Texto de ex-presidente da SBPMat na ocasião do falecimento de Sergio Mascarenhas.


[Texto do professor Roberto Mendonça Faria (IFSC-USP), ex-presidente da SBPMat.]

Prof Sergio Mascarenhas em 2012.
Prof Sergio Mascarenhas em 2012.

A Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais (SBPMat) solicitou a mim a incumbência de escrever sobre um acontecimento que ninguém gostaria de ler: o falecimento do professor e cientista Sérgio Mascarenhas de Oliveira.

Sérgio Mascarenhas nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 2 de maio de 1928, onde formou-se bacharel em química pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, em 1951, e em física pela Universidade do Rio de Janeiro, em 1952.

Em 1956, ele, junto com sua esposa a profa. Yvonne Primerano Mascarenhas, decidiu enfrentar o grande desafio de introduzir pesquisa longe dos grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro. Em São Carlos eles deram início às suas brilhantes carreiras como professores e cientistas na Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo. Com competência e muito trabalho, o Prof. Mascarenhas criou os primeiros laboratórios na área de Física da Matéria Condensada, segmento importante das Ciências dos Materiais, seguindo a formação que trouxe do Rio de Janeiro onde trabalhou com os mestres Joaquim Costa Ribeiro e Armando Dias Tavares, sob a inspiração do professor Bernhard Gross.

Foi criador do Instituto de Física e Química de São Carlos (do qual foi professor emérito), da unidade da Embrapa Instrumentação (CNPDIA) em São Carlos, e foi um dos responsáveis pela fundação da Universidade Federal de São Carlos. Foi professor visitante nas Universidades de Princeton, Harvard, MIT (EUA), da Universidade Nacional Autonoma e do Centro de Estudios Avanzados (México), do Institute of Physical and Chemical Research (Japan), da London University (Inglaterra), do International Center for Theoretical Physics de Trieste e Universidade de Roma (Itália). Foi diretor da Fundação de Pesquisas Adib Jatene (Instituto Cardiologia Dante Pazzanese SP), coordenou projetos do Instituto de Estudos Avançados da USP, e foi membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academia de Ciências do Estado de São Paulo. Foi condecorado Pesquisador Emérito do CNPq, e recebeu inúmeras láureas: Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico da Presidência da República, Gugemheim Award (EUA), Fullbright Award (EUA), Yamada Foundation Award (Japão), prêmio de Mérito Científico na classe de Grã-Cruz, entre outras distinções honoríficas.

Deixa uma legião de estudantes e ex-estudantes que continuam sua obra em prol do desenvolvimento científico do Brasil.

Prof. Roberto Mendonça Faria.


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