|
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
|
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
|||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
|
Ricardo D. Rodrigues (1951-2020). Excepcional ser humano e verdadeiro polímata.

Antonio Ricardo Droher Rodrigues (Ricardo para seus colegas e amigos) faleceu há dois anos, em 3 de janeiro de 2020. Ricardo liderou os projetos e as construções das duas fontes de luz sincrotron do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), entidade pertencente na atualidade ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Campinas – SP.
Ricardo graduou-se como Engenheiro Civil em 1974 na Universidade Federal do Paraná, Curitiba – UFPR, iniciou suas atividades científicas em 1974 no Grupo de Ótica de Raios X do Departamento de Física da UFPR e realizou seu doutorado em Física, desde 1976 a 1979, no King’s College da University of London, Reino Unido. No seu trabalho de tese “X-ray optics for synchrotron radiation” Ricardo propôs e caracterizou monocromadores de raios X de dois cristais quase paralelos para supressão de componentes harmônicos, que são hoje utilizados em muitos laboratórios de luz síncrotron do mundo. Em 1977 ele realizou os testes desses monocromadores em Hasylab (Hamburg), sendo assim o primeiro brasileiro que foi usuário de uma fonte de luz síncrotron.
Logo depois de seu retorno ao Brasil em 1981, Ricardo participou ativamente no Projeto Radiação Síncrotron (PRS/CNPq) desenvolvido no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Rio de Janeiro, desde 1980 a 1985. O PRS foi o projeto precursor que conduziu à criação do LNLS. Como parte das atividades do PRS, um grupo de cientistas brasileiros liderado por Ricardo fez um estágio de três meses no Stanford Synchrotron Radiation Lightsource (SSRL), em Stanford, USA, durante o qual elaboraram o primeiro projeto de fonte de luz brasileira, que foi depois o projeto inicial do LNLS.
Logo depois de ser criado o LNLS em 1986 em Campinas, Ricardo foi designado Chefe de Projeto. Durante um período total de 10 anos ele implantou a infraestrutura básica inicial, formou os jovens técnicos e engenheiros de sua equipe e desenvolveu as diversas ações que conduziram à construção e bem-sucedido funcionamento da primeira fonte de luz do LNLS – com energia dos elétrons de 1,37 GeV – denominada UVX. A construção da fonte UVX foi completada em 1996 e aberta a pesquisadores externos do Brasil e do exterior em julho de 1997, oferecendo-se assim aos usuários de numerosas áreas da ciência uma instrumentação moderna que existe hoje em poucos países do mundo. Nessa época a fonte UVX era a única fonte de luz síncrotron do Hemisfério Sul, e ainda hoje o LNLS é o único Laboratório Nacional dotado de uma fonte de luz síncrotron na América Latina. As qualidades de clara liderança, extrema dedicação e indiscutível competência tanto científica quanto técnica do Ricardo foram de fundamental importância para o desenvolvimento da primeira fonte de luz sincrotron brasileira. Além do papel decisivo do Ricardo na construção da primeira fonte de luz do LNLS, ele participou ativamente também no desenvolvimento de nova instrumentação científica para várias linhas de luz. A fonte UVX funcionou satisfatoriamente e foi utilizada durante 22 anos, até 2019, por mais de 6.000 pesquisadores principalmente brasileiros e de também de outros países.
No ano de 2001, já com a fonte UVX funcionando de forma rotineira, Ricardo decidiu se afastar do LNLS e criou em Campinas a empresa Skedio Tecnologia, na qual iniciou a produção de instrumentação industrial de precisão e dispositivos de interesse artístico. Permaneceu nessa empresa até 2009, quando recebeu e aceitou convite da diretoria do LNLS para voltar a essa instituição e enfrentar o segundo grande desafio de sua carreira profissional: o projeto e construção da segunda fonte de luz síncrotron brasileira.
