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O ano de 2024 demonstrou a força da comunidade científica brasileira em Materiais com o B-MRS Meeting realizado em Santos se aproximando de 1.800 participantes de áreas de ciências básicas a tecnológicas. Em torno de 60% destes foram estudantes de graduação, mestrado ou doutorado, ilustrando a importância do evento para agregar estes jovens cientistas e oportunizar a divulgação das suas pesquisas e o estabelecimento de colaborações científicas. Palestras técnicas e mesas redondas abordaram questões de gênero e estimularam a divulgação científica e o empreendedorismo.
A SBPMat tem contribuído com a divulgação de oportunidades para pesquisadores e estudantes. A divulgação dos artigos da comunidade tem ilustrado a relevância dos trabalhos científicos produzidos por membros da Sociedade.
Em 2025 desejamos reforçar e ampliar os University Chapters (UCs) da SBPMat, os quais se enfraqueceram durante e após a Pandemia. Entendemos que os UCs representam o futuro da Sociedade e podem contribuir grandemente para a formação das novas gerações de cientistas em Materiais, promovendo a inserção de novos estudantes e a divulgação científica da área. Professores e estudantes interessados em abrir um UC em sua instituição, favor entrar em contato com a Profa. Lucimara Roman (romanlucimara@gmail.com).
A organização do B-MRS Meeting de 2025 está a todo vapor. O evento será realizado de 28 de setembro a 02 de outubro em Salvador/BA. Serão 22 simpósios científicos nas mais variadas áreas de atuação em Materiais, além de palestrantes de renome internacional. Não percam a oportunidade de participar deste evento.
Desejamos a todos um excelente 2025, repleto de realizações pessoais e profissionais. Que todos possamos contribuir para o desenvolvimento científico do Brasil, para a formação das novas gerações de cientistas e estimular o empreendedorismo.
Diretoria da SBPMat
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Foi na escola pública, durante o Ensino Médio, que Ingrid David Barcelos ouviu falar pela primeira vez em vestibular. Ninguém do seu entorno, na periferia de Belo Horizonte, tinha feito faculdade, mas ela demonstrava interesse pela Física, e os professores da escola a incentivaram a se preparar para fazer um curso universitário.
Com muita dedicação aos estudos, Ingrid conseguiu passar na Universidade Federal de Minas Gerais (UFGM) e obter os diplomas de licenciada e bacharel em Física. Inicialmente, ela pensava em exercer a docência, mas, na universidade, ela conheceu a profissão de pesquisadora, na qual começou a se formar com um projeto de iniciação científica sobre nanotubos de carbono e grafeno.
Depois disso, apesar de ter tido apenas uma mulher e apenas um negro como professores na graduação, a jovem mulher negra decidiu seguir a carreira acadêmica, fazendo o mestrado e depois o doutorado, ambos com pesquisas sobre materiais bidimensionais, no prestigiado Programa de Pós-graduação em Física da UFMG. Durante o doutorado, ela passou um período no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM).
Então, começaram os prêmios. A sua tese de doutorado foi vencedora do Prêmio José Leite Lopes da Sociedade Brasileira de Física (SBF) e recebeu menção honrosa no Prêmio Capes de Tese 2016 na categoria Astronomia e Física.
Depois de dois anos de pós-doutorado na UFMG, que incluíram estágios de pesquisa na Itália, em um laboratório de Fotônica Avançada do CNR-NANOTEC, ela passou a fazer parte do time de pesquisadores do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) do CNPEM, onde atualmente, aos 38 anos, lidera o Laboratório de Amostras Microscópicas do Sirius.
Em 2021, Ingrid ganhou o Prêmio Para Mulheres na Ciência – Ciências Físicas, concedido pela L’Oréal, Unesco e Academia Brasileira de Ciências (ABC). E agora, em outubro de 2024, foi escolhida entre 13 excelentes candidatas como vencedora da primeira edição do Prêmio para Mulheres Cientistas em Início de Carreira da SBPMat.
Conheça um pouco mais desta destacada jovem cientista na entrevista que ela concedeu ao Boletim da SBPMat.
Boletim da SBPMat: O prêmio da SBPMat foi um reconhecimento à qualidade e impacto da sua produção científica dos últimos 5 anos, incluindo o trabalho que você apresentou no XXII B-MRS Meeting. Deixe algumas dicas para os membros mais jovens da nossa comunidade sobre como chegar a esses resultados.
Ingrid Barcelos: Para alcançar resultados com impacto significativo, algumas estratégias foram essenciais para mim, e acredito que podem ajudar outros jovens pesquisadores:
– A escolha do tópico é importante. Dedique-se a temas que apresentem lacunas de conhecimento ainda pouco exploradas. Para isso, estar atualizado nas publicações recentes e tendências de pesquisa é fundamental.
– Colaborações em diferentes áreas e com teóricos ampliam as perspectivas do trabalho e podem trazer novos insights que tornam a pesquisa mais rica e completa. Isso aumenta as chances de produzir artigos inovadores.
– A qualidade dos resultados depende do rigor nos métodos. Aconselho muito investir em técnicas avançadas e metodologias que tragam informações novas, tornando assim o trabalho mais relevante para a comunidade científica.
– Paciência e persistência! Publicar em revistas de alto impacto muitas vezes exige diversas revisões e até reformulações do estudo. Não desanime diante de críticas CONSTRUTIVAS, elas são oportunidades para aprimorar o trabalho e torná-lo ainda mais sólido e impactante.
Boletim da SBPMat: Fale um pouquinho sobre os trabalhos de pesquisa dos quais você se orgulha mais.
Ingrid Barcelos: O artigo do qual mais me orgulho é o meu primeiro trabalho como autora correspondente, publicado na Nature Communications em 2021. Esse marco representa um avanço pessoal e profissional importante na minha carreira, simbolizando meu crescimento como pesquisadora independente. Ele me trouxe a responsabilidade de coordenar e orientar todas as etapas da pesquisa e redação, além de fortalecer colaborações com outros pesquisadores. Esse papel foi essencial para o meu desenvolvimento em gestão científica e na consolidação de redes de colaboração.
Esse estudo investiga o comportamento de nanofitas de SnO₂, um material amplamente conhecido, empregando uma técnica experimental avançada que nos permite observar, na nanoescala, a interação das vibrações da rede cristalina com a luz, revelando fenômenos de confinamento óptico. Exploramos como essas interações podem ser ajustadas, abrindo caminho para aplicações em tecnologias optoeletrônicas em uma faixa de energia ainda pouco explorada na literatura: a região de terahertz.
Boletim da SBPMat: Quais são, para você, as situações mais gratificantes da profissão de cientista?
Ingrid Barcelos: As situações mais gratificantes para mim vão além das vivenciadas no laboratório, como as seguintes:
Os projetos de extensão me permitem ver o brilho nos olhos das alunas ao aprenderem sobre ciência e perceberem o impacto da pesquisa em suas vidas. A curiosidade delas é inspiradora e reforça a importância de tornar a ciência acessível para todos. Ser uma referência para meninas negras e inspirá-las a enxergar a ciência como uma possibilidade de carreira é extremamente gratificante. Poder mostrar a elas que têm espaço e podem prosperar no campo científico é uma motivação constante no meu trabalho e um compromisso que levo com orgulho.
