Notícias Diversas
Curso Avançado de Materiais - Energia - Meio Ambiente:
A SBPMat anuncia um curso avançado a ser realizado no contexto do
denominado "Pan-American Advanced Studies Institute, PASI", que tem como principal patrocinador a agência Americana de Fomento, National Science
Foundation, NSF. O tema do referido curso trata de Materiais para Conversão
de Energia e Proteção Ambiental e terá lugar no Rio de Janeiro, do 20 ao 29
de Outubro de 2003. Este evento, propositalmente, será realizado em paralelo e envolvendo o período do II Encontro da SBPMat, o mesmo que
incorpora um simpósio neste tema.
Este PASI, que terá como palestrantes convidados autoridades e especialistas nacionais e internacionais em aspectos importantes na
pesquisa e desenvolvimento de materiais visando a otimização energetica e a
gestão do meio ambiente, será realizado em inglês, cobrindo os tópicos
indicados no cartaz de divulgação em http://www.materialsworld.net/PASI/PASI_poster.pdf.
A SBPMat convida aos alunos de pós-graduação e pos-doutorandos seriamente
interessados neste tema a submeterem sua aplicação para serem considerados
como bolsistas atravez do seguinte endereço: http://www.materialsworld.net/PASI/
Carta do Professor Aldo Craievich
ao Secretário Executivo do Ministério de Ciência e Technologia:
São Paulo/Campinas, 5 de maio de 2003
Ilmo. Sr. Prof. Dr. Wanderley de Souza
Secretário Executivo
Ministério da Ciência e Tecnologia.
Brasília-DF
E-mail: wsouza@mct.gov.br
Prezado Senhor Secretário Executivo do MCT.
Antes de expor o assunto desta mensagem gostaríamos nos apresentar.
Um dos que assinam esta carta, Aldo Craievich, é atualmente (desde 1997)
Professor Titular em RDIDP, Chefe do Departamento de Física Aplicada do
Instituto de Física de São Paulo e Pesquisador Titular, afastado, do
CNPq.
Desde 1981 até 1986, enquanto Pesquisador no CBPF (Rio de Janeiro), foi
Coordenador do Projeto Radiação Síncrotron do CNPq, que conduziu à
criação pelo MCT do LNLS em setembro de 1986. Desde 1987 a 1997 foi
Diretor Adjunto e Chefe do Departamento Científico do LNLS, e depois, por
um breve período de tempo, Ombudsman dessa instituição. Seu afastamento
desta última função deveu-se a divergências com a Diretoria do LNLS
sobre os rumos que estava tomando o LNLS e a recém criada Organização
Social ABTLuS. Atualmente ele é usuário e membro de um dos comitês
científicos que avalia propostas de pesquisa submetidas ao LNLS, não
desempenhando nenhuma função executiva nessa instituição desde 1997.
Ricardo Rodrigues, participou também ativamente, desde 1982, da fase
preliminar do Projeto Radiação Síncrotron do CNPq. Desde 1986 ele foi
Chefe do Departamento de Projeto do LNLS, assumindo a responsabilidade
pelo projeto e pela construção da fonte de luz síncrotron, que foi
completada em 1997. Nos anos 1999 e 2000, ele substituiu o Diretor Geral
da ABTLus, Cylon G. da Silva, em várias ocasiões em que este afastou-se
do Brasil por motivos particulares. No início de 2001 Ricardo Rodrigues
decidiu afastar-se dessa função e, logo depois, demitir-se do
LNLS/ABTLuS por discordar com a política que estava querendo ser
implantada pelo Conselho Diretor. Atualmente ele trabalha como autônomo
no desenvolvimento de instrumentação para a indústria.
Depois de análise e reflexão sobre o seu recente artigo, publicado no
Jornal da Ciência de 22 de abril de 2003, nós lembramos de nossa carta
aberta à comunidade científica brasileira cujo título era “O LNLS
hoje: uma visão diferente” que submetemos ao Jornal da Ciência e que
foi publicada (com cortes importantes) em 27 de abril de 2001 (JC, ano XV
# 457). Nessa carta já alertávamos claramente sobre os rumos que estava
tomando o LNLS/ABTLuS e concluímos com o parágrafo seguinte: “Em
resumo, entendemos que o LNLS está se afastando fortemente dos seus
objetivos iniciais e não atende prioridades importantes para sua
consolidação. Por outro lado, a ausência de foro apropriado (com
participação ativa dos usuários) impossibilita a discussão de
eventuais correções de rumo.
Consequentemente, vemos com preocupação a situação atual e as
perspectivas do LNLS como Laboratório Nacional”.
Gostaríamos ainda de mencionar que o JC demorou 18 dias para publicar
nossa carta aberta, mas não tardou em comunicar a mesma, antes da
publicação e sem nossa autorização, à Direção da ABTLuS. Ela
foi distribuída pela Diretoria internamente no LNLS antes de sua publicação
no JC, também sem nossa autorização, o que ilustra a
qualidade dos procedimentos que foram utilizados na ocasião. As
autoridades da ABTLuS/LNLS nunca se manifestaram pública ou privadamente
(para nós) sobre a carta.
Entendemos que tudo o que foi dito na carta continua vigente hoje e, mais
do que isso, agravado. Criticávamos na época a forma como o Centro de
Biologia estava sendo implantado. Dois anos depois, a pretensão da
ABTLuS/LNLS de sediar também um Centro de Nanotecnologia confirma os
“novos rumos” que já nos preocupavam em 2001.
Acreditamos que os procedimentos da Diretoria e do Conselho Diretor da
ABTLuS estão levando o LNLS, segundo a nossa visão do mesmo, por
caminhos completamente alheios aos nossos anseios iniciais e também aos
da maior parte daqueles que trabalharam na sua concepção e implantação.
O nosso desejo é que o MCT faça o necessário para corrigir as distorções
que estão, por fim, sendo ventiladas para evitar que o LNLS termine
melancolicamente, sendo a “propriedade” exclusiva de alguns poucos e não
um verdadeiro Laboratório Nacional como o que sonhávamos.
Principalmente duas ações de nosso trabalho passado nos orgulham: (i)
haver dado uma contribuição não desprezível à implantação do LNLS
como Laboratório Nacional, e (ii) ter-nos afastado do LNLS quando
percebemos que nossos pontos de vista não eram nem aceitos nem mesmo
discutidos no seio do LNLS/ABTLuS. Não alimentamos esperanças de que
as autoridades principais do LNLS, que dominam a instituição há 17 anos
(!), tenham agora um comportamento similar ao nosso, quando suas visões
parecem discordar radicalmente das da administração atual do MCT. Concluímos
que o Contrato de Gestão foi o meio encontrado por elas para desvincular
suas ações das políticas determinadas pelo MCT, mantendo, contudo, o
fluxo de recursos do orçamento Federal pela “inércia histórica”.
Atenciosamente,
Aldo Craievich, craievich@if.usp.br
Ricardo Rodrigues, ricardo.rodrigues@terra.com.br
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