A partir de 2009 Ricardo assumiu a função de Líder do Projeto Sirius com a missão de projetar e construir uma fonte de luz sincrotron de quarta geração com energia de elétrons de 3 GeV e com qualidades de emissão de luz muito superiores às da fonte UVX. Nessa época, a única fonte no mundo dessa excepcional qualidade estava em fase de projeto na Suécia. A construção desta nova e moderna fonte apresentou numerosos desafios de engenharia sem precedentes no Brasil nem no exterior. Contudo, Ricardo e sua equipe venceram esses desafios aplicando em muitos casos tecnologias brasileiras. Assim, o primeiro feixe de raios X produzido pela fonte Sirius com a energia nominal de 3 GeV foi emitido em dezembro de 2019. A fonte de luz Sirius é a terceira fonte de luz de última geração em funcionamento no mundo, depois das existentes em Lund (Suécia) e Grenoble (França). Foi assim que Ricardo como Líder do Projeto Sirius atingiu os ambiciosos objetivos do projeto e venceu assim o segundo grande desafio de sua carreira.
Ricardo demonstrou uma clara capacidade de liderança, seriedade extrema e sem concessões, e reconhecida competência tanto como físico na área de óptica de raios X como em diferentes áreas da engenharia: civil, mecânica e elétrica-eletrônica, com ênfase nas subáreas de circuitos elétricos, magnéticos e eletrônicos. Essa competência multifacetada lhe permitiu atuar eficientemente em todos os aspectos técnicos relevantes associados à construção das fontes de luz síncrotron do LNLS e demonstrar uma liderança respeitada por toda a equipe. Notavelmente, Ricardo não foi somente líder respeitado, físico excelente e engenheiro competente em várias especialidades, ele demonstrou também sensibilidade e competência como escultor, pintor e desenhista, havendo realizado uma produção artística que evidenciou sua fina sensibilidade. Isto demonstra que Ricardo possuía todas as características típicas de um verdadeiro polímata. Isto é, suas competencias multifacetadas não foram as que exibem os “generalistas”, mas as que demonstram os raros e distinguidos seres humanos que possuem profundos conhecimentos nas diversas ou mesmo numerosas áreas nas quais atuam.
O trabalho de Ricardo teve o reconhecimento unânime da equipe do LNLS e dos pesquisadores usuários que o conheceram. Também recebeu homenagens formais da Sociedade Brasileira de Cristalografia no ano 2000 e do LNLS/CNPEM em ocasião da celebração dos 30 anos do LNLS, em 2017. Ele recebeu em 2010 uma distinção da Presidência da República que o designou Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico.
Tive o privilégio de acompanhar o trabalho do Ricardo durante mais de 40 anos. Nosso primeiro encontro foi no XI Congresso da International Union of Crystallography (IUCr) realizado em Varsóvia em agosto de 1978, durante o qual conversamos sobre as novas possibilidades científicas abertas pelas fontes de luz síncrotron, de uso ainda incipiente nessa época no mundo. Desde 1981 até 1986 minha interação com Ricardo foi principalmente no CBPF, no Rio de Janeiro, durante o desenvolvimento do Projeto Radiação Síncrotron, desde 1987 até 2000 no LNLS, em Campinas, durante a construção da fonte UVX, de 2000 a 2009 na empresa Skedio Tecnologia, e finalmente, desde 2009 a 2019, novamente no LNLS. Nossa última conversação foi durante a última semana de dezembro de 2019, na qual ele me disse – serenamente e com contida satisfação – que a fonte Sirius tinha atingido sua energia nominal de 3GeV e os primeiros experimentos de uso foram realizados. Infelizmente, Ricardo faleceu em 3 de janeiro de 2020, poucos dias depois de ter vencido o segundo grande desafio de sua vida profissional.
Dois anos passaram desde o falecimento do Ricardo. Perdeu-se fisicamente um excepcional ser humano, distinguido mestre, brilhante físico e engenheiro, e sensível artista. Os legados de Ricardo para a ciência brasileira são a moderna fonte de luz síncrotron Sirius aberta a cientistas usuários de todas as áreas da ciência do Brasil e do exterior, a competente equipe de engenheiros e técnicos do LNLS que ele formou e a numerosa comunidade de cientistas usuários do LNLS que se beneficiaram dos resultados de seu trabalho. Seu exemplo de vida e ímpar personalidade continuam e continuarão vivos na memória de todos os que tivemos o privilégio de tê-lo conhecido e de ter acompanhado seu fecundo trabalho. O falecimento de Ricardo enlutou a ciência e a engenharia brasileiras.