Boletim da SBPMat: A partir das suas vivências, o que você acha que entidades como a SBPMat podem fazer para que mais mulheres negras possam se tornar cientistas destacadas?
Ingrid Barcelos: Acredito que entidades como a SBPMat podem desempenhar um papel fundamental na promoção de um ambiente mais inclusivo e de oportunidades igualitárias para mulheres negras na ciência. Com base nas minhas vivências, vejo algumas iniciativas que podem fazer a diferença, como promover espaços de diálogo onde mulheres negras possam compartilhar suas experiências e discutir estratégias de apoio mútuo, fortalecendo a rede de cientistas e criando um senso de pertencimento. Além disso, incentivar bolsas de estudo e financiamento exclusivos para mulheres negras em projetos de pesquisa é essencial, pois amplia as oportunidades e reduz as desigualdades, possibilitando que mais mulheres desenvolvam suas carreiras de forma independente. Ampliar a visibilidade das conquistas dessas cientistas também é importante, com prêmios, eventos e publicações que reconheçam seu trabalho, inspirando novas gerações e mostrando que o sucesso é possível. Essas ações, juntamente com políticas institucionais de inclusão, contribuem para uma ciência mais diversa e rica, onde mulheres negras possam se destacar e inspirar futuras gerações.
Boletim da SBPMat: Deixe uma mensagem para as meninas negras que estão iniciando uma carreira de cientistas no Brasil ou estão cogitando essa possibilidade.
Ingrid Barcelos: Acreditem no potencial de vocês e não deixem que ninguém limite seus sonhos! Muitas vezes é difícil encontrar exemplos que se pareçam com você na ciência, mas isso não significa que você não tem espaço aqui. Muito pelo contrário: a ciência precisa das suas perspectivas, da sua coragem e da sua determinação. Sempre que possível, cerquem-se de pessoas que apoiem o seu crescimento. A diversidade enriquece a ciência, e estarei torcendo para que cada uma de vocês alcance todo o seu potencial! Não será fácil, mas valerá a pena!

29 de setembro de 2024, domingo ensolarado e de temperatura amena. Através da fachada de vidro do Centro de Convenções Blue Med, vemos o finalzinho do estuário de Santos (SP) com seu complexo portuário, que é o maior da América Latina.
Na secretaria, aberta desde as 8h30, pessoas das mais diversas retiram seus crachás. Todas têm um interesse em comum: a Ciência e Tecnologia de Materiais. Todas vão aproveitar a rica programação da vigésima segunda edição do B-MRS Meeting, o evento científico que é realizado anualmente pela SBPMat, sempre em diferentes cidades do Brasil.
Nesta edição, que aconteceu em Santos de 29 de setembro a 3 de outubro, o evento registrou um número recorde de participantes: foram 1.777 pessoas de 36 países do mundo e 24 estados do Brasil. Pouco mais de 40% deles são professores, pesquisadores, profissionais de empresas e pós-doutorandos. E quase 60% são estudantes de graduação, mestrado ou doutorado.

“Para nós, os estudantes são a parte mais importante do evento”, disse Ivan Bechtold (UFSC), presidente da SBPMat, na cerimônia de abertura do evento, realizada no domingo a partir das 19h, frente a uma plateia de cerca de 1.250 pessoas. O cientista lembrou da sua primeira participação no encontro anual da SBPMat, em 2004, quando ainda era um doutorando. Mais tarde, ele organizou um dos simpósios do evento. Em 2019, foi coordenador geral do B-MRS Meeting. E hoje preside a sociedade.
O evento da SBPMat, de fato, proporciona a muitos estudantes brasileiros experiências muito valiosas que são próprias de conferências científicas internacionais, porém em solo nacional. Nesta edição do evento, as redes sociais se encarregaram de mostrar isso, por meio de postagens dos participantes compartilhando, por exemplo, que estavam fazendo a primeira apresentação, oral ou em pôster, ou que estavam atuando pela primeira vez como coordenadores (chairs) de uma sessão.
Além do presidente da SBPMat, a mesa de abertura do XXII B-MRS Meeting contou com os coordenadores gerais do evento (event chairs), Lucas Fugikawa Santos (professor da UNESP Rio Claro) e Laura Oliveira Peres (professora da Unifesp); o presidente da União Internacional de Sociedades de Pesquisa em Materiais (IUMRS), Osvaldo Novais de Oliveira Junior (professor do IFSC-USP), e o pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa da Unifesp, Fernando Atique. O mestre de cerimônias foi Eduard Westphal, professor da UFSC.

Na sua fala, Lucas Santos também se dirigiu aos estudantes. “Eu participei do primeiro evento da SBPMat, em 2002, quando estava no final do doutorado”, contou. “Será uma satisfação ver estudantes que estão participando desta edição sendo chairs do evento em 22 anos!”.
Ao proferir suas palavras, Atique destacou a importância do desenvolvimento de materiais para construir um mundo melhor e o seu impacto em todos os setores da economia, enquanto Oliveira Junior lembrou que a colaboração é essencial para enfrentar os desafios globais e que os cientistas têm um papel fundamental a cumprir na superação desses desafios. “Temos que trabalhar duro e juntos”, disse ele.
Depois de falar sobre o programa do evento e agradecer a participação de todos, a coordenadora Laura Peres encorajou os presentes a aproveitarem o encontro ao máximo. “Interajam com seus pares, desafiem suas ideias e explorem novos caminhos de pesquisa para que, juntos, possamos expandir os limites da Ciência de Materiais e contribuir para um futuro mais sustentável e inovador”, disse ela.

Depois de encerrados os pronunciamentos da mesa de abertura, a sala se encheu de leveza e alegria com a música “Here comes the sun“, dos Beatles. No três telões, a foto de um amanhecer e o texto “Here comes the Sunlight“. No palco, muito animada, estava a professora do IFUSP Marília Junqueira Caldas, pesquisadora na área de Física de Materiais há 45 anos, pronta para iniciar a Palestra Memorial Joaquim da Costa Ribeiro, honraria da SBPMat para pesquisadores com longa e destacada trajetória dentro da comunidade.
Na palestra, Marília transmitiu aos presentes o seu prazer pela descoberta científica impulsionada pela curiosidade. A cientista contou a história das suas principais contribuições à compreensão do comportamento de diversos semicondutores, como o silício, alguns polímeros, o grafeno e, mais recentemente, os materiais para uso em energia solar que deram o mote à palestra.
[Leia a nossa entrevista com Marília Junqueira Caldas. https://www.sbpmat.org.br/pt/cientista-em-destaque-entrevista-com-marilia-junqueira-caldas-distinguida-pela-sbpmat-com-a-palestra-memorial-joaquim-da-costa-ribeiro-2024/]
Embora o domingo ensolarado convidasse para uma agradável caminhada à beira-mar pelo famoso Jardim da Orla de Santos, mais de 280 pessoas decidiram aproveitar o dia para se capacitarem participando dos quatro minicursos pré-evento, de 3 ou 6 horas de duração, que o XXII B-MRS Meeting ofereceu, sem custo extra, aos participantes. Nessas sessões, especialistas renomados compartilharam seu conhecimento sobre síntese de nanopartículas, técnicas de microscopia (TEM, 4DSTEM) e escrita e publicação de artigos científicos.

