realizada na manhã de 9 de novembro no prédio do Sirius, com organização do CNPEM. A emotiva cerimônia, que foi transmitida ao vivo pelo YouTube, reuniu alguns familiares e amigos, que realizaram manifestações e apresentações sobre a extensa carreira científica e aspectos pessoais de Rodrigues.

Representando a Diretoria da SBPMat, o professor Daniel Mario Ugarte (UNICAMP), membro da Sociedade, entregou uma placa à viúva de Rodrigues – a também cientista Liu Lin. A homenagem da SBPMat a Ricardo Rodrigues foi idealizada por sócios da SBPMat no início do ano e iria acontecer na abertura do XIX B-MRS Meeting, que seria realizado em setembro deste ano em Foz do Iguaçu, mas foi adiado para 2021 em função da pandemia. Com a realização da cerimônia organizada pelo CNPEM, surgiu uma nova oportunidade para realizar a homenagem.

Texto da placa

“Homenagem da SBPMat a Antônio Ricardo Droher Rodrigues (1951 – 2020). A Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais (SBPMat) homenageia a contribuição fundamental de Ricardo Rodrigues para o êxito no desenvolvimento e implantação das fontes brasileiras de luz síncrotron (UVX e Sirius), que colocaram o Brasil na vanguarda mundial da pesquisa em materiais. Novembro de 2020.”

Ricardo Rodrigues

Ricardo Rodrigues foi um dos principais responsáveis pela construção da primeira fonte de luz síncrotron do Hemisfério Sul, a UVX, inaugurada em 1997. A partir de 2009, liderou a equipe de engenharia que desenvolveu os aceleradores de elétrons do Sirius, a segunda fonte de luz síncrotron do Brasil. Ele faleceu em 3 de janeiro de 2020, aos 68 anos.

A gravação da cerimônia pode ser assistida em https://www.youtube.com/watch?v=hrmTDdnyv9s