Após seu falecimento, o LNLS/CNPEM homenageou o Ricardo denominando sua escola anual sobre aplicações da luz síncrotron como Escola Ricardo Rodrigues de Luz Síncrotron e organizou, em 9 de novembro de 2020, uma Cerimônia de Homenagem a Ricardo Rodrigues. Nessa cerimônia, familiares, amigos e colegas apresentaram emocionados depoimentos com lembranças e visões pessoais sobre a vida do Ricardo. Na parte final, a SBPMat homenageou o Ricardo mediante a entrega de uma placa gravada com os dizeres: A Sociedade Brasileira de Pesquisa de Materiais (SBPMat) homenageia a contribuição fundamental de Ricardo Rodrigues para o êxito do desenvolvimento e implantação das fontes brasileiras de luz síncrotron UVX e Sirius, que colocaram o Brasil na vanguarda mundial da pesquisa em materiais. Todos os depoimentos apresentados na Cerimônia de Homenagem foram registrados e podem ser acessados pelo link https://www.youtube.com/watch?v=hrmTDdnyv9s
Aldo F. Craievich
Professor Sênior
Instituto de Física
Universidade de São Paulo
|
||||||||||||||||||||||||||||
|
||||||||||||||||||||||||||||
|
No ano de 2021, a pandemia continuou dominando nossas vidas, mas as vacinas que a ciência nos proporcionou em tempo recorde estão cumprindo seu papel. Aos poucos fomos saindo de nossa vida virtual retomando atividades presenciais para incorporar essa nova realidade.
Infelizmente, porém, nosso evento este ano ainda teve que ser virtual. Apesar disso, foi possível sentir pela telinha a presença de cada um de vocês!! A cada trabalho apresentado, a cada pergunta feita por um estudante, sentimos reafirmar que a ciência continua bem representada em nosso país! Isso nos dá esperança para o futuro – esperança tão necessária frente aos enormes desafios que temos pela frente.
Carl Sagan dizia que temos que conhecer o passado para entender o presente. E passado e presente nos mostram que educação e ciência são a base principal para um futuro com condições dignas de vida e bem estar social. Esperamos que em 2022 continuemos a lutar juntos por esses valores, resistindo ao negacionismo que ainda tenta se manter presente em nossa sociedade. E que possamos finalmente compartilhar presencialmente nossas experiências – e nossa ciência – em Foz de Iguaçu!
Um excelente final de ano a todos, observando todos os cuidados sanitários necessários. 🙂
Diretoria da SBPMat
CARTA CIRCULAR DE CONVOCAÇÃO DE ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PESQUISA EM MATRIAIS SBPMAT.
AS 14:00 HORAS DO DIA 05 DE JANEIRO DE 2022 – QUARTA-FEIRA
Rio de Janeiro, 18 de dezembro de 2021.
Prezado Sócio,
Em cumprimento ao que estabelece o estatuto da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais SBPMAT, com sede na Rua Marques de São Vicente, 225 – Parte – Gávea, Rio de Janeiro, RJ através de sua Diretoria, devidamente representada por seu Presidente Sr. Monica Alonso Cotta, CONVOCA através do presente oficio, todos os membros, para Assembleia Geral Ordinária, que será realizada no online no site da SBPMAT, às 14:00 horas, do dia 05 de janeiro de 2022, com a seguinte pauta do dia:
Poderão participar da assembleia todos os sócios atuais ou os que a ela se filiarem até a véspera da assembleia.
O presente edital é enviado a todos os associados inscritos, encontrando-se também afixado na sede da Entidade Rua Marques de São Vicente, 225 – Parte – Gávea, Rio de Janeiro, RJ e disponível na homepage oficial da Entidade em https://www.sbpmat.org.br/pt/posse-da-nova-diretoria-executiva-da-sbpmat2022
A Assembleia Geral instalar-se-á em primeira convocação às 14:00 hs, com a presença da maioria dos associados e, em segunda convocação as 14:30 hs, do dia 05/01/22
|
|||||||||||||||||||||||||||
|
|||||||||||||||||||||||||||
|
Uma pesquisa científica realizada na UFSCar traz nova luz sobre líquidos super-resfriados e vidros – dois estados da matéria, no sentido amplo da expressão, que ainda apresentam muitas perguntas fundamentais à ciência. Em especial, o trabalho fornece forte evidência para desfazer um antigo paradoxo envolvendo os líquidos super-resfriados, além de abrir perspectivas para a produção de novos materiais vítreos e cristalinos.