Além disso, ao longo da semana, os participantes do evento puderam aproveitar outras sessões especiais. Na segunda-feira de manhã, a editora ACS trouxe ao B-MRS Meeting o ACS on Campus, uma sessão para aprender sobre publicação acadêmica e conhecer editores. Na terça-feira à tarde, entre as 15 e as 16, foi possível escolher entre dez palestras e mesas redondas que ocorreram em paralelo. No palco dessas sessões especiais, em vez de pesquisadores da área, houve convidados diferentes: jornalistas, empreendedores, investidores de startups, representantes de editoras científicas, especialistas do mercado de instrumentação científica… O destaque desse momento diferenciado da programação, foram as três mesas redondas com as suas animadas discussões sobre projetos bem-sucedidos de divulgação científica e extensão, sobre os desafios de ser mulher e cientista e sobre as possibilidades para cientistas que desejam ser empreendedores.
Interação e animação também estiveram presentes na área dos expositores. Nos estandes, houve atividades das mais diversas: sorteios de brindes diferenciados, demonstração de tecnologias, competições e desafios. Foram 36 expositores nesta edição do evento, entre empresas de instrumentação e insumos para a pesquisa, centros de pesquisa, startups e editoras científicas.

Entre a segunda e a quinta-feira, 1.732 trabalhos de pesquisa foram efetivamente apresentados dentro dos 29 simpósios temáticos que compuseram o evento. Para que isso fosse possível, cerca de cem pesquisadores de 17 países atuaram como organizadores desses simpósios. Sob a coordenação dos chairs do evento, Laura e Lucas, esses cientistas conduziram a organização de seus simpósios em todas as fases, desde a submissão da proposta, no final do ano passado, até a seleção dos melhores trabalhos, no último dia do evento.
Essa participação da comunidade internacional na organização dos simpósios do evento da SBPMat garante, uma e outra vez, a desejada variedade, atualidade e representatividade temática e geográfica. De fato, os simpósios desta edição abordaram os mais diversos tipos de materiais: bidimensionais e tridimensionais, cerâmicas e polímeros eletrônicos, ligas de alta entropia, materiais inteligentes e sustentáveis, entre muitos outros. Em mais de 500 apresentações orais e cerca de 1.200 pôsteres, os participantes apresentaram e discutiram avanços recentes no design, síntese, produção e caracterização desses materiais, bem como as suas aplicações em áreas tão variadas e importantes como a de saúde, energia renovável, agricultura, remediação ambiental, eletrônica e patrimônio cultural.
“Tivemos o privilégio de receber renomados pesquisadores internacionais que fizeram palestras inspiradoras sobre os últimos avanços e oportunidades no campo da Eletrônica Orgânica”, diz o pesquisador Rafael Furlan de Oliveira, do LNNano – CNPEM, que foi um dos organizadores do simpósio sobre materiais condutores orgânicos e suas aplicações em Eletrônica, Fotônica e Bioeletrônica. “As contribuições de pesquisadores e estudantes brasileiros foram igualmente impressionantes, demonstrando a criatividade, resiliência e excelência científica da nossa comunidade”, completa.

Nas sessões orais, realizadas em até 12 salas simultâneas do centro de convenções, sucederam-se apresentações de 12 minutos (e 25 para os palestrantes convidados), seguidas de alguns minutos para as perguntas do público. “Cada apresentação do simpósio foi seguida por discussões animadas, refletindo o interesse significativo no campo específico, mas promissor, com vasto potencial de aplicação, do nosso simpósio”, conta Frank Alain Nüesch, um dos organizadores do simpósio sobre materiais orgânicos que absorvem e emitem radiação no infravermelho próximo. Nüesch é pesquisador da Empa, instituição suíça dedicada à ciência e tecnologia de materiais avançados.

O foco temático dos simpósios, presente desde a primeira edição do evento da SBPMat, permite reunir pessoas com diferentes formações que estão abordando assuntos muito parecidos a partir de perspectivas diversas, criando um ambiente propício a colaborações. “A sala estava lotada, com os participantes envolvidos em discussões animadas com os apresentadores, o que contribuiu para o alto padrão científico do simpósio. Além disso, ficou evidente que houve um grau notável de interação entre pesquisadores com relação a potenciais esforços colaborativos futuros e à formulação de novos projetos de pesquisa”, relata João Coelho (Universidad de Sevilla, Espanha) enquanto coorganizador do simpósio sobre desenvolvimento sustentável da Eletrônica Impressa.
As discussões científicas também fervilharam nas três sessões de pôster do evento, realizadas sempre no final da tarde no andar térreo. Dada a grande quantidade de pôsteres (cerca de 400 por sessão), as pessoas que se aproximavam da área e percorriam os corredores da exibição podiam experimentar a transformação de um forte barulho ininteligível em interessantes conversas e encontros motivadores.

No XXII B-MRS Meeting, não faltaram oportunidades de confraternização para todos os gostos.
O tradicional coquetel de boas-vindas, aberto a todos os participantes do evento sem custo extra, foi realizado no domingo à noite no próprio centro de convenções, propiciando os primeiros reencontros do evento em clima de comemoração, com gostosos comes e bebes.
Durante a semana, coffee breaks matutinos e vespertinos foram servidos na área dos estandes. Além de repor energias e injetar cafeína para encarar as sessões seguintes, esses intervalos foram momentos muito importantes para a interação entre os pesquisadores e com os expositores.
Além disso, na terça-feira à noite ocorreu a Conference Party, outra tradição bem-sucedida dos eventos da SBPMat. A festa foi realizada no Arena Clube, uma das principais casas noturnas de Santos. Com rock e pop de diversas décadas e países, o DJ agradou as várias gerações e tribos presentes no local, que puderam se divertir dançando em grupos de amigos.
Ao longo dos dias seguintes, na sala principal do centro de convenções, com centenas de pessoas na plateia, seis palestras plenárias foram proferidas por cientistas renomados do Brasil, Estados Unidos, Itália, Polônia e Singapura.
Na segunda-feira de manhã, abrindo o programa científico, Thomas Randall Lee apresentou de uma forma didática e amena os resultados obtidos por seu grupo de pesquisa da Universidade de Houston (EUA) na fabricação e caracterização de nanopartículas de diversos formatos (como estrelas, cubos e esferas) com interessantes propriedades fotônicas e magnéticas. “Randy”, como é chamado este cientista que já participou de várias edições do evento da SBPMat, falou também sobre as aplicações dessas nanoestruturas na geração de energia limpa e como sensores na área de medicina.

A segunda plenária correspondeu ao Prêmio José Arana Varela, concedido anualmente pela SBPMat a um pesquisador de destaque na área de Materiais no Brasil. Neste ano, a distinção foi outorgada a Bluma Guenther Soares, professora da UFRJ e pesquisadora do IMA, em reconhecimento à dimensão e qualidade da sua produção científica e do seu trabalho de formação de pesquisadores. Na palestra, a homenageada abordou uma parte do seu variado leque de trabalhos de impacto na área de materiais orgânicos: o uso de líquidos iônicos como aditivos em nanocompósitos poliméricos condutores.
[Leia a nossa entrevista com Bluma Guenther Soares.]
“Semicondutores em garrafas” que podem ser usados na fabricação de eletrônicos flexíveis foram o assunto da terceira plenária, proferida pelo professor Wojciech Pisula, da Universidade Tecnológica de Lodz (Polônia). Nesses materiais, filmes semicondutores são formados a partir de soluções por meio de processos de auto-organização das suas moléculas. O plenarista, que é autor de vários artigos sobre o assunto destacados em capas de revistas renomadas, mostrou que compreender e controlar esse processo é crucial para conseguir alto desempenho em dispositivos eletrônicos.

Na quarta plenária do evento, Federico Rosei, da Universidade de Trieste (Itália) cativou o público com a sua oratória. O cientista lembrou que o Sol envia em uma hora mais energia do que o planeta Terra consome em um ano, e que, por outro lado, tem um a dois bilhões de pessoas que ainda não têm acesso à eletricidade. Contudo, a conversão de energia do Sol em eletricidade está longe de ser sustentável. Os dispositivos desenvolvidos até o momento utilizam materiais baseados em fósseis, ou em elementos tóxicos ou escassos, além de serem difíceis de se reciclar. O cientista italiano, que até pouco tempo atuava na Universidade do Quebec (Canadá), estuda, justamente, materiais que possam ser usados para gerar dispositivos fotovoltaicos mais sustentáveis. Mas a sua visão não é otimista. De acordo com ele, para conseguir um desenvolvimento realmente sustentável, o que o ser humano precisa é mudar o seu padrão de consumo.
A quinta palestra plenária demonstrou o potencial do papel, um material sustentável, como substrato de sensores eletroquímicos de alto desempenho que podem ser usados para detectar substâncias como pesticidas, toxina botulínica ou gás mostarda. A cientista Fabiana Arduini, da Universidade de Roma Tor Vergata (Itália) mostrou o trabalho de pesquisa e desenvolvimento que seu grupo vem realizando até conseguir produzir pequenos dispositivos que, usando apenas eletrodos impressos sobre papel, podem substituir um laboratório completo.
A última plenária do evento foi proferida por um destacado pesquisador e inventor da área de baterias, Rachid Yazami. Em 1980, o cientista criou o ânodo de grafite que hoje é usado junto ao cátodo de lítio nas baterias que hoje predominam em quase todas as aplicações, de eletrônicos portáteis a carros elétricos. Em 2011, Yazami fundou a KVI, empresa localizada em Singapura que desenvolve, fabrica e exporta baterias. Na palestra, o cientista mostrou como está trabalhando para melhorar a velocidade de carregamento, segurança e vida útil das baterias de lítio por meio da voltametria não linear. Depois de mostrar um mapa do Brasil mostrando que quase todos os elementos necessários para fabricar baterias estão presentes no país, ele expressou o seu desejo de ver uma gigafábrica de baterias instalada aqui e muitos jovens pesquisadores brasileiros atuando nessa área.

Na quinta-feira, por volta das 11h15, a sala estava lotada para prestigiar a última sessão do evento, a cerimônia de encerramento e de premiação. Emocionada, a chair Laura apresentou os números do evento, comemorou o recorde de participantes e agradeceu aos participantes, organizadores de simpósio, plenaristas e palestrantes convidados, expositores, equipe e diretores da SBPMat, comitês local e de programa e voluntários, que, em conjunto, fizeram possível a realização do evento.
Por sua vez, o chair Lucas contou que, para ele, organizar o evento foi uma forma de agradecer à SBPMat tudo que a sociedade lhe deu ao longo da carreira. Ele compartilhou que, ao aceitar o desafio, teve que deixar de lado inseguranças e pensar no dever; ele simplesmente tinha que fazê-lo, pois alguém tem que fazê-lo. “Este evento é muito importante para motivar a próxima geração de cientistas”, disse ele.
A palavra passou então para os coordenadores do próximo B-MRS Meeting: Luiza Amim Mercante (UFBA) e Daniel Souza Corrêa (Embrapa Instrumentação), a dupla mais jovem a aceitar o desafio até o momento. Os chairs mostraram rapidamente a sede do evento, a cidade de Salvador (BA), com sua indiscutível riqueza cultural e natural, e o local do encontro, que será o Centro de Convenções Salvador, um impactante prédio à beira-mar. Além disso, os coordenadores anunciaram os palestrantes das 6 plenárias e da palestra memorial do evento e o lançamento da chamada de simpósios, que está aberta até 4 de novembro.
[Acesse o site do XXIII B-MRS Meeting.]
[Acesse a chamada de simpósios.]
Encerrando os pronunciamentos da mesa, o presidente da SBPMat reforçou a importância do evento para manter unida a comunidade e anunciou o local do B-MRS Meeting de 2026, a cidade de Curitiba (PR), e seus coordenadores, Gregório Faria, do IFSC-USP, e Paula Rodrigues, da UTFPR.

Finalmente, chegou o esperado momento da revelação dos vencedores dos prêmios aos melhores trabalhos do evento. Representando a comissão de premiação, a professora Iêda Maria Garcia dos Santos, diretora financeira da SBPMat, falou com orgulho que a sociedade estava outorgando pela primeira vez uma distinção exclusiva para mulheres, o Prêmio SBPMat para Mulheres Cientistas em Início de Carreira. Patrocinado neste ano pela revista Electronic Materials (MDPI), o prêmio distingue a autora da melhor apresentação oral do evento, considerando, além do trabalho apresentado, a sua produção científica anterior. A vencedora deste ano foi Ingrid David Barcelos, pesquisadora do CNPEM. Contudo, a comissão do prêmio, composta pelas diretoras científicas da SBPMat Ingrid Weber (UnB) e Lucimara Stolz Roman (UFPR), outorgou também menções honrosas a Janaína Artem Ataide (Unicamp) e Ingrid Rodríguez Gutierrez (UFABC e CNPEM).
[Leia a nossa entrevista com Ingrid Barcelos.]

Por último, entre salvas de palmas, foram anunciados os vencedores dos prêmios para estudantes. Quarenta e um prêmios Bernhard Gross foram entregues ao melhor oral e melhor pôster de cada simpósio. A lista dos vencedores mostrou um bom nível de representatividade de gênero (23 do sexo masculino e 18 do feminino) e geográfica (instituições das 5 regiões brasileiras, além de Alemanha, Canadá e Itália), além da presença de 11 estudantes de graduação, destacando-se no início da sua formação científica. Entre esses vencedores do prêmio da SBPMat, seis trabalhos foram escolhidos como os melhores para receber prêmios em dinheiro da editora científica ACS Publications e outros seis receberam prêmios de revistas da Royal Society of Chemistry.
[Saiba mais sobre os critérios usados na seleção dos vencedores.]
[Veja a lista de todos os vencedores de 2024.]