Líquidos super resfriados são aqueles que, mesmo estando em temperaturas abaixo do ponto de fusão, permanecem em estado líquido. O exemplo mais conhecido é o da água, que congela a 0 °C mas pode ser mantida como líquido super-resfriado mesmo depois de algumas horas no freezer, como mostra este vídeo.
Mas não apenas a água, e sim qualquer líquido pode estar em estado super-resfriado desde que se cumpram as condições que impedem a formação do primeiro cristal, chamada de nucleação. Contudo, se a nucleação ocorrer, o delicado equilíbrio do líquido super-resfriado se quebrará e ele cristalizará, passando para um estado muito mais estável. Para desencadear esse processo, é suficiente aguardar um certo tempo, agitar o líquido super resfriado ou introduzir um catalizador nele.
Além de despertar a curiosidade de cientistas e leigos, líquidos super-resfriados têm algumas aplicações em situações em que é necessário diminuir a temperatura até níveis muito baixos sem provocar congelamento (cristalização), como, por exemplo, a conservação de órgãos doados para transplante.
Neste trabalho, os autores procuraram entender a interação entre dois fenômenos que concorrem durante o processo de cristalização dos líquidos super-resfriados: a nucleação de cristais e o relaxamento, fenômeno que ocorre espontaneamente na estrutura amorfa dos líquidos super-resfriados na sua trajetória rumo a uma fase de maior equilíbrio. Para isso, utilizaram ferramentas de simulação computacional atomística (aquela que permite a descrição da posição de cada átomo de um composto em função do tempo) para simular esses processos no germânio, cuja temperatura de fusão é de 938 °C. Acima dessa temperatura, o germânio “derrete”. Abaixo dela, se mantidas as condições que impedem a nucleação dos cristais, o germânio líquido não solidifica e se mantém como líquido super-resfriado.
Tudo começou com um paradoxo
A ideia de estudar a interação entre nucleação e relaxamento estrutural surgiu do professor Edgar Dutra Zanotto em 1987, quando ele era um jovem professor da UFSCar e coordenava o Laboratório de Materiais Vítreos, que ele mesmo tinha criado 10 anos atrás.
Foi então que o cientista começou estudar o paradoxo de Kauzmann. Publicada em 1948, essa predição teórica leva o nome de Walter Kauzmann, que foi professor da Universidade de Princeton (EUA) e fez importantes contribuições ao estudo dos vidros e líquidos super-resfriados. O paradoxo afirma que, a determinada temperatura (chamada de temperatura de Kauzmann), a entropia de um líquido super-resfriado deve ser igual à entropia da fase cristalina do mesmo composto. Nesse contexto, se o resfriamento continuasse, o líquido super-resfriado acabaria tendo entropia nula a uma temperatura acima do zero absoluto. Para evitar essa situação, que contraria a terceira lei da Termodinâmica, os líquidos super resfriados deveriam cristalizar antes de relaxar ao estado vítreo, que é um estado não-cristalino, acima da temperatura de Kauzmann.

O dilema despertou tanto interesse em Zanotto, que ele se propôs a pesquisar se a cristalização de líquidos super-resfriados ocorreria em tempo menor do que o relaxamento estrutural. Contudo, a tarefa não era trivial (por isso o paradoxo persiste) e requeria o domínio de ferramentas computacionais específicas. Dessa forma, o trabalho acabou sendo iniciado três décadas mais tarde, quando dois pós-doutorandos especialistas em simulação de dinâmica molecular, Azat Tipeev e Leila Separdar, se juntaram ao grupo de pesquisa do professor Zanotto. Os novos integrantes receberam coorientação do professor José Pedro Rino, também especialista na técnica, que é colega de Zanotto na UFSCar e no Centro de Pesquisa, Tecnologia e Educação em Materiais Vítreos (CeRTEV). Enquanto Azat se debruçava sobre o germânio líquido, Leila trabalhava o mesmo problema com outras substâncias. Alguns dos resultados do trabalho de Leila estão publicados neste artigo do periódico Computational Materials Science.