E dessa forma, com os estudantes premiados no palco posando com seus certificados para a foto do grupo, a vigésima segunda edição do evento da SBPMat chegou ao fim.
Até Salvador!
[Todas as fotos realizadas pelo fotógrafo oficial do XXII B-MRS Meeting podem ser acessadas e baixadas nas pastas compartilhadas aqui.]
Rio de Janeiro, 23 de outubro de 2024.
A Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais (SBPMat), vem expressar extrema preocupação com as últimas notícias acerca da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), particularmente quanto à possível exoneração do Professor Jerson Lima da Silva da presidência da fundação.
O Professor Jerson Lima é um renomado pesquisador com uma carreira de destaque nacional e internacional na área de bioquímica e biologia molecular. Membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia Nacional de Medicina, além de professor titular da UFRJ. A partir de sua atuação como presidente da FAPERJ e de sua capacidade de articulação entre diferentes agentes no cenário nacional, ele tem dado importante contribuição para o desenvolvimento científico do país. Sua exoneração causa preocupação a toda a comunidade científica brasileira visto que sua gestão foi marcada por um comprometimento inegável com o fortalecimento da ciência, tecnologia e inovação não somente no Estado do Rio de Janeiro, mas no Brasil.
A manutenção de um pesquisador de excelência como presidente da FAPERJ é fundamental para garantir o sucesso desta importante instituição como instrumento de desenvolvimento social e econômico do nosso Estado. Deste modo, a ocupação de cargo com tamanha importância por motivos que não estejam diretamente ligados à promoção do conhecimento, da ciência e tecnologia, e compromisso com a inovação, não é aceitável.
Ivan H Bechtold
Presidente da Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais – SBPMat
Está aberta a chamada de simpósios temáticos, como parte da programação do XXIII B-MRS Meeting. O encontro ocorrerá no Centro de Convenções Salvador, em Salvador, Bahia, de 28 de setembro a 2 de outubro de 2025. Os coordenadores gerais do evento são Luiza Amim Mercante (UFBA) e Daniel Souza Corrêa (Embrapa Instrumentação).
As propostas devem ser submetidas por pesquisadores com título de doutor até 4 de novembro de 2024, por meio do formulário disponível em https://sbpmat.org.br/proposed_symposium/.
O comitê de programa do XXIII B-MRS Meeting avaliará as propostas. A lista preliminar com os simpósios aprovados estará disponível em 29 de novembro de 2024.
Devido ao crescente interesse em participar dos encontros da SBPMat, o número de propostas submetidas supera em muito os simpósios que podem ser acomodados no programa científico. O comitê de programa, portanto, dará prioridade às propostas de interesse excepcional para a comunidade de ciência dos materiais.
Cada simpósio receberá quatro (4) isenções de taxa de inscrição. Além disso, para cada 100 resumos enviados, o simpósio receberá uma (1) isenção adicional.
Recomendamos uma rotatividade de pelo menos dois dos coorganizadores no caso de simpósios de edições anteriores. Um grupo internacional diversificado de quatro (4) coorganizadores, com igualdade de gênero, é considerado a melhor escolha. Incluir pesquisa interdisciplinar e envolvimento industrial é altamente encorajado para os simpósios. Além disso, sugerimos cautela com excesso de palestrantes convidados, de modo que nas sessões orais haja disponibilidade para apresentações de membros de nossa comunidade. Da mesma forma, o equilíbrio em questão de gênero e região geográfica dos palestrantes convidados é fortemente encorajado.
B-MRS Early Career Woman Scientist Prize
(It recognizes the best work presented within the oral sessions of the B-MRS Meeting symposia by a woman with a PhD degree at the beginning of her scientific career. Sponsored by the journal Electronic Materials (MDPI))
Winner: Ingrid David Barcelos.
Honorable mentions: Janaína Artem Ataide and Ingrid Rodríguez Gutierrez.
Bernhard Gross Student Awards
(Established by B-MRS in honor of Bernhard Gross, a pioneer of Brazilian materials research. It distinguishes the best oral and poster contributions presented by students in each symposium)
Symposium AC01 – Poster – Crivian Pelisser. Understanding the interactions is ZIF-8 with Solvents: Implications for stability.
Symposium AC01 – Oral – Guilherme Boenny Strapasson. Shedding light on oxygen vacancy-induced phase transformations of Ti-FeOx Using total X-ray scattering.
Symposium AC03 – Poster – Maria Gabriella Detone Guaita. Influence of co-solvent and methylammonium chloride additive on low-dimensional perovskites for solar cells.
Symposium AC03 – Oral – Francisco Mateus Cirilo da Silva. X-ray Dose Effects and Strategies to Mitigate Beam Damage in Metal Halide Perovskites under High Brilliance X-ray Photon Sources.
Symposium AC04 – Poster – Henrique Ferreira dos Santos. Materials Informatics for ultra-wide bandgap design: A study of 1D perovskites of the Jakobssonite family.
Symposium AC04 – Oral – Caroline Binde Stoco. Genetic Algorithm integrated with Machine Learning for high toughness High-Entropy Alloy design.
Symposium AC06 – Poster – Heloisa Helena Pereira Silva. Growth of thin film of CuZr metallic glass by sputtering.
Symposium AC06 – Oral – Alisson Ceccatto dos Santos. Engineering two-dimensional nanoporous networks selected by metal and nonmetal adatom coordination.
Symposium AC07 – Poster – Aline Borges de Andrade. Effect of metallic oxide nanoparticles on corrosion in 1020 steel.
Symposium AC07 – Oral – Astrid Yáñez-Hernández. Tailoring Hydrogenated Amorphous Carbon-based Coatings Deposited by PECVD for Improving Adhesion on PDMS for Medical Applications.
Symposium BS01 – Poster – João Paulo dos Santos Prado. A new biomaterial developed from a marine compound for use in bone tissue engineering.
Symposium BS01 – Oral – Laura Ordonho Libero. Cytotoxicity and modulation of cell death in fibroblasts caused by Ag2WO4 dose and morphology-dependent.
Symposium BS02 – Poster – Letícia Cerqueira Vasconcelos. Development of luminescent nanoparticles based on Nd3+ and Yb3+ for use as nanothermometers in biological systems.
Symposium BS02 – Oral – Cleber Gomes de Jesus. Urease nanoflowers in conjugated polymers as think films: an alternative approach for biosensor.
Symposium BS03 – Poster – Vinícius Pereira Pinto. Study of Laser-Induced Ablation of Polymethyl methacrylate (PMMA) for Ophthalmic Applications.
Symposium BS03 – Oral – Érica Mendes dos Santos. Formulation with coffee pulp extract for wound healing.
Symposium BS04 – Poster – Diego Beltrame Pereira. Synthesis of bio-based polyurethanes using cellulose and lignin as polyols with simultaneous film formation: incorporation of SiO2 nanoparticles for antibacterial properties.
Symposium BS04 – Oral – Maria Clara dos Santos Oliveira. Combining and concentrating nanocelluloses for cryogels with remarkable strength and wet resilience.
Symposium BS05 – Poster – Rodrigo Borges Rhinow. SANS data analysis of poloxamer-based drug delivery systems.
Symposium BS05 – Oral – Andrea Delledonne. Polymeric unimer micelles as nanocarriers of organic fluorophores for bioimaging applications.
Symposium EP03 – Poster – Talles Benites. OUT OF EQUILIBRIUM VORTEX DINAMYCS: interaction of vortices with triangular defects and transport currents.
Symposium EP03 – Oral – João Felipe Pierdoná Antoniolli. Superionic conductor glass-ceramics for ionic selectivity of alkaline metals.
Symposium EP05 – Poster – Milton Alexandre Cardoso. Cathodic Performance of Polyaniline-Based Hybrid Materials in Biofuel Cells.
Symposium EP05 – Oral – Júlia Ketzer Majewski. Water Based Inks for Active Layers in Organic Photovoltaics.
Symposium EP06 – Oral – Gabrielle Coelho Lelis. Exploiting the Synergy Between Molecularly Imprinted Polymers, Electrolytic Transistors, and Machine Learning Towards Sensing of Small Analyte Molecules.
Symposium EP07 – Poster – Eduardo Oliveira Ghezzi. Synthesis and characterization of glasses and fiber for ultrassensive magneto-optical sensors.
Symposium EP07 – Oral – Guilherme Conceição Concas. Control of the photoluminescence quantum-yield of gold organometallic nanocomposites by pulsed laser driven CO2 reduction reaction.
Symposium FM01 – Poster – Gabriel Menegolo de Castro Meira. Analyzing the quality of our drinking water: by examining the presence of total coliforms and e. coli.
Symposium FM02 – Oral – Agnes Candido Teixeira. Siloxane-polyether nanocomposites with iron oxide nanoparticles for future applications as magneto-responsive drug delivery systems.
Symposium FM03 – Poster – Guilherme Cardeal Stumpf. Characterization of different carbide distribution for a CrCoNi alloy.
Symposium FM03 – Oral – Vinicius Pereira Bacurau. Detection of chemical short range ordering through thermal analysis in the equiatomic CrCoNi alloy.
Symposium FM04 – Poster – Iara de Lacerda Pataca. Synthesis and characterization of jacutingaite (Pt2HgSe3): exploring solid-state reactions.
Symposium FM04 – Oral – Rafael Reis Barreto. Evidence of Thickness-dependent Surface Induced Ferroelectricity in Few-layer Germanium Sulfide obtained via Scanning Tunneling Spectroscopy.
Symposium FM05 – Oral – Jéssica Menezes de Mélo Luzardo. Processing of Biomass from Agricultural Waste for Production of Graphene Nanoplatelets for Soil Fertilization.
Symposium FM06 – Poster – Paula Fabiola Pantoja Pinheiro. Characterization of Arc Welding Coating of Metal Matrix Nanocomposite based on CNTs/Ti6Al4V/CaF2.
Symposium SS02 – Poster – Karolayne Emanuelly Gomes Xavier. Study of sugarcane biochar synthesis towards a recyclable waste application.
Symposium SS02 – Oral – Pedro Sales Toro Alonso. Scalable methods to isolate cellulose nanofibers from sugarcane bagasse.
Symposium SS03 – Poster – Jessica Gil Londoño. Al2W3O12 from the low-positive thermal expansion ceramic to an efficient photocatalyst under low-power visible light.
Symposium SS03 – Oral – Leonardo Shoji Aota. Grain boundary-controlled lithiation of Li-solid solution systems for lithium metal batteries.
Symposium SS04 – Poster – Lucas Silva Ricci. Effect of CTAB addition on Ni/CeO2 vacancy aiming CO2 catalytic methanation.
Symposium SS04 – Oral – Adervando Sebastião da Silva. The effect of Sn3+ centres on SrSnO3’s photocatalytic activity: An EPR study.
ACS Publications Student Prizes
(Sponsored by journals of ACS Publications, a division of the American Chemical Society. Prizes for the best student contributions of all the event)
Symposium EP07 – Poster – Eduardo Oliveira Ghezzi. Synthesis and characterization of glasses and fiber for ultrassensive magneto-optical sensors.
Symposium SS03 – Poster – Jessica Gil Londoño. Al2W3O12 from the low-positive thermal expansion ceramic to an efficient photocatalyst under low-power visible light.
Symposium AC06 – Poster – Heloisa Helena Pereira Silva. Study of thin film of CuZr metallic glass by electron pair distribution function.
Symposium AC03 – Oral – Francisco Mateus Cirilo da Silva. X-ray Dose Effects and Strategies to Mitigate Beam Damage in Metal Halide Perovskites under High Brilliance X-ray Photon Sources.
Symposium FM03 – Oral – Vinicius Pereira Bacurau. Detection of chemical short range ordering through thermal analysis in the equiatomic CrCoNi alloy.
Symposium EP06 – Oral – Gabrielle Coelho Lelis. Exploiting the Synergy Between Molecularly Imprinted Polymers, Electrolytic Transistors, and Machine Learning Towards Sensing of Small Analyte Molecules.
RSC Student Prizes
(Sponsored by journals of the Royal Society of Chemistry. Prizes for the best student contributions of all the event)
Symposium BS01 – Poster – João Paulo dos Santos Prado. A new biomaterial developed from a marine compound for use in bone tissue engineering.
Symposium BS03 – Poster – Vinícius Pereira Pinto. Study of Laser-Induced Ablation of Polymethyl methacrylate (PMMA) for Ophthalmic Applications.
Symposium AC03 – Poster – Maria Gabriella Detone Guaita. Influence of co-solvent and methylammonium chloride additive on low-dimensional perovskites for solar cells.
Symposium BS01 – Oral – Laura Ordonho Libero. Cytotoxicity and modulation of cell death in fibroblasts caused by Ag2WO4 dose and morphology-dependent.
Symposium FM04 – Oral – Rafael Reis Barreto. Evidence of Thickness-dependent Surface Induced Ferroelectricity in Few-layer Germanium Sulfide obtained via Scanning Tunneling Spectroscopy.
Symposium SS02 – Oral – Pedro Sales Toro Alonso. Scalable methods to isolate cellulose nanofibers from sugarcane bagasse.
Quando, em 1970, Marília Junqueira Caldas começou a trabalhar com informática, o uso de computadores era incipiente no Brasil, inclusive nas universidades. Contudo, a partir de então, as ferramentas computacionais acompanharam constantemente a pesquisadora na sua trajetória de descobertas científicas.
Naquele momento, Marília era aluna do curso de graduação em Física da Universidade de São Paulo (USP), onde ingressara em 1968. Ela se formou em 1974 e, no ano seguinte, começou o mestrado em Física na mesma instituição. Obteve o diploma de mestre em 1978 com uma dissertação que envolveu modelagem matemática aplicada à Oceanografia. No mesmo ano, ingressou no doutorado em Física, também na USP. Em 1981, defendeu a sua tese em Física de Materiais, área na qual atua até hoje, tendo feito uma série de contribuições de impacto em materiais como silício, polímeros condutores, grafeno e estruturas híbridas.