“As simulações de dinâmica molecular permitem o estudo da cristalização e relaxamento em nível atomístico, em uma região de estados ainda não atingíveis por experimentos de laboratório, para obter informações essenciais sobre as propriedades dos minúsculos núcleos cristalinos em uma escala de tempo extremamente curta e, consequentemente, testar teorias de nucleação e relaxamento”, explica o pós-doc Azat, de nacionalidade russa, quem conheceu o professor Zanotto em 2012 em um evento sobre cristalização de vidros e líquidos na Alemanha e veio pela primeira vez ao Brasil em 2015 para participar da Escola Avançada de Vidros e Vitrocerâmicas organizada por Zanotto com financiamento da FAPESP.
A partir das simulações, os autores determinaram os tempos de relaxamento estrutural e de tensões e os compararam com os tempos de formação do primeiro núcleo de cristal em diferentes temperaturas. “Verificamos que essas curvas se cruzaram na chamada temperatura espinodal cinética, estabelecendo uma região de temperatura onde a (forte) interferência do relaxamento na nucleação deve ser considerada por modelos teóricos para descrever adequadamente a dinâmica da nucleação experimental”, resumem os autores.

Além disso, o trabalho forneceu uma sólida evidência para a resolução do paradoxo de Kauzmann. “Nosso trabalho demonstrou que o líquido super resfriado de germânio cristaliza antes de chegar à temperatura de Kauzmann, evitando a catástrofe de entropia”, diz Azat, que é primeiro autor do artigo que reporta esta pesquisa no periódico Acta Materialia.
Os novos artigos em co-autoria com Azat, Leila e Pedro Rino se inserem na vasta produção científica que o professor Zanotto e seus colaboradores têm na área de materiais vítreos. “O cruzamento dos tempos de relaxação e nucleação acima da temperatura de Kauzmann é de fundamental importância para esclarecer os processos e a dinâmica de vitrificação e cristalização e a própria natureza do estado vítreo”, diz Zanotto.
O trabalho foi realizado com financiamento da FAPESP.
Referência do artigo científico: Unveiling relaxation and crystal nucleation interplay in supercooled germanium liquid. Azat O. Tipeev, José P. Rino, Edgar D. Zanotto. Acta Materialia. Volume 220, November 2021, 117303. https://doi.org/10.1016/j.actamat.2021.117303.
Contato de autor: Edgar Dutra Zanotto – dedz@ufscar.br
Caros colegas
Hoje encaminhamos, por meio de ofício à presidente da CAPES, nosso pedido de demissão da coordenação da área Astronomia/Física.
Os motivos elencados no documento são uma atitude pouco pro-ativa da CAPES com relação à retomada da avaliação Quadrienal 2017-2020 e a incompreensível pressa em se definir um formato para cursos de PG por EaD para a chamada de APCN a ser lançada no final de novembro. Como reiterado mais de uma vez pelos membros Colégio de Exatas, Engenharias e Multidiscipliar da CAPES, do qual fazemos parte, consideramos que uma chamada de APCN, ainda que necessária, depende da conclusão da última Quadrienal para sua correta avaliação.
Poderíamos ainda ter listado a suspensão do PNPD sem um programa substituto, a indecisão sobre o que será do ano 2021 em uma futura possível avaliação dos programas de PG, já que são muitos os que advogam por um “ano sabático” sem que seja claro o que isso significa. E finalmente, a ausência de qualquer ação, ao menos pública, em direção à elaboração do novo PNPG que deveria cobrir a década de 2021-2030.
Lamentamos ter que tomar essa atitude extrema, mas eventos recentes tangenciam a falta de respeito com os coordenadores de área.
Abraço
Fernando Lázaro
Alberto Saa
|
|||||||||||||||||||||||||||||||
|
|||||||||||||||||||||||||||||||
|
O professor Daniel Mario Ugarte (UNICAMP), sócio-fundador da SBPMat, foi empossado como membro da TWAS (The World Academy of Sciences) em cerimônia virtual realizada em 4 de novembro dentro da 15ª conferência geral da TWAS.
A eleição de Ugarte como membro, na área de Física, ocorreu em 2019, mas a cerimônia de posse foi adiada em razão da pandemia de Covid-19.
Os membros da TWAS são cientistas cujas contribuições para a ciência atendem os padrões internacionais de excelência e que trabalham em países em desenvolvimento ou promovem a pesquisa nesses países.
Mais informações sobre a eleição de membros da TWAS: https://twas.org/directory/regulations.