Entre 1983 e 1984, ela fez pós-doutorado no Solar Energy Research Institute (SERI), nos Estados Unidos. De volta no Brasil, ela se tornou professora do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) da Unicamp. Em 1986, voltou à alma mater, enquanto professora do Instituto de Física da USP (IFUSP) no Departamento de Mecânica e Física de Materiais.
Ao longo da década de 1990, a cientista atuou na direção e administração do Centro de Computação Eletrônica do IFUSP. Em 2000 tornou-se professora titular da USP. De 2010 a 2014, desempenhou-se como chefe de departamento.
Hoje com 74 anos, Marília continua lecionando na USP. A partir da sua iminente aposentadoria, ela se dedicará totalmente a continuar as pesquisas que vem realizando em materiais semicondutores orgânicos e inorgânicos com aplicação em dispositivos que interagem com a luz.
Com mais de 100 artigos científicos publicados em periódicos internacionais e 23 orientações de trabalhos de mestrado e doutorado realizadas, Marília Caldas é bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq no nível Pesquisador Sênior.
Na abertura do XXII B-MRS Meeting, no dia 29 de setembro deste ano, ela vai proferir a Palestra Memorial Joaquim da Costa Ribeiro, honraria outorgada anualmente pela SBPMat a pesquisadores e pesquisadoras seniores com destacada trajetória dentro da comunidade de pesquisa em Materiais.
Saiba mais sobre esta destacada cientista nesta entrevista que ela concedeu ao Boletim da SBPMat.
Boletim da SBPMat: Conte-nos como se tornou uma cientista.
Marília Junqueira Caldas: Matemática foi sempre um grande atrativo para mim, iniciando como brincadeira quando criança, e continuando sempre na adolescência – inicialmente tocando a geometria e a beleza das formas, suas aparições na natureza, seus movimentos, e assim por diante. Meu pai era arquiteto e no início eu pensava em ser também. Durante o colegial – que escolhi, como se chamava na época, o “científico” – tive aulas de Física com a Profa. “Dona” Célia, brilhante e motivadora como poucos! Minhas colegas também se lembram da Dona Célia, e foi mesmo ela, em suas aulas, quem me impulsionou a prestar o vestibular de Física (ao mesmo tempo que o de Arquitetura!). Só para completar, no científico com nossa professora, o livro texto adotado era o do Halliday, que depois eu encontrei nos primeiros anos do IFUSP!
Durante a graduação, logo depois daqueles “anos de chumbo” 1968-69, em 1970 iniciei minha vida no ambiente computacional. Isso se deu pela existência no IF do acelerador de partículas (Pelletron) de Física Nuclear que precisava e implantou o Setor de Matemática Aplicada (SEMA), ou seja, um setor de análise de dados adquiridos pelo acelerador e que deveriam ser “traduzidos”. Sob a orientação do Prof. Claudio Mammana iniciei minha vida na informática, inicialmente para o atendimento de usuários o que, mais tarde, me levou a ser uma usuária. Fui introduzida à análise de dados, ao sistema FORTRAN de programação, e assim por diante, de forma que no prosseguir da vida acadêmica continuei a utilizar os recursos computacionais para obter resultados para os problemas que despertam minha curiosidade. Outro fator muito importante foi poder frequentar a biblioteca do IFUSP, uma vez que à época era o local de chegada de novidades científicas pelas revistas internacionais.
Quanto aos tópicos de interesse, eram muitos, em diferentes direções da Física. Ingressei em laboratórios experimentais, e finalmente, no início do Mestrado, passei ao mar, às correntes marítimas, como se desenvolvem e como prosseguem – área da Dinâmica dos Fluidos que nos encanta e nos amedronta, principalmente se, como eu, estava muitas vezes perto do mar desde a infância. Assim, durante o Mestrado pude ir ao oceano (Navio Oceanográfico Prof. Wladimir Besnard) para coletar amostras de “água do mar”, experiência inigualável. Quanto à dissertação especificamente, sob orientação do Prof. Luiz Brunner de Miranda, trabalhei em análise de dados de corrente coletados para entender o fluxo de corrente no nosso litoral. Nessa pesquisa já veio meu interesse pela vida marinha, e suas dependências da química e da fotoquímica do mar, do oceano, e me dirigiu ao estudo de moléculas etc.
Assim, já em outro grupo agora no IF, passei incialmente ao estudo experimental de microamostras de várias origens através de cromatografia de gás, e no continuar retomei minha característica matemática-computacional e me dirigi à mecânica quântica de sólidos de meu interesse e de interesse global à época, especificamente, semicondutores como o silício (Si) e o efeito da presença infinitésima de outros átomos, elementos, no seu “corpo”, o que é chamado de defeitos em semicondutores. É interessante notar que o nome “defeito” é estranho, pois são eles que dotam o semicondutor da propriedade que desejamos, como por exemplo fotoatividade. No meu caso dirigi-me ao Grupo de Estrutura Eletrônica de Materiais, no Departamento de Física dos Materiais e Mecânica, onde fiz meu doutorado sob a orientação do Prof. José Roberto Leite, infelizmente já falecido.
Passo assim à minha atividade no doutoramento, que focalizou estados de “defeitos” em Si, mas que era feito em um grupo que investigava várias famílias de semicondutores tetraédricos, e principalmente me introduziu ao uso de cálculos de estrutura eletrônica, extremamente importantes para o desenvolvimento mundial de toda a ciência de dispositivos eletrônicos e optoeletrônicos.
Boletim da SBPMat: Pense nas descobertas científicas que fez ao longo da sua carreira e descreva brevemente aquelas que você considera mais relevantes ou interessantes.
Marília Junqueira Caldas: Nossa primeira descoberta bastante impactante para toda a comunidade de semicondutores trata-se de uma impureza em Si, a substituição de um átomo do cristal por um átomo de oxigênio (O). Sendo o número de elétrons de valência do O igual ao do Si com mais 2 elétrons extra, pensava-se que agiria como um doador duplo, tal como para as impurezas isovalentes enxofre (S) e selênio (Se), com maior condutividade que o semicondutor puro, porém nosso estudo mostrou que no caso do O ocorre uma reorganização estrutural na localização do defeito, acoplamento elétron-fônon, o que na realidade introduz um estado aceitador (captura elétrons) no gap do Si. Assim, a criação de um estado condutor foi descartada, e o resultado foi associado a um defeito etiquetado naquela época (final dos anos 70, início 80) como centro-A em Si, que extrai os elétrons condutores do sistema. Esse trabalho foi parte de meu doutorado, e foi realizado com o que havia na época para cálculos de primeiros princípios realistas. Como era comum, meu trabalho ficou amplamente conhecido por colegas pela apresentação em conferência internacional e, apesar de ser pouco citado (pelas medidas de hoje), o resultado agora está no conhecimento de base para dispositivos de Si [Caldas et al. 1980]. Continuo até hoje investigando defeitos em vários diferentes semicondutores [Atambo et al. 2019]. Em outra vertente, após meu doutoramento passei a me interessar pelos semicondutores orgânicos, e ressalto aqui nosso trabalho no final dos anos 80 sobre a Polianilina (PANI), um polímero que gerava controvérsia na comunidade, pois era considerado isolante, ou semicondutor de gap alto, mesmo com dopagem, porém experimentalmente se via o comportamento de semicondutor do tipo p com ótima condutividade. Mostramos que essa propriedade muito interessante vem diretamente da desordem inerente aos sistemas poliméricos, o que causou bastante impacto na comunidade. Nesse caso utilizamos métodos empíricos e semiempíricos que nos permitiram acessar sistemas muito extensos [Galvão et al. 1989]. Continuei trabalhando em sistemas poliméricos, passando aos condutores poliparafenileno (PPP) e poliparafenileno de vinila (PPV), agora já em colaboração com a Universidade de Modena, visando propriedades eletrônicas e passando a propriedades óticas, aplicando majoritariamente funcionais de primeiros princípios [Ferretti et al. 2003]. Penso que nossa contribuição ao entendimento do comportamento desses sistemas foi impactante na comunidade. Em outra vertente muito comum agora, me interessei e trabalhamos em sistemas bidimensionais como o grafeno e variantes, com defeitos ou outros componentes atômicos, área em que também continuo trabalhando [Valência e Caldas 2017, Bonacci et al. 2022]. Em outra visão, me dirigi aos sistemas de interação orgânico/inorgânico, como por exemplo politiofeno (PT) ou oligotiofenos e superfícies óxidas, e assim por diante, onde ainda prossigo dada a importância para a montagem de dispositivos. Nestes últimos dez anos (ou mais) tenho me concentrado principalmente em dispositivos para conversão de energia solar, ou seja, dispositivos fotovoltaicos, pela necessidade mundial de energia limpa, que será cada vez maior. Como último comentário, devo dizer que muito importante foi a criação dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia INCTs, dos quais faço parte desde o início através do IMMP (Instituto Multidisciplinar de Materiais Poliméricos) que é agora INEO (Instituto Nacional de Eletrônica Orgânica). A colaboração e interação entre pesquisadores do Brasil foi ampliada e motivada através dessa grande iniciativa dos INCTs, que no meu caso foi importantíssima pela interação com o lado experimental.
Boletim da SBPMat: Do ponto de vista da formação de pesquisadores, criação de laboratórios, divulgação científica e demais aspectos da carreira de pesquisador, quais são as suas realizações que tiveram mais impacto ou lhe deram mais satisfação?
Marília Junqueira Caldas: É difícil a escolha, mas provavelmente o que me trouxe mais satisfação foi, durante meu trabalho como Coordenadora do Centro de Computação Eletrônica da USP (CCE), a criação e colocação em função do Programa Pró-Aluno, que trouxe aos estudantes da nossa universidade a possiblidade de trabalhar diretamente com microcomputadores o que, à época, era muito difícil e somente possível para jovens de família de alta renda. Essa realização não entra nas “categorias” acima mencionadas, porém a administração de uma universidade é importantíssima para a efetividade e continuidade dos progressos da humanidade. No CCE me dediquei à montagem da rede USPnet, à ampliação e reforço de qualidade dos computadores de alto desempenho disponíveis para atividades de pesquisa, e como já frisei, à disponibilidade para estudantes de acesso à computação. Quanto ao meu trabalho de pesquisa, a interação com pesquisadores brasileiros fora do meu instituto, seja no estado de São Paulo, em outros estados do Brasil, ou no exterior, sempre foi um estímulo importantíssimo para a continuidade da minha atividade de pesquisa. Finalmente, saber que ajudei a formar, pela atividade de orientação, pesquisadores de alta qualidade, é o meu retorno mais alto.
Boletim da SBPMat: Na sua profissão de docente e pesquisadora, você encontrou muitas dificuldades relacionadas ao fato de ser mulher?
Marília Junqueira Caldas: Como em qualquer profissão essas dificuldades existem, talvez – assim espero – agora menos do que na minha época. Devo dizer que devido à minha família tive menos problemas que o usual, já que minha avó materna era uma ativista antirracismo e antimachismo, sempre aplaudida pelo meu avô; meus pais eram extremamente fortes nessas direções e me incentivaram sempre. Já no trabalho na comunidade científica enfrentei problemas, como era comum, porém meu orientador Prof. José Roberto Leite sempre teve um posicionamento positivo e antimachista quanto à formação de alunas e reforçou nossas atividades, inclusive de pós-doutoramento em outras instituições, de forma exemplar. Quanto ao problema que ainda me recordo como mais emblemático, foi quando pedi recursos a uma agência de fomento do Brasil para fazer minha fase de pós-doutoramento no exterior, e um esforço maior que o normal foi necessário – mas me foi concedida a bolsa. Devo ainda ressaltar que, conforme orientação do Prof. Leite, não colocava meu nome completo ao submeter um trabalho, apenas as iniciais e o sobrenome para evitar o efeito machista, e me lembro até hoje quando pela primeira vez fui a uma conferência no exterior e apresentei um trabalho. Naquela época, levavamos o trabalho completo, a ser publicado no anal ou em uma revista que seria divulgadora, em papel e entregavamos ao comitê da conferência antes da apresentação oral. Ao entregar meu trabalho me recordo da reação do colega: “Ah! So Caldas is a woman?”. Respondi: “Yes, it is me!”.
Boletim da SBPMat: Deixe uma mensagem para nossos leitores mais jovens que estão iniciando uma carreira de cientistas no Brasil ou estão cogitando essa possibilidade.
Marília Junqueira Caldas: A ciência é sempre uma estrada linda, intrigante e, sempre que você vê uma coisa que não entende, é instigante. Essa estrada linda tem um atalho, uma bifurcação em cada milímetro, que você pode estudar, investigar, conhecer. Aparte essa visão quase poética, o desenvolvimento da ciência no mundo atual traz várias oportunidades de trabalho à juventude, em direções diferentes, e no trajeto se pode ainda aprender e ensinar mais.
Referências citadas
Atambo, M.; Varsano, D.; Ferretti, A.; Ataei, S.S.; Caldas, M.J.; Molinari, E.; “Electronic and optical properties of doped TiO2 by many-body perturbation theory” – Physical Review Materials 3, p. 04501, 2019.
Bonacci, M.; Zanfrognini, M.; Molinari, E.; Ruini, A.; Caldas, M.J.; Ferretti, A.;” Excitonic effects in graphene-like C3N” – Physical Review Materials 6, p. 034009 2022.
Caldas, M.J.; Leite, J.R.;Fazzio, A.; “Theoretical-Study of the Si-A Center” – Physica Status Solidi B 98, p. K109, 1980.
Ferretti, A.; Ruini, A.; Molinari, E.; Caldas M.J.; “Electronic Properties of Polymer Crystals: The Effect of Interchain Interactions” – Physical Review Letters 90, p. 086401, 2003.
Galvão, D.S. ; Santos, D.A. ; Laks, B. ; Melo, C.P. ; Caldas, M.J.; “Role of Disorder in the Conduction Mechanism of Polyanilines” – Physical Review Letters 63, p. 786-789, 1989.
Valencia-García A.M.; Caldas, M.J.; “Single vacancy defect in graphene: Insights into its magnetic properties from theoretical modeling” – Physical Review B 96, p. 125431, 